Samitério de Animais

Se procuram uma solução de filme para o Halloween, “Samitério de Animais” pode ser a vossa escolha. Com uma narrativa pouco vulgar, baseado num livro do génio do terror, Stephen King.

Título: Pet Sematary
Ano: 2019
Realização: Kevin Kölsch, Dennis Widmyer
Interpretes: Jason Clarke, Amy Seimetz, John Lithgow…
Sinopse: O Dr. Louis Creed e a sua esposa e filhos deslocam-se de Boston para o rural Maine. O casal rapidamente descobre os perigos daquele local com um cemitério mesmo na sua propriedade.

Se procuram uma solução de filme para o Halloween, “Samitério de Animais” pode ser a vossa escolha. Com uma narrativa pouco vulgar, baseado num livro do génio do terror, Stephen King.

Um família muda-se de Boston para Maine, um local mais rural. O médico Louis Creed acredita que encontrou a casa perfeita para a sua esposa e dois filhos. Atormentados com o misticismo daquele local descobrem que faz parte de sua casa um cemitério dedicado aos animais. Devido às tradições antigas, crianças com máscaras enterram os seus companheiros de estimação. Mas para lá da vedação, existe um nevoeiro que não deixa ninguém indiferente. Uma barreira para o desconhecido. Só quando o gato da família morre, é que Louis compreende o verdadeiro poder daquele local. Acreditando nas histórias do seu vizinho octogenário. Juntos terminam um ritual que devia ser proibido. Atraindo o mal, Louis não consegue ficar longe daquele terreno. Tal vai trazer graves consequências.

Sometimes, dead is better.

Jud Crandall

O filme todo mantém-se um ambiente sinistro e muito peculiar. Começa pelo fim e logo percebemos que logo correu mal com aquelas personagens, devido ao sangue na porta e à casa vazia. O tempo volta atrás e logo conhecemos os protagonistas, mas aquela sensação que algo correr mal, mantém-se. A narrativa é bem envolvente e muito sinistra. O que condiz bem com o seu género de terror. Mesmo apesar de não ser daquele género com sustos instantâneos. Mas prometo que muitas das cenas nos vão deixar com calafrios.

O que faltou explicar melhor foi o envolvimento das crianças com as máscaras e o passado daquele local. Além disso temos uma personagem principal pouco coerente. Sendo um médico, acredita na ciência, mas quando ouve vários avisos do além, decide ir contra a mensagem, contudo acredita nas propriedades místicas daquela terra de ninguém. Além disso surgiu uma outra história à parte que também não foi bem explicada. Estou a falar da morte precoce da irmã da Srª Creed, que apesar de não pertencer a este cenário, foi uma grande influência na personagem. E com destaque para os momentos de horror que proporciona. Concluindo nesta segunda adaptação cinematográfica do livro de Stephen King temos um filme mediano de terror, mas com uma narrativa intensa.

Rating: 3 out of 5.

Paramount Pictures Portugal

Crítica: Footloose – A Música Está do teu Lado

Um rapaz da cidade, muda-se para uma pequena vila onde a música e a dança foram banidos. O seu espírito rebelde vai abalar a comunidade.

Título: Footloose
Ano: 1984
Realização: Herbert Ross
Interpretes: Kevin Bacon, Lori Singer, John Lithgow…
Sinopse: Um rapaz da cidade, muda-se para uma pequena vila onde a música e a dança foram banidos. O seu espírito rebelde vai abalar a comunidade.

Um clássico do cinema musical que junta-se a outros como “Dirty Dancing“, “Flashdance” e “Fame“. A moda dos anos 80 baseava-se muito em filmes sobre dança. Em “Flootloose” a dança é um grito de revolta dos adolescentes que vivem oprimidos e com demasiadas regras na pequena vila de Bomont. A chegada de Ren (Kevin Bacon) um rapaz da cidade que não percebe como alguém pode proibir a música, começa um mote de rebeldia inesperado e o qual os adultos não conseguem controlar. O plot com origens adolescentes não se foca nos sabores e dissabores do pico da juventude. Concentra-se apenas nos ritmos alucinantes e na energia fulminante que a música tem sobre nós. Em Bomont culpam a música pelos maus comportamentos dos jovens. O pastor da vila encontra na música o bode expiatório para o uso abusivo de drogas, condução a alta velocidade e até a morte que ocorreu numa ponte. Ren vai mudar as mentalidades dos habitantes, referindo que a música é inofensiva e apenas é impossível vivermos sem ela.

Os anos 80 estão claramente representados nesta obra cinematográfica. A banda sonora é dos factores mais importantes e aquele que mais destaque conseguiu. Música com tons vibrantes com a mistura rock e pop que fazem o pés moverem-se sozinhos. A adrenalina expectante em que a única preocupação é arranjar par para o baile. A atuação de Kevin Bacon, ainda um jovem conseguiu exceder as expectativas. O ser ar rebelde e os passos irrequietos que acompanham a música com gestos pertinentes, tornam-no na melhor escolha para o papel.

