Sharp Objects

Um drama familiar tenebroso que explora os limites da sanidade mental. Amy Adams destaca-se brilhantemente no protagonismo ao lado de Patricia Clarkson.

Um drama familiar tenebroso que explora os limites da sanidade mental. Amy Adams destaca-se brilhantemente no protagonismo ao lado de Patricia Clarkson.

Sharp Objects” não é uma série para todos. Apesar de já ter assistido há uma semana, ainda é difícil digerir algumas das situações retratadas nos oito episódios. Uma série do canal HBO, baseada nos livros de Gillian Flynn (escritora de “Em Parte Incerta”) e realizada por Jean-Marc Vallée (“Big Little Lies”). Aliás vários dos planos apresentados, como os fragmentos entre o passado e o presente são semelhantes aos da série protagonizada por Reese Witherspoon e Nicole Kidman.

Toda a ação centra-se na personagem Camille Preaker (Amy Adams) uma repórter criminal que é enviada pelo editor do jornal onde trabalha para cobrir uma história sobre uma jovem assassinada e outra desaparecida, em Wind Gap, uma pequena cidade em Missouri. Camille indecisa sobre a sua viagem ao local, sente-se desconfortável com a ideia, afinal foi lá que viveu grande parte da sua vida. Desde o primeiro minuto que “Sharp Objects” suscita a curiosidade do espectador. Pouco conhecemos sobre as personagens e o seu envolvimento com o caso. Percebemos que Camille está nervosa na sua ida a Wind Gap. Enquanto conduz bebe pequenas garrafas de vodka e come apressadamente snacks. Logo percebemos uma das razões da insegurança da protagonista, a sua mãe. Adora Crellin (Patricia Clarkson) vive das aparências na sua mansão, juntamente com o marido e a filha mais nova, Amma (Eliza Scanlen). A adolescente finge ser uma menina educada, quase uma boneca nas mãos da mãe em casa, mas na rua é uma rebelde sem escrúpulos. Para Adora tudo tem de estar perfeito e erros não são tolerados. O desconforto entre a Camille e a mãe é evidente e percebemos imediatamente que ambas não partilham da mesma opinião.

Um mistério contínuo envolve a essência desta série. Viciante e intensa é caracterizada como das melhores séries do ano. A narrativa gradualmente vai-se desenvolvendo. Numa cidade onde aparentemente nada acontece, tudo é possível. Camille apesar ter vivido lá durante muitos anos, é vista como uma forasteira para os seus habitantes. A sua rebeldia de juventude é conhecida e ainda sofre pela inveja dos outros, em abandonar a sua terra natal. Comprometida em encontrar soluções para o trágico caso, conecta-se espontaneamente com o Detetive Richard Willis (Chris Messina). Ambos procuram o mesmo, mas as pistas são difíceis de seguir e as testemunhas pouco fiáveis. Apesar da aparência dura e forte de Camille, ela profundamente, é uma mulher frágil e danificada. Os flashbacks da sua adolescência, interpretados por Sophia Lillis (“It”) são a prova disso mesmo. Camille escolhe sempre roupas largas e escuras, para desagrado da mãe. Só mais para a frente, descobrimos a dura realidade na vida de Camille. Magoa-se voluntariamente como forma de se castigar. O seu corpo está coberto de cicatrizes com marcas de culpa. Culpa-se principalmente pela morte da irmã mais nova que morreu de doença em criança. Por esse motivo, esta personagem é quase intocável, não procura afetos e distancia-se das pessoas. [LER MAIS]

Crítica: Julie e Julia

Julia Child começa a sua aventura no mundo da cozinha profissional e a sua determinação é motiva a blogger Julie Powell em 2002 para conseguir realizar todas as receitas do primeiro livro de Child durante um ano.

Título: Julie & Julia
Ano: 2009
Realização: Nora Ephron
Interpretes: Amy Adams, Meryl Streep, Chris Messina…
Sinopse: Julia Child começa a sua aventura no mundo da cozinha profissional e a sua determinação é motiva a blogger Julie Powell em 2002 para conseguir realizar todas as receitas do primeiro livro de Child durante um ano.

