Crítica: Silent Voice

Um rapaz ridiculariza uma colega de turma devido ao facto de ser surda. Anos depois traça um plano de redenção por todo o mal que cometeu.

Título: Koe no katachi
Ano: 2016
Realização: Naoko Yamada
Interpretes: Miyu Irino, Saori Hayami, Aoi Yûki…
Sinopse: Um rapaz ridiculariza uma colega de turma devido ao facto de ser surda. Anos depois traça um plano de redenção por todo o mal que cometeu.

Os japoneses utilizam sempre o coração quando produzem um filme de animação. “Silent Voice” é um filme generoso sobre a amizade e a importância de termos companhia para conseguirmos suportar os nossos problemas. Ter amigos é a base para nos sentirmos fortes e de pé nos piores momentos. Seguimos a história de Shoya Ishida um rapaz um pouco problemático que às custas para se tornar superior faz bullying com uma colega nova de turma, Nishimya, uma menina que nasceu surda. Shoya pretende chamar à atenção dos seus colegas de turma e não se importa com os sentimentos de Nishimya que apenas pretende ter amigos. Depois de muitos meses a aguentar a pressão a jovem desiste da escola. Só anos mais tarde é que Shoya percebe todo o mal que fez e pretende redimir os seus erros por confiar nas pessoas erradas. Aprende e linguagem gestual e tenta marcar um encontro com Nishimya para se desculpar. Enquanto isso percorre um caminho difícil de rendição, mas não é o único.

-I couldn’t change. I couldn’t protect you again. I was the same coward.

-You can change from now on.

Sahara e Nishimya

A qualidade da animação é excelente a precisão do desenho e os traços dos cenários são o que tornam este filme mais real e sentimental. Neste drama, também somos reféns de uma história de amor e perdão. A vida é demasiadamente curta para situações egoístas e mal intencionadas. Devíamos preocupar-nos em dar-nos sempre bem e aceitar algumas diferenças dos outros. A amizade é um tema forte durante este filme. Afinal o que é ser ou ter um amigo? O quê que isso implica? Mudar a nossa atitude também só depende de nós e a partir do dia de hoje podemos começar a fazê-lo. Um facto curioso é que durante o filme, o protagonista apesar de ser bastante alto, recusava-se a olhar nos olhos das dos seus colegas,e por isso a cara deles não era muito nítida, contudo quando venceu o seu medo conseguimos finalmente ver os rostos das suas iterações.

Existiu alguns momentos muito fictícios durante esta longa-metragem de 2 horas, que na realidade não aconteceriam, mas que tornam esta experiência mais emotiva e comovente. Aviso já que lágrimas podem cair, mas sentimos uma conexão forte com estas personagens. O blogue atribui 4 estrelas em 5.

Rating: 4 out of 5.