O factor mais desleixado do filme é a previsibilidade do enredo. Algumas personagens mudam rapidamente de personalidade quando aceitam ações que inicialmente recusavam. Contudo “Footloose” é um clássico do cinema musical com muita dança e boa música. O blogue atribui 3 estrelas em 5.

Rating: 3 out of 5.

The Crown

O peso da coroa pode ser difícil de suportar. Elizabeth (Claire Foy) sentiu essa responsabilidade aos 26 anos, após a morte prematura do seu pai, o rei. Ainda muito jovem e recém-casada não estava preparada para liderar um vasto país. Num pós-guerra ainda recente, Elizabeth teve de se impor num mundo governado por homens repletos de tradições e conservadorismos.

O peso da coroa pode ser difícil de suportar. Elizabeth (Claire Foy) sentiu essa responsabilidade aos 26 anos, após a morte prematura do seu pai, o rei. Ainda muito jovem e recém-casada não estava preparada para liderar um vasto país. Num pós-guerra ainda recente, Elizabeth teve de se impor num mundo governado por homens repletos de tradições e conservadorismos. A sua chegada ao trono trouxe uma vitalidade inesperada. A sua coração foi a primeira a ser filmada, e marcou um passo importante na história televisiva. Além das decisões políticas e sociais, as familiares também só postas à parte. Mesmo com a ajuda de Winston Churchill (John Lithgow) como Primeiro-Ministro o caminho não é fácil.

“The Crown” foi considerada a série mais cara da Netflix. Com todo o seu vigor mostra na perfeição aquela época dos anos 50. As propriedades reais, o guarda-roupa e decorações tudo foi planeado de forma a manter-se com o mais real possível.

Os atores completam toda a exuberância desta série de televisão que retrata os primeiros tempos de reinado da rainha Elizabeth II, que ainda continua. Além da sua vida política, acompanhamos um retrato íntimo da família real britânica. Os constantes desacordos com a sua irmã, Margaret, as dúvidas da sua mãe e ainda a insegurança que mantinha com o seu marido, o Príncipe Philip da Grécia e Dinamarca. Além disso os seu conflitos pessoais entre fazer o que está certo, ou o que manda a monarquia.

Além do argumento bem refinado, esta série mantém uma excelente fotografia com paisagens que conseguem captar toda a beleza do momento, além disso somos confrontados com factos históricos interessantes que abalaram o Reino Unido, mas também o resto do mundo.

Este é uma obra bem sucedida que merece a nossa atenção e é sem dúvida das melhores séries de 2016. “The Crown” vai continuar por mais uma temporada onde vai apresentar mais uma década na vida da Rainha Elizabeth II.

Crítica: Love is Strange – O Amor é uma Coisa Estranha

Lutámos toda a vida para realizar os nossos sonhos, e quando finalmente acontecem, por vezes não corre como esperámos. Talvez seja uma forma estúpida do universo nos dar uma lição. Ou talvez uma prova que não somos reis do destino. Seja como for, o realizador Ira Sachs não teve receio de apresentar a realidade nua e crua sobre a vida de um casal homossexual na terceira idade.

Lutámos toda a vida para realizar os nossos sonhos, e quando finalmente acontecem, por vezes não corre como esperámos. Talvez seja uma forma estúpida do universo nos dar uma lição. Ou talvez uma prova que não somos reis do destino. Seja como for, o realizador Ira Sachs não teve receio de apresentar a realidade nua e crua sobre a vida de um casal homossexual na terceira idade.

Ben (John Lithgow) e George (Alfred Molina) tinham um sonho. Após 39 anos juntos, casar era o que faltava para se sentirem completamente felizes. O começo do filme é mesmo assim, em clima de felicidade, de promessas e sorrisos. Rodeados pela família e amigos cumprem o desejo que tinham à décadas. Mas logo o plano muda e enquanto acompanhamos o som de fundo intenso e melancólico da sinfonia de Chopin percebemos que a felicidade do casal será abalada. George, professor de música de uma escola conservadora católica é despedido devido ao seu recente casamento. Sem esse ordenado, ambos não conseguem suportar a renda do apartamento no centro de Nova Iorque. Resta o apoio dos amigos e familiares para abrigo temporário, durante estes tempos difíceis. A separação do casal é inevitável. George refugia-se na casa de antigos vizinhos, um casal jovem de polícias que adoram fazer festas. Ben vai viver para Brooklyn com o seu sobrinho Elliot (Darren E. Burrows), a sua mulher escritora, Kate (Marisa Tomei) e o filho adolescente de ambos, Joey (Charlie Tahan). [LER MAIS]