Baseado em duas histórias verídicas, separadas pelo tempo mas iguais na paixão sobre a cozinha. A blogger e escritora Julie Powell conseguiu a fama ao criar uma página na internet onde reflectisse o seu desafio diário cozinhar 500 receitas da chef Julia Child, escritora do livro “Mastering the Art of French Cooking” em 365 dias. Durante o filme acompanhamos duas histórias. Nos anos 40, Julia Child (Meryl Streep) chegou recentemente a França devido ao emprego do marido e luta para conseguir algo de interessante para passar o seu dia. Descobre que a única satisfação que tem é em comer, a partir daí decide explorar a cozinha francesa e matricula-se num curso de chef, numa prestigiada escola. O seu gosto apurado e carisma tornou-a na primeira mulher americana a conseguir adaptar as receitas francesas para o seu país e ainda apresentar programas de televisão. Por outro lado, no ano 2002, Julie Powell, insatisfeita com o seu emprego e a sua mudança de casa, decide criar algo que a faça completamente feliz, um blog sobre culinária, onde vai adaptar durante um ano as receitas da sua mentora. Será que conseguiu?

Julie & Julia” consegue levantar o ânimo. Um caso de sucesso sobre vidas insatisfeitas, mas que com tempo e determinação, conseguem sair vencedoras dos seus sonhos. Um filme apetitoso que nos faz criar água na boca, devido às receitas suculentas apresentadas e aos truques para melhor cozinhar. O argumento bem escrito e interessante, baseado no próprio blogue criado por Powell sobre as dificuldades e riscos de seguir o seu objectivo.

Esta longa-metragem apresenta uma narrativa coerente e contagiante, íntima na vida destas personagens. O elenco bem escolhido tem no protagonismo duas excelentes atrizes. Meryl Streep sempre sólida que nunca desilude seja qual for a sua personagem e Amy Adams ainda não tão reconhecida, mas que já deixava a sua marca no ecrã. Concluindo este é um filme interessante, muito envolvente que mantém uma narrativa serena e que nos faz lembrar que melhores dias virão. O blogue atribui 3,5 estrelas em 5.

Rating: 3 out of 5.

Crítica: Animais Noturnos

Uma endinheirada proprietária de uma galeria de arte é assombrada pelo livro escrito pelo seu ex-marido, um triller violento em que ela interpreta como sendo um conto de vingança.

Título: Nocturnal Animals
Ano: 2016
Realização: Tom Ford
Interpretes: Amy Adams, Jake Gyllenhaal, Michael Shannon…
Sinopse: Uma endinheirada proprietária de uma galeria de arte é assombrada pelo livro escrito pelo seu ex-marido, um triller violento em que ela interpreta como sendo um conto de vingança.

Histórias paralelas que estão conectadas entre si.”Animais Nocturnos” é um filme com dupla personalidade. Dois mundos que se colidem devido à dissecação da história de vida das personagens principais. De um lado temos a realidade, explicada em momentos de flashback do passado, por outro temos a leitura de uma obra literária sobre um crime que aos poucos vai sendo explicado. No centro do trama, temos Susan (Amy Adams) uma ambiciosa propietária de uma galeria de arte, que vive num casamento infeliz, sem o amor de um marido ausente. Ao receber em sua casa um manuscrito do novo livro do seu ex-marido, vai percebendo que tem muito em comum com aquelas personagens fictícias e vai-se lembrando de fragmentos da sua vida. Ao lado da fantástica Amy Adams que está deslumbrante neste filme, e volta a surpreender com a sua interpretação, está Jake Gyllenhaal. O ator mantém ativos dois papéis, o sensível Edward que sonha ser escritor e o metódico Tony que luta contra um crime que o marcou bastante.

