Crítica: Okja

Uma menina arrisca tudo para prevenir que uma gigante multinacional de raptar o seu melhor amigo, um gigante porco chamado de Okja. Um original Netflix que vale a pena ver.

Título: Okja
Ano: 2017
Realização:  Bong Joon Ho
Interpretes:  Tilda Swinton, Paul Dano, Seo-hyun Ahn…
Sinopse: Uma menina arrisca tudo para prevenir que uma gigante multinacional de raptar o seu melhor amigo, um gigante porco chamado de Okja.

A Netflix começou lentamente a produzir os seus filmes originais. Nesta tentativa não se podia ter juntado melhor do que a Bong Joon Ho, vencedor de três Óscares este ano. Neste filme sul-coreano acompanhamos uma fantástica amizade entre uma menina, chamada de Mika e uma animal geneticamente modificado, Okja. Mika arrisca de tudo para salvar Okja de uma empresa multinacional, Mirando, liderado por Tilda Swinston, que tem outros propósitos para o animal. Entretanto Mika encontra-se involuntariamente com um grupo activista que pretende humilhar essa empresa incorrecta nos direitos dos animais.

Escrito e realizado por Bong Joon Ho, esta é também uma forte crítica à sociedade norte-americana e às suas influências por vezes descartáveis de uma sociedade absoluta. Bong Joon Ho utiliza estas armas para criar uma obra cinematográfica diferente, cultural e muito emotiva, que nos faz pensar em todas as consequências de um mundo mais capitalista. Além das sequências políticas presentes neste filme, também são vários os momentos ternos e sinceros que nos fazem sorrir e acreditar num mundo bem melhor. Esses momentos são protagonizados principalmente pela jovem atriz Seo-hyunn Ahn. E apesar da sul-coreana estar à altura do filme, muitos atores mais conhecidos decidiram aparecer neste filme como Tilda Swinton que é a líder e a vilã, mas nada comparada com a personagem de Jake Gyllenhaal, bem diferente dos papéis que já desempenhou. Neste filme desempenha uma excêntrico especialista em zoologia, mas que não é o melhor amigos dos animais.

We needed a miracle. And then we got one. Say hello to a super piglet. This beautiful and special little creature was miraculously discovered on one Chilean farm. We brought this precious girl to the Mirando Ranch in Arizona. Our scientists have been raising her with love and care ever since, observing and performing various studies. And we’ve successfully reproduced 26 miracle piglets by nonforced, natural mating. They are like nothing on Earth!

Lucy Mirando

“Okja” é um filme completo, mesmo apesar de apresentar fantasia em alguns momentos. Exemplo disso é a perseguição de Mika com o camião onde transporta Okja que o lava para os Estados Unidos. Esses momentos de ação são fortes e apresentam um dos momentos mais rápidos durante todo o filme.

Devemos dar crédito a estas histórias não tão comercializadas, mas ao mesmo tempo bonitas e com um forte factor emocional. Uma história de amizade e companheirismo que consegue resolver qualquer obstáculo. Um filme surpreendente e que não desiludiu. O blogue atribui 4 estrelas em 5.

Rating: 4 out of 5.
Netflix Portugal

Crítica: Doutor Estranho

Um excelente neurocirurgião embarca numa viagem de cura nas artes místicas que sempre duvidou toda a sua vida.

Título: Dr. Strange
Ano: 2016
RealizaçãoScott Derrickson
InterpretesBenedict Cumberbatch, Chiwetel Ejiofor, Rachel McAdams…
Sinopse: Um excelente neurocirurgião embarca numa viagem de cura nas artes místicas que sempre duvidou toda a sua vida.

