Crítica: Vista Pela Última Vez…

Dois investigadores privados de Boston, procuram informações sobre o rapto de uma menina de 7 anos, e que se transforma numa crise profissional e pessoal.

Título: Gone Baby Gone
Ano:2007
Realização: Ben Affleck
Interpretes: Morgan Freeman, Ed Harris, Casey Affleck…
Sinopse: Dois investigadores privados de Boston, procuram informações sobre o rapto de uma menina de 7 anos, e que se transforma numa crise profissional e pessoal.

A estreia de Ben Affleck na realização começou com este filme de suspense e protagonizado pelo seu irmão. “Gone Baby Gone” é um drama policial sobre o desaparecimento de uma menina num bairro social. Os investigadores privados Patrick e Angie procuram pistas sobre o desaparecimento de Amanda. A mãe uma despreocupada que trabalha como estafeta de droga procura sempre refugio no sexo oposto, que nem sempre são a melhor companhia. Amanda é como se fosse uma filha para o tio e a esposa que não consegue engravidar. O desaparecimento da menina vai chamar a atenção dos meios de comunicação e todos vão fazer o melhor para descobrirem o seu paradeiro.

O elenco revela grandes nomes do cinema como Morgan Freeman e Ed Harris, mas o destaque principal é mesmo Casey Affleck. Nesta altura ainda não tinha ganho o seu Óscar pela interpretação em “Manchester by the sea” mas já se apresentava pertinente no seu desempenho. Um policial rogue que  obedece às regras do que é mais correto e necessita de ser feito, mesmo contra a opinião de todos.

O elenco é forte, mas o argumento também. As personagens apresentam um desenvolvimento do início ao final do filme. Quando pensávamos que a narrativa está a chegar ao fim, uma reviravolta acontece e novas pistas para descobrir a verdade aparecem. Gostei desta iniciativa emocionante, em que o público é sempre surpreendido. Uma realização e criação arrojada de Affleck que apesar de não ser tão memorável como “O Bom Rebelde” é uma obra cinematográfica cativante que envolve o espectador do início ao fim, refugiando-se entre as ervas daninhas da sociedade: drogas, álcool, gangues, polícias corruptos entre outros. “Vista pela última vez...” é assim um misto de muito suspense a intriga. O blogue atribui 3,5 estrelas em 5.

Rating: 3 out of 5.

Crítica: A Ghost Story

Nesta exploração particular de legado, amor, perda e a enormidade da existência, um recente falecido fantasma de lençol branco vestido volta à sua casa suburbana e tenta conectar-se com a sua esposa viúva

Título: A Ghost Story
Ano: 2017
Realização: David Lowery
Interpretes: Casey Affleck, Rooney Mara, McColm Cephas Jr….
Sinopse: Nesta exploração particular de legado, amor, perda e a enormidade da existência, um recente falecido fantasma de lençol branco vestido volta à sua casa suburbana e tenta conectar-se com a sua esposa viúva.

O realizador e argumentista  David Lowery criou uma história cativante. Uma história que provavelmente já nos lembramos mas que nunca paramos para pensar. Caminhamos ao lado de C (Casey Affleck), recentemente falecido, utiliza um comum disfarce de Halloween, um lençol branco com os olhos negros. Esta personagem deambula de um lado para o outro, de volta para a sua antiga casa onde viveu com a esposa. Com qualquer casal passaram alguns momentos de dificuldade, mas amavam-se abertamente. Durante todo o filme acompanhamos a tristeza do luto, a dor, as memórias vividas pelo casal, o passar devastador do tempo, o futuro e o passado. Uma obra cinematográfica bem explorada, pensada e que sufoca a cada minuto que passa. David Lowery focou-se na solidão que a perda provoca, na súbita mudança de rotina.