O realizador Tom Ford é fã de mistério, mensagens ocultas e finais abertos. “Animais Nocturnos”  faz-nos pensar na influência que temos nos outros, e de que forma isso colmata a nossa vida. A densidade das personagens é profunda e susceptível à descoberta pela parte do espectador. Pensamentos complicados de interpretar os destas personagens que se prolonga com um argumento denso. Contudo é um filme plausível que tem como objectivo principal, a vingança. Esta vingança está escrita de forma despercebida, mas que influencia muito o destino das personagens. No início ficamos sem perceber, mas à medida que o filme avança existe uma luz ao fundo do túnel, de forma subjectiva, onde cada um interpreta à sua maneira. Já assistiram ao filme? Qual é a vossa opinião relativamente ao final? Como o interpretam? O blogue atribui 3,5 estrelas em 5.

Rating: 4 out of 5.

Crítica: O Primeiro Encontro

Quando doze estranhas naves espaciais aterram no nosso planeta a professora linguista Louise Banks é convocada para interpretar a língua dos visitantes alienígenas.

Título: Arrival
Ano: 2016
Realização: Denis Villeneuve
Interpretes: Amy Adams, Jeremy Renner, Forest Whitaker…
Sinopse: Quando doze estranhas naves espaciais aterram no nosso planeta a professora linguista Louise Banks é convocada para interpretar a língua dos visitantes alienígenas.

Arrival” não é daqueles filmes comuns de Oscar. No entanto nos últimos anos filmes como “Gravity“, “Interstellar” e “Martian” conseguiram chegar aos prémio de topo. Denis Villeneuve um dos realizadores mais promissores da atualidade optou por criar este filme de ficção científica com um formato diferente. Não é visto da perspectiva espacial, nem da dramática humana do país ser invadido. Neste filme conhecemos o ponto de vista de Louise Banks (Amy Adams) uma linguista formada. A sua calma e raciocínio é evidente durante todo o filme. Esta é uma jornada inteligente sobre como comunicamos que se for bem feito pode evitar guerra. A comunicação por vezes é um pouco desvalorizada, mas pode tornar-se numa excelente arma de defesa e perseverança. A construção do filme não é complexa, mantém um ritmo consciente, mas muito vagaroso. Mantendo o suspense para o espectador sobre até quando este encontro pode durar. Apesar de parecer um filme sobre a própria invasão alienígena, esta é principalmente uma viagem emocional pela vida da protagonista.

A interpretação de Amy Adams não tem qualquer defeito. A atriz mantém a sua postura séria, mas funcional, num argumento dramático e plausível.  Jeremy Renner mantém-se ao lado da atriz mas de uma forma bem mais secundária e menos envolvimento na trama principal. Relativamente ao aspecto visual do filme foi interessante e intenso. A imaginação foi posta à prova para criar novos extraterrestres com tecnologia de ponta que fossem dotados do interesse do espectador. Com aspectos únicos e traços singulares a equipa dos efeitos visuais conseguiu sair bem sucedida da situação. “O Primeiro Encontro” apresenta uma nova visão, que não é tão cientifica, mas que explica o outro lado do prima, ou melhor, explica uma nova abordagem para seres que não são desta terra. Na minha sincera opinião o filme convence mas não deverá ganhar o Óscar de Melhor Filme. O blogue atribui 3,5 estrelas em 5.

Rating: 3 out of 5.

Crítica: Golpada Americana

Um homem fraudulento, Irving Rosenfeld ao lado da sua sedutora parceira, Sydney Prosser, são forçado a trabalhar com um agente do FBI, Richie DiMaso, que os leva para um mundo da máfia em Jersey.

Título: American Hustle
Ano: 2013
Realização: David O. Russell
Interpretes: Christian Bale, Amy Adams, Bradley Cooper, Jennifer Lawrence…
Sinopse: Um homem fraudulento, Irving Rosenfeld ao lado da sua sedutora parceira, Sydney Prosser, são forçado a trabalhar com um agente do FBI, Richie DiMaso, que os leva para um mundo da máfia em Jersey.

