Constantine

A NBC apostou em histórias da banda desenhada da DC Comics. “Constantine” foi baseado nos quadradinhos da Vertigo. Depois de um filme mediano da mesma personagem, interpretado por Keanu Reeves, surge uma nova versão. O ator Matt Ryan tentou resgatar a série, mas a segunda temporada nem vê-la.

Se o sarcasmo destruísse demónios…

A NBC apostou em histórias da banda desenhada da DC Comics. “Constantine” foi baseado nos quadradinhos da Vertigo. Depois de um filme mediano da mesma personagem, interpretado por Keanu Reeves, surge uma nova versão. O ator Matt Ryan tentou resgatar a série, mas a segunda temporada nem vê-la. Na sua generalidade “Constantine” parecia um carrossel. Ora presenteava-nos com episódios excelentes e interessantes, como acontecia o contrário com episódios que só nos apetecia ter o flash-forward para avançar até o final.
O começo, apesar de interessante foi um pouco confuso, precisávamos de uma prequela para perceber com mais detalhe as dúvidas existenciais de John, o caso do exorcismo que correu mal, o seu amigo anjo e o seu afastamento social. A história de avalanche prejudicou a continuação da série, que não apresentava respostas. Em episódios soltos sobre casos do inexplicável, lembramos-nos muitas vezes de episódios de “Supernatural” que consegue misturar o horror com a comédia.

O trio magnifico composto por personalidades que mantém o equilíbrio. John é o mais astuto, conhecedor das artes ocultas e ironiza todos em sem redor, mostrando-se uma pessoa anti-social. Zed é o elemento feminino que preserva aquela sensibilidade num mundo de homens, independente e com um passado misterioso, tem um dom especial. A sua história das visões em muito se assemelha a Cordelia de “Angel“. E ainda temos Chas, o senhor músculo que apoia John nas suas loucuras. A série mantinha um enredo interessante e com alguns twists, principalmente no último episódio. Não vou contar para não estragar quem não viu, mas a ideia era aumentar a curiosidade para a próxima temporada, que não aconteceu. “Constantine” terminou após 13 episódios com muito ainda para explicar. O que segurava a barra e mantinha a lealdade dos fãs era sem dúvida o protagonista que apesar de desprezar tudo e todos, mantinha aquele humor peculiar. Além disso os efeitos visuais também eram de qualidade.

Desde o início que “Constantine” não tinha o suporte necessário para se manter. Problemas de produção, atrasos nas filmagens, re-filmagem do episódio piloto, foram motivos para a má constituição de uma série com potencial. A qualidade do argumento era muitas vezes desconcertada. Episódios como “A Feast of Friends” não foi dos melhores, o oposto de “The Saint of Last Resorts” que conseguiu captar a atenção de um trama inexplorado. Respondendo à dúvida se merece continuação, se conseguisse focar num enredo mais sólido e consistente, não vejo porque não.