Carnival Row

Uma guerra entre humanos e fadas, é a premissa para o fim de um romance entre estes dois mundos, que se voltam a encontrar passados 7 anos. Contudo surge uma ameaça bem mais assustadora.

A série de fantasia da Amazon Prime, Carnival Row é uma viagem pelo mundo do imaginário de seres quase impossíveis. Baseado no script de um filme por Travis Beacham, temos uma narrtaiva diferente ao estilo steampunk e noir sobre uma história sobrenatural e ainda um mundo onde vivem humanos e fadas. A série é protagonizada pelos atores Orlando Bloom e Cara Delevingne.

Depois da sua terra ser devastada pela guerra, criaturas místicas, procuram refugio na cidade Burge. Aqui o clima entre diferentes espécies aumenta, num mundo quase governado por humanos que vivem fortes racismos com os refugiados. No epicentro da história, temos uma série de homicídios não resolvidos, injustiças sociais, lutas pelo poder, amor não resolvido e ainda ajustes de igualdades que corroem a pouca paz que existe. A primeira temporada tem apenas 8 episódios e a segunda já está a caminho.

Em Carnival Row, Orlando Bloom, interpreta Rycroft Philostrate, um polícia inspector do Burge que investiga uma forte conspiração no centro da cidade. Contudo o seu relacionamento não resolvido com Vignette (Cara Delevingne) veio para assombra-lo do passado. Vignette é uma fada que veio pedir refugio ao Burge, enquanto tenta sobreviver na cidade, envolve-se com um grupo mafioso de fadas, os Corvo Negro, que só lhe trazem problemas. Enquanto estas personagens principais são parte da histórias, as secundárias, também marcam destaque. Assim Carnival Row, completa-se com uma envolvente mais natural e mais explicativa sobre os acontecimentos que assombram a cidade.

A mitologia que apresenta integralmente a série torna-se interessante e intrigante para desenvolvimentos futuros. Os personagens principais, por vezes perdem-se um pouco pelo caminho, contudo foi óptimo voltar a ver Orlando Bloom no protagonismo. O ator é também produtor da série. Carnival Row é um mix de aventura, ação e mistério. Mas também por outro é um caminho que tem falência de mais dinamismo e o factor de cativo.

Modern Love

A vida de estranhos com um aspecto em comum apenas: O Amor. Em pequenas histórias somos levados pelas dificuldades e obstáculos da vida, mas em cada lugar pode sempre encontrar-se a felicidade.

Nesta pequena série de oito episódios da Amazon acompanhamos histórias distintas de personagens que nada estão relacionadas. Uma série baseada em factos verídicos de pessoas que contavam a sua própria história de amor para o jornal New York Times. Assim nasceu esta série, uma forma que dá a conhecer fantásticas histórias e com muita essência humana.

O elenco é fantástico e em cada episódio, surgem atores que reconhecemos facilmente. Sofia Boutella (A Múmia), Olivia Cooke (Ready Player One), Tina Fey (30 Rock), Anne Hathaway (Os Miseráveis), Catherine Keener (Get Out), Christin Milioti (How I met your mother), Andrew Scott (Sherlock), Dev Patel (Quem quer ser bilionário), entre outros…Podemos assistir à série em episódios sem sequência, porque as narrativas de cada um, não estão interligadas. Cada momento é marcante e acreditam que vai deixar cair uma lagrimazinha.

A primeira narração explica a situação de uma jovem de um condomínio privado que não consegue encontrar um par. Todos os dias o seu porteiro está sempre lá na entrada e assegura-lhe apenas pelo olhar que reprova as suas escolhas. Mas acontece o inesperado, quando engravida e daí será uma aventura descobrir a maternidade, mas tem sempre o seu porteiro para ajuda-la. No segundo episódio conhecemos duas histórias de amor. Uma da jornalista e outra do entrevistado que tornou-se milionário graças a uma aplicação para namoro. Ambos contam histórias de amores perdidos por circunstâncias do tempo ou do péssimo timing. Mas no final conseguem aprender novamente a amar. No terceiro episódio e meu favorito, temos a fantástica interpretação de Anne Hathaway. Uma mulher bipolar que tem dificuldade em comunicar o seu problema e a conseguir alguém para partilhar a sua vida devido à sua condição. Ora está feliz e é a melhor pessoa do mundo, como de um momento para o outro é infeliz e não se consegue mexer. Será que vai melhorar? No quarto episódio temos um casal com filhos e uma vida já caída na rotina que terão de aprender novamente a amar. A terapia de casal sugere fazerem desporto juntos: a resposta surge com um jogo de ténis. No próximo episódio temos um primeiro encontro que corre muito mal e termina com pontos no hospital. Contudo permaneceram sempre juntos. Mas é um primeiro encontro certo? por isso não se pode esperar muito. Será que estavam destinados? O sexto episódio apresenta uma história mais controversa. Uma jovem apaixona-se por um homem bem mais velho, que se assemelha muito ao seu pai. Mas será amor carnal, ou apenas amor afectuoso? Uma jovem adolescente hippie, engravida e decide dar o seu bebé para a adopção. Encontra na agência um casal de homossexuais e não podia ter encontrado melhor par. Será que todos se vão dar bem? Para último episódio temos a perda do amor da sua vida. Um amor mais maduro é diferente quando temos 70 e 80 anos. Demorou muitos anos para encontra-lo, mas conseguiu conhecer a sua alma gémea. Enquanto corta a meta final, descobrimos todas estas histórias a conjugarem-se numa só.

