Os melhores filmes de 2017

Com um ano a terminar fazemos uma retrospectiva do que melhor aconteceu no cinema. Desta vez apresento os melhores filmes relativamente ao seu género cinematográfico. Vamos à lista.

It

Terror

Um agradável surpresa nesta categoria. Baseado na obra literária de Stephen King, “It” retrata a busca do palhaço assassino para novas vítimas, o seu alvo favorito, as crianças. Numa cidade onde os adultos são personagens de fachada, cabe aos mais novos a dura missão de derrotar Pennywise. Um argumento bem escrito e personagens carismáticas, completam os ingredientes de uma mistura interessante.

Mulher-Maravilha

Fantasia

Criado num mundo de fantasia, não imaginava ser possível criar um filme sobre a Mulher Maravilha personagem criada pela DC. Gal Gadot consegue ter um desempenho fenomenal de uma forte guerreira que tenta viver num mundo de humanos. As filmagens conduzidas por Patty Jenkins são belas e enriquecidas com cenas de ação bem compostas utilizando q.b. os efeitos visuais. Este foi o filme de super-heróis que mais me surpreendeu este ano, ao lado de “Logan“.

Coco

Animação

A Disney e Pixar nunca desiludem e ultimamente cada filme é melhor do que outro. “Coco” é um filme que esclarece os valores da família e a importância  de conhecermos as nossas raízes. Música e muita cor são elementos essenciais neste filme que captam a atenção do espectador desde o primeiro momento, com uma história que aquece o coração e uma animação surpreendente.

The Shape of Water

Drama

Guillermo del Toro volta à realização. Novamente com as suas criações originais e histórias de fantasia. Em plena Guerra Fria, Elisa é uma seladora muda que trabalha num laboratório onde um homem anfíbio está mantido em cativeiro. Quando Elisa se apaixona pela criatura, elabora um plano para conseguir resgata-lo. Um drama entre duas pessoas solitárias que finalmente se juntam.

Logan

Ação

Nunca um filme de super-heróis foi tão humano e cru ao mesmo tempo. “Logan” é um choque frontal de brutalidade. Nem sempre existe finais felizes na fantasia. Hugh Jackman e Patrick Stewart são uma dupla fenomenal que confrontam pacificamente os finais das suas personagens em X-Men. As cenas de ação consegue ser duramente reais e conseguem ultrapassar a barreira do fantástico.

Get Out

Tríler

Um filme surpreender que nos faz colar à cadeira do princípio ao fim. Até pestanejar vai ser impossível. “Get out” uma obra cinematográfica de suspense máximo. Ficamos sem perceber o que se passa, mas para tudo existe uma explicação. Este filme mostra o brilhantismo de Jordan Peele na realização e argumento, com o fantástico desempenho de Daniel Kaluuya.

Lady Bird

Comédia

Realizado e criado por Gerta Gerwing, “Lady Bird” conta a história de uma rapariga de 17 anos muito elaborada para o seu tempo e localidade. Saoirse Ronan volta a surpreender com outro desempenho inesquecível. A comédia presente na narrativa é completada com uma quantidade certa de humor negro que consegue dar um novo alento à obra cinematográfica. Dos pontos mais altos do cinema de 2017.

Blade Runner 2047

Fição Científica

A continuação do sucesso dos anos 80 volta 35 anos depois do original. “Blade Runner 2047” segue a temática sobre a consciência na máquina. Esta obra cinematográfica tornou-se numa surpresa agradável. A cinematografia, a representação, a realização, a banda sonora e a narrativa conjugam-se perfeitamente num mix completo e interessante. Quem não viu tem de ver esta obra-prima.

Dunkirk

Histórico

Christopher Nolan é soberbo em tudo o que faz. Para este ano reservou-nos um filme baseado em factos verídicos. Quando quase quatrocentos soldados aliados ficaram cercados pelas tropas alemãs em Dunkirk na França. Um filme estruturalmente pensado como evocação aos elementos (água, terra e ar) utiliza o mínimo de falas possível. O que se tornou em algo original, também foi indicada como uma das falhas no filme. Contudo a fotografia, banda sonora, e  argumento estão excelentes.

Chama-me pelo teu nome

Romance

Um filme suave sobre um romance de verão. Elio pretende um verão calmo na casa dos pais, com a bela paisagem italiana, mas tudo muda quando Oliver, um americano chega para ajudar na pesquisa do seu pai. A relação entre ambos vai crescendo e percebem que tem mais em comum do que aparentam apesar do primeira má impressão. Escolhi-o para esta categoria, porque a história é cativante sobre um romance noutra perspectiva.

Na vossa opinião qual foi o melhor filme do ano?

Crítica: Logan

Num futuro próximo, um Logan mais cansado protege o Professor Charles Xavier num recanto perto da fronteira do México. O Logan pretende esconder do mundo o seu legado, quando uma jovem mutante aparece na sua vida, perseguida por forças negras.

Título: Logan
Ano: 2017
Realização: James Mangold
Interpretes: Hugh Jackman, Patrick Stewart, Dafne Keen
Sinopse: Num futuro próximo, um Logan mais cansado protege o Professor Charles Xavier num recanto perto da fronteira do México. O Logan pretende esconder do mundo o seu legado, quando uma jovem mutante aparece na sua vida, perseguida por forças negras.