Em clima de Oscars, vou falar-vos do filme “American Hustle” que esteve nomeado para Melhor Filme em 2014. David O. Russell já provou o seu estilo em vários filmes como “Os Três Reis“, “The Fighter“, “Guia Para um Final Feliz” e “Joy“. Em “Golpada Americana” Russell volta a juntar Bradley Cooper e Jennifer Lawrence, e desta vez com os atores Amy Adams e Christian Bale a acompanhar. O elenco é uma chuva de estrelas que fazem este filme andar, já que a sua história mantém-se com lacunas e previsibilidade de acontecimentos. Nos 5 primeiros minutos de filmes percebemos logo como irá terminar. No entanto esta obra cinematográfica é mais real e mais madura dos que os filmes antecessores do realizador. Uma história sobre vigaristas de topo que juntamente com as suas complicadas vidas pessoais, conseguem tirar sempre o melhor partido da situação, por mais louca que seja. O cast também bem consagrado consegue mostrar as suas excelentes interpretações, sem vaidades mas com os nervos à flor da pele. Esse é dos factores mais positivos.

A história pouco vulgar, desvenda o golpe do ano e do seu caminho para o sucessor. Os quatro principais protagonistas oferecem tudo de si para o melhor do filme. Porém quem mais me surpreendeu foi Amy Adams com a sua bombástica Sydney. Com mais sensualidade e timidez inexistente, típica das suas anteriores personagem, Amy conseguiu surpreender com a garra deste papel. Infelizmente para Adams tinha fortes adversárias nos Oscares e por isso não conseguiu ganhar. O filme é longo a por vezes mantém-se demasiadamente vinculado para mostrar o lado bom dos vigaristas que todos os dias lutam para conseguirem uma vida melhor. Com um registo irónico e perverso, Russell conseguiu captar o melhor de cada uma das personagens. O blogue atribui 3,5 estrelas em 5.

Rating: 3 out of 5.

Os melhores e os piores vestidos dos Golden Globes 2017

Crítica: Lullaby

Um jovem que nunca esteve muito ligado à família descobre o que pai voluntariamente quer desligar-se do suporte de vida, num prazo de 48 horas.

Título: Lullaby
Ano: 2014
Realização: Andrew Levitas
Interpretes:  Garrett Hedlund, Richard Jenkins, Anne Archer, Amy Adams…
Sinopse:Um jovem que nunca esteve muito ligado à família descobre o que pai voluntariamente quer desligar-se do suporte de vida, num prazo de 48 horas.

A eutanásia. Essa palavra que nos arrepia só de pensar e também nos entristece. A eutanásia é um dos temas mais falados da actualidade, e serve também como pano de fundo a este filme. Garrett Hedlund interpreta uma jovem independente que se afastou da família, apesar de ainda viver do dinheiro que o pai lhe dá. Reencontra-se novamente com os pais e irmã, quando o pai decide voluntariamente desligar as máquinas que o mantém a respirar. Desde o momento da chegada do jovem ao hospital até ao final do filme, acompanhamos as dúvidas, medos e sentimentos de cada um dos elementos que terão de enfrentar a morte. De forma dramática e poderosa, “Lullaby” tem um tema forte, contudo o argumento não foi delineado com os melhores propósitos. Sequências com falhas e momentos demasiadamente penosos, por vezes podem tornar o filme cansativo. Já o final compensa pelo resto do filme e até foi merecedor de uma lágrima.

O elenco é de luxo, contudo a maioria das personagens não são valorizadas como merecem. Amy Adams teve um papel insignificante e melancólico, um romance demasiadamente forçado. Para descomprimir da dura realidade existem alguns momentos cómicos que promovem a descontracção do filme pesado. Não entanto não são momentos suficientes. O desempenho de Richard Jenkins na minha opinião foi a mais comovedora. “Lullaby” no geral mantém uma mensagem: viver a vida sem arrependimentos, porque depois não há volta a dar. Para finalizar este filme apesar do mediano resultado, acompanha de forma precisa a dificuldade de uma família optar por parar com a intervenção médica. O blogue atribui 3 estrelas em 5.

Rating: 3 out of 5.