Making a Murder

Filmado durante 10 anos, Steven Avery é o principal suspeito de vários crimes, mas será? Um documentário sobre a corrupção policial.

Quantas vezes nos queixamos da falta de justiça. Inúmeras vezes. Muitas situações dependem da opinião de terceiros ou de interesses maiores. Um caso real, que aconteceu a Steven Avery, condenado injustamente por um crime que não cometeu e depois de conseguir a sua liberdade, foi novamente incriminado.

São muitas dúvidas que circulam neste caso. Steven Avery um homem que vivia no Condado de Manitowoc foi injustamente culpado por um crime de violação do qual não cometeu. Esteve 18 anos presos e sempre a tentar a sua inocência. Apenas com o avançar dos anos e com a melhoria da tecnologia conseguiu provar a sua inocência e a indicação que não estava no local do crime. Ficou sem liberdade, o seu casamento desfeche-se e perdeu o contacto com os filhos, só porque vivia num ferro velho e a sua família vivia um pouco à parte da comunidade. A polícia viu em Avery um alvo fácil para assumir a culpa. Em 2005 é novamente acusado de um crime. Desta vez é pela morte de Teresa Halbach uma jornalista. Um julgamento estranho, pois pistas sem sentido apareciam nos locais mais esperados e especula-se que tenha sido tudo implementado pela polícia local. Apesar de já recorrer a vários advogados, a várias indicações de inocência, Steven foi condenado a 2007. O caso agravou-se quando o seu sobrinho confessou a participação no crime, algo que depois veio a negar, pois sentiu-se pressionado a confessar. Atualmente preso, Avery não desiste de conseguir provar novamente a sua inocência.

Neste documentário produzido pela Netflix, escrito e realizado por Laura Ricciardi e Moira Demos, acompanhamos todas estas decisões, o julgamento e a revolta da família Avery. A primeira temporada explora os anos de 1985 a 2007. A segunda aborda o pós condenação e o dia-a-dia das famílias e o começo da sua própria investigação. Este documentário ganhou vários prémios, incluindo Melhor Documentário pelo Primetime Emmy Awards.

Este documentário deixa-nos nervosos. Estes julgamentos de crimes maiores são sempre incertos, mas este é mesmo um caso que só aconteceria nos Estados Unidos da América. Estas políticas de conspiração, acusações falsas e implantações de provas. Se quiserem ver-se livre de alguém façam-no à maneira americana. Um sentimento de revolta cresce dentro de nós durante estes episódios. Avery estava inocente da primeira acusação, e quando decidiu indemnizar a polícia do Condado pela sua investigação, foi logo acusado de um homicídio. Todo este timing é suspeito e o surgimento das provas é incoerente. Ora não estão lá, como no próximo dia lá estavam e o sangue no local de crime também não está lógico com a situação. Além disso não foi muito à cara com o irmão da vítima e o seu ex-namorado. Eram muito estranhos e a forma como relataram os acontecimentos também. O caso piorou com as palavras de acusação do sobrinho de Avery, mas o facto é que a polícia durante o interrogatório aproveitou-se da inteligência fragilizada de Brendan e mentiram-lhe sobre o que ia acontecer de seguida.

Enfim não foi um caso muito bem resolvido, e houve logo a pressão de culpa desde o início, mesmo que o homem estivesse sido preso injustamente. A verdade é que existiu uma vítima e não se sabe o que se passou, mas todo o caso foi muito estranho desde o início.

Twinsters

Uma historia pouco provável que aconteceu. Conheça as Twinsters gémeas sem saberem.

Isto podia ter sido um filme, mas não é. Anaïs Bordier vive em França e Samantha Futerman nos Estados Unidos da América, há uns anos atrás descobriram que eram irmãs…gémeas. Samantha conseguiu papéis em séries como The Big C e nos filmes As Memórias de uma Geisha e 21&Over, além disso fazia vídeos para o Youtube. Ora foi nesses vídeos do Youtube que  Anaïs, quase do outro lado do mundo, viu alguém muito idêntico a si. Foi através do Facebook que começaram a falar e as semelhanças eram imensas. Depois de muito Skype, decidiram encontrar-se em carne o osso. Sam foi a primeira a ir a França e tornaram-se imediatamente inseparáveis. Sempre sabiam que eram adoptadas, mas nunca pensaram  na hipótese de terem uma irmã gémea. Fizeram os testes de ADN e revelou serem mesmo idênticas. A busca não parou por aqui,  Anaïs e Sam queriam descobrir mais sobre o passado de ambas. Visitaram a Coreia com a possibilidade de conhecerem a mãe biológica.

Tudo este processo foi filmado para um documentário. “Twinsters” explora a jornada de descoberta das duas irmãs separadas à nascença. As dúvidas, o amor crescente, a procura de mais semelhanças e a alegria de terem encontrado uma à outra. A própria Samantha Futerman e Ryan Miyamoto (realizadores) retrataram com clareza todos os momentos vividos. Achei mesmo irresistível este documentário, estas histórias mexem mesmo comigo. Interessante, revelador, e com uma excelente fotografia acompanhamos o encontro das duas irmãs. O documentário pode ser visto na Netflix.

Amanda Knox

Amanda Knox – Culpada ou Inocente?


Inocente ou Culpada?

Neste documentário da Netflix recordamos o mediático homicídio da inglesa Meredith Kercher, em Itália. Amanada Knox, uma norte-americana e sua parceira de quarto foi a principal suspeita do crime. Esteve presa durante quatro anos, mas só em 2015 é que foi aprovada como inocente pelo Supremo Tribunal, juntamente com o seu namorado da época, Raffaele Sollecito. O caso remota a 2007 em Perugia, Itália e foi do assunto mais referido na imprensa. De jogos de sexo, a rituais satânicos, todos esses assuntos foram apontados como as causas do sucedido. Amanda estava na mira dos jornalistas, todo o seu passado foi descoberto e todas as suas fotografias publicadas. De personalidade extrovertida a jovem foi vista como a culpada do homicídio. Porquê tudo isto? A resposta é simples, porque vendia e os jornais queriam tirar o maior proveito. Este documentário da Netflix não quer provar a inocência de Amanda, o principal objectivo é explicar os factos, num processo que arrastou-se durante anos e anos. E ainda hoje não existem certezas.

Amanda Knox
Amanda Knox voltou a dar novamente a cara e a recordar os acontecimentos daquele dia que mudou para sempre a sua vida. Além da protagonista, nas testemunhas do caso podemos ver Raffaele Sollecito, um jornalista e o Inspector italiano do homicídio. Com imagens reais, este documentário prima pela seriedade dos acontecimentos e da abordagem de todo o processo. No entanto para alguém como eu, que apesar de conhecer a história, não me recordava dos contornos, achei que deixaram algumas pontas por esclarecer. Nomeadamente do lado de Meredith, mas por um lado este era um programa sobre Amanda. O media foram dos principais responsáveis na averiguação dos culpados, mesmo antes da polícia. O que mais uma vez explica que a opinião pública pode muito bem ser manipulada para o lado que interessa mais. Aconselho a assistirem a este documentário, está no Netflix.