O peso de ser herói não é fácil de carregar. Nem tudo é tão simples como nas bandas desenhadas em que os bons conseguem sempre salvar o dia. Referência que este filme foca-se bastante. Na vida real as pessoas sofrem, magoam-se e morrem. James Mangold resgatou um filme a solo de Wolverine, para uma conclusão merecida deste herói. Depois dos seus dois últimos filme não tão “greats” chega-nos um final mais arrojado, real e necessário. Necessário porque, neste género de filmes somos normalmente contemplados com enredos fantasiosos onde tudo é possível. Aqui não. Mesmo apesar dos protagonistas desta história não existirem, e mesmo que tal coisa como mutantes não fazerem parte do nosso quotidiano. Em “Logan” conhecemos uma dura faceta de uma realidade que facilmente podia ser a nossa. Num mundo já quase sem mutantes, poucos deles ainda andam por aí, conhecemos um Logan mais velho e cansado. A sua capacidade de regeneração já não é o que era. Tenta fugir à vida que levou. E já virou as costas ao passado. Num terreno escondido, cuida de Charles Xavier, mais debilitado que devido às suas fortes capacidades do seu cérebro que já não consegue controlar, exceto quando esta medicado, ainda pode exterminar todos em seu redor. Entretanto o mundo de ambos é abalado, e partem para a viagem das suas vidas quando conhecem Laura, uma menina que tal como Logan tem garras nas mãos e consegue auto-regenerar-se. Nesta jornada de auto-descoberta, as personagens vão aprender a aceitar o passado, e manter a esperança para guiar a geração do futuro.

Este filme não é fácil de ver. Pelo menos não estávamos habituados a filmes de super-heróis assim. James Mangold captou a verdade nua e crua das cenas de luta. Movimentos reais com sangue, muito sangue, fura-crânios e fura-olhos. A violência destas cenas é extrema, mas é o que faz toda a essência do filme. Num ambiente mais humano e por isso mais intenso, o espectador acompanha toda a mágoa e dor do protagonista. Hugh Jackman volta a liderar neste papel que lhe deu fama no filme X-Men. A sua interpretação está mais coerente e madura do que nos filmes anteriores, factores que lhe dão mais valor. Patrick Stewart é novamente o Professor Xavier, que expressa sempre a sua opinião nos momentos mais oportunos. Conseguiu protagonizar os poucos momentos engraçados do filme. Dafne Keen de 12 anos é uma agradável surpresa. Tem a garra (literalmente) necessária, tal como a sua personagem precisava. Durante mais de metade do filme não fala, mas é muito expressiva. Este trio marca o culminar final de três gerações que se cruzam. Devo confessar que não estava à espera desta abordagem cruel, mostrando que os super-heróis também tem um lado muito humano. Mas o realizador conseguiu captar toda a densidade de história que pretendia. O blogue atribui 4 estrelas em 5.

Rating: 4 out of 5.

Narcos

No epicentro temos Pablo Escobar, um dos maiores narcotraficantes do mundo. Considerado até um dos homens mais ricos do mundo. Designado com o cognome de Robin dos Bosques pelo povo de Medellín, foi também o rei do horror na Colúmbia.

A vida e o horror de um dos maiores narcotraficantes

A Netflix criou uma série viciante, queremos sempre ver mais, episódio atrás de episódio. No epicentro temos Pablo Escobar, um dos maiores narcotraficantes do mundo. Considerado até um dos homens mais ricos do mundo. Designado com o cognome de Robin dos Bosques pelo povo de Medellín, foi também o rei do horror na Colúmbia. Drogas, mulheres, riqueza e assassinatos em série é resumo da vida desta homem que quase chegou a ser Presidente do seu país. O que é mais assustador nesta série é que tudo foi baseado em factos reais e prova disso são as várias imagens da época que são transmitidas em algumas cenas.

“O Rei da Cocaína” é interpretado excelentemente pelo ator brasileiro Wagner Moura. Engordou 40 kgs, e teve de falar espanhol (apesar das críticas negativas e do seu sotaque) para o papel. A crítica aplaudiu a sua interpretação e conseguiu a nomeação para o Globo de Ouro. Outros ilustres atores fazem parte do elenco como Pedro Pascal (conhecido em “Guerra dos Tronos“) como Javier Penã um agente da DEA, e Boyd Holbrook (agora será o vilão em Logan) outro agente americano da DEA. Aliás todos os atores deviam estar aqui mencionados devido ao excelente trabalho. O trabalho de campo também está de bater palminhas, devido à minuciosidade o projecto que retratou os mais trágicos acontecimentos com pormenor, apesar de alguns momentos ficcionais.

O argumento foi bem construído e capacitado de uma autonomia e independência. O telespectador consegue estar atento a todos os pormenores que envolvem as personagens. Durante duas temporadas com 10 episódios de 50 minutos acompanhamos o auge e a queda de Pablo Escobar. A Netflix conseguiu captar toda a atenção com uma história verídica intrigante, com filmagens bem posicionadas, captando bem a essência dos atores.  Com a narração de Boyd Holbrook conseguimos compreender mais facilmente o trama. Esta é uma série obrigatória que nos “prende” do princípio ao fim.