A Marvel continua na supremacia dos filmes de super-heróis. “Dr. Strange” não desilude (como seria de esperar), mas continua com mais do mesmo. As minhas expectativas para o filme não eram altas, este era um herói do mundo da banda desenhada que pouco me interessava. Contudo Benedict Cumberbatch assegura de forma firme o papel principal. Volta a conseguir a personalidade egocêntrica e sabida de “Sherlock“, mas num sentido mais místico (apesar de não começar assim). Rabugento, difícil de encarar Cumberbatch interpreta na perfeição Doutor Estranho. Neste filme marcamos o renascer de uma nova personagem para o mundo heróico, que segundo as cenas prós créditos, não se vai ficar por aqui. Como sendo o primeiro e porque é importante começar aos poucos “Dr. Strange” não está apto para muitas cenas de ação. No entanto as que fazem parte deste filme deixam o espectador de queixo caído. Comparando com “Inception” de Chritopher Nolan andamos lado a lado com mundos paralelos, edifícios sem começo e fim. O factor fulcral para esta obra cinematográfica foi o uso e abuso (necessário) dos fantásticos efeitos visuais que hoje em dia a tecnologia é capaz de concretizar.

Quanto ao argumento pode ter algumas lacunas empobrecidas e facilitadas para o protagonista que apesar da sua mente céptica e arrogante, facilmente aprende as artes ocultas, das quais seriam necessárias largos meses de aprendizagem. Mas o tempo é limitado e temos que apresar o filme. Cumberbatch apresenta o carisma e dedicação à sua personagem, factor relevante para os pontos fortes desta película. Rachel McAdams, Tilda Swinton e Mads Mikkelsen completam o restante elenco (mas afinal que ator hoje em dia não deseja ter uma participação num filme de super-heróis). Com um espectáculo de luzes e cores abrimos a nossa mente a um novo herói que utiliza a magia como a sua arma mais poderosa. O blogue atribui 3,5 estrelas em 5.

Rating: 3 out of 5.

Crítica: Só os amantes sobrevivem

Nas cidades românticas e desoladas de Detroit e Tânger, Adam, um músico profundamente deprimido, encontra Eve, a sua amante, uma mulher robusta e enigmática. Esta história de amor dura há séculos, mas este idílio libertino é interrompido pela chegada da pequena irmã de Eve, extravagante e incontrolável. Estas duas pessoas à margem, sábias mas frágeis, poderão continuar a sobreviver no mundo moderno que está em colapso ao seu redor?

Título: Only lovers left alive
Ano: 2013
Realização: James R. Jarmuch
Interpretes: Tom Hiddleston, Tilda Swinton, Mia Wasikowska…
Sinopse: Nas cidades românticas e desoladas de Detroit e Tânger, Adam, um músico profundamente deprimido, encontra Eve, a sua amante, uma mulher robusta e enigmática. Esta história de amor dura há séculos, mas este idílio libertino é interrompido pela chegada da pequena irmã de Eve, extravagante e incontrolável. Estas duas pessoas à margem, sábias mas frágeis, poderão continuar a sobreviver no mundo moderno que está em colapso ao seu redor?

Depois do mercado completamente saturante sobre seres sobrenaturais, os vampiros são os favoritos do entretenimento. Em Só os amantes sobrevivem a história é contada de uma perspectiva diferente. Fora dos romances adolescentes esta é uma história moderna, de vampiros reais. Só vivem à noite e durante o dia dormem. O casal Eve (Tilda Swinton) e Adam (Tom Hiddleston) tem uma química soberba. Ver os dois juntos é completamente viciante e deixámo-nos seduzir por estes vampiros deprimidos e nostálgicos com a vida, mas que não conseguem estar um sem o outro. Este é o ponto mais forte do filme, o elenco profissional, também Mia Wasikowska consegue dar mais energia à história, através da sua personagem Ava, completamente irresponsável e sem limites. Uma película que só por si podia ser entediante mas que com o cast tudo tornou-se empolgante de assistir.

Com um humor negro fora do vulgar, Only lovers left alive é um filme peculiar, com um toque excêntrico. A história é negra e o final é inesperado. Crises existenciais, problemas de ansiedade e de medo são alguns dos temas abordados. Achei o papel de Tom mesmo indicado para o ator, que se despe um pouco da personagem de Loki da Marvel. É pena não darem o devido valor a estes filmes indie, pois merecem mais destaque. Gosto muito de ver estes filmes que acabam por me surpreender positivamente, com um enredo absolutamente desigual. O blogue atribui 3, 5 estrelas em 5.

Rating: 3 out of 5.