O filme é lento, mas muito expressivo. Para quem o viu sabe do que estou a falar. A cena em que M (Rooney Mara) está a comer uma tarte, são 5 longos minutos que acompanhamos o vazio da recente viúva, que luta para desesperadamente para sentir algum conforto. Para muitos esta cena era desnecessária, mas achei-a muito completa e permitiu ao público entrar na intimidade de M e dificuldade na perda do marido.  Acho excelente a interpretação de Mara neste filme. A atriz apresenta uma seriedade consistente, e conseguimos sentir a sua tristeza. O mesmo para Casey Affleck que apesar de ser um fantasma, gesticula levemente para sentir o conforto de outrora. Mantém-se completamente tapado, mas o seu talento consegue ser revelado.

A Ghost Story” é um filme totalmente imprevisível. Durante toda a narrativa questionamos sobre o destino das personagens. Os registos finais são ainda mais desoladores e brilhantes ao mesmo tempo. O tempo é explorada de forma dinâmica e até podiam existir teses sobre o assunto. David Lowery esforçou-se mesmo em criar um filme independente, original mas consistente. Delineado como o pior pesadelo de alguns, o fantasma preso no mundo real, enquanto assiste ao afastamento do seu amor maior. É uma dor profunda como espectador que assistimos ao desenrolar desta diferente história. Filosofamos um pouco sobre a vida, a morte e tudo o resto no meio. Apesar de alguns momentos divertidos, e reconfortantes, “A Ghost Story” é um forte drama. O blogue atribui 3, 5 estrelas em 5.

Rating: 4 out of 5.

Crítica: Manchester by the Sea

É perguntado a um tio se aceita adoptar o seu sobrinho adolescente, após a morte do seu pai

Título: Manchester by the Sea
Ano: 2016
Realização: Kenneth Lonergan
Interpretes:  Casey Affleck, Michelle Williams, Kyle Chandler…
Sinopse: É perguntado a um tio se aceita adoptar o seu sobrinho adolescente, após a morte do seu pai.

“Manchester by the Sea” é um drama pesado, e melancólico que abrange o tema da perda humana. A morte afecta todos os que diariamente estavam em contacto com essa pessoa. Neste casos, temos um irmão, Lee Chandler (Casey Affleck),que volta à cidade onde cresceu e abandonou. A morte do seu irmão mais velho é a causa do seu regresso. Lee terá de resolver o seu passado para melhor confrontar a situação. Além disso tem a sua responsabilidade o seu sobrinho de 16 anos que perdeu pai. O drama prolonga-se neste filme. O seu desenrolar é lento, triste e sem prospeção. No entanto consegue manter-se numa obra cinematográfica bela, muito disso devido à história poderosa e à excelente interpretação dos atores. Casey Affleck surpreende com a sua escassez de interesse e lacuna nas metodologias sociais habituais. Logo na primeira cena, percebemos que esta personagem já sofreu bastante no passado. Talvez por isso apresente uma postura de indiferença perante a vida. Vive sozinho, num quotidiano metódico, mas tudo estás prestes a mudar quando regressa à sua cidade natal. Responsável pelo seu sobrinho adolescente, terá de se esforçar para manter um relação. Num filme com um ambiente estranho familiar, é o que atrai mais no argumento, esta empatia entre ambos que se vão descobrindo aos poucos.

Os temas expostos neste filme são interessantes e aguçam a curiosidade dos espectadores. Numa situação como esta existem vários factores a considerar. Mas como vão as personagens resolver a situação? O que na minha opinião não conduz à maior excelência do filme é o seu lento enredo. O que não permite que seja empolgante de assistir. Contudo o ambiente pesado, as paisagens frias de Manchester e as interpretações dos atores. destaco Casey Affleck, Michelle Williams e Lucas Hedges são uma mais-valia a esta obra cinematográfica nomeada para os Oscars. “Manchester by the Sea” não é fácil de ver, mas é um drama poderoso e isso não deve ser desvalorizado. O blogue atribui 3,5 estrelas em 5.

Rating: 3 out of 5.