Nesta série deliciosa sobre todas as formas do amor presente, sentimos-nos nostálgicos e felizes ao conhecer estas histórias, que de uma ou outra maneira resultaram. Uma série que nos deixa o coração bater mais forte e que nos faz acreditar na humanidade e principalmente no amor. Esta foi a primeira temporada, mas a segunda já foi confirmada. Podem assistir no Amazon Prime.

A Very English Scandal

“A Very English Scandal” é uma série produzida pela BBC com apenas três episódios que de forma breve apresenta o caso verídico entre Jeremy Thorpe (Hugh Grant) e Norman Scott (Ben Whishaw). Thorpe foi acusado pelo seu ex-companheiro homossexual, Scott de o ter tentado assassinar em 1976. Esta é uma história que se foca no julgamento que durou até 1979, mas antes conhecemos o relacionamento entre ambos, que começou, 15 anos atrás.

A Very English Scandal” é uma série produzida pela BBC com apenas três episódios que de forma breve apresenta o caso verídico entre Jeremy Thorpe (Hugh Grant) e Norman Scott (Ben Whishaw). Thorpe foi acusado pelo seu ex-companheiro homossexual, Scott de o ter tentado assassinar em 1976. Esta é uma história que se foca no julgamento que durou até 1979, mas antes conhecemos o relacionamento entre ambos, que começou, 15 anos atrás.

Baseados em factos verídicos sobre a manchete que se fez circular nos anos 70 em Inglaterra, quando o líder político, Jeremy Thorpe, foi acusado não só de viver um relacionamento homossexual, como também ter tentado assassinar o seu antigo parceiro. Esta série exibida na Amazon Prime Video, baseou-se no livro de John Preston com o mesmo nome, sobre um dos maiores escândalos britânicos políticos.

O ator Hugh Grant despe o papel de par romântico e assume a liderança com uma personagem real e homossexual que apesar da sua personalidade autoritária apresenta alguns momentos de humor negro. Já o ator Ben Whishaw assume bem o co-protagonismo nesta série. Deixou de ficar em segundo plano. O ator conseguiu três prémios com este papel para melhor ator secundário: Emmy, BAFTA e Globo de Ouro. Ambos apresentam uma química natural, e mesmo sem comunicarem só com o olhar, conseguem transmitir o sentimento de perda.

O director Stephen Frears, abordou esta comédia dramática em sequência linear, mas concordo que deveria apresentar os factos aleatórios. O início da série deveria já começar com o julgamento e as dúvidas iniciais do julgado e do acusador e a partir daí começa a contar a história de ambos, como se conheceram e como iniciou a aventura. O impacto seria maior e possibilitava criar um impacto maior com o público. A emoção seria mais ampla e intrigante, pois o desfecho final já é do conhecimento geral.

Contudo “A Very English Scandal” é uma mini-série consistente e baseada em factos verídicos, onde conseguimos assistir a excelentes performances dos atores e com um forte humor muito presente.

James May – Our Man in Japan

James May – Our Man in Japan é uma fantástica odisseia de descoberta pelo país do sol nascente. O apresentador James May diverte-se enquanto explora as maravilhas do Japão.

O apresentador britânico James May aventura-se nas terras nipónicas na descoberta das tradições mais antigas do Japão. Numa viagem de 6 episódios conhecemos os segredos que este país esconde. Com uma produção especial da Amazon Prime Video, somos transportados para a Ásia e um país rico em fortes costumes.

Começamos a aventura deste documentário na ilha mais a norte do Japão, Hokkaido. O frio faz-se sentir e James May é puxado por um trenó de cães pelo gelo, e experimenta pela primeira vez uma luta de bolas de neve profissional. Ainda é convidado a entrar no restaurante mais pequeno, muito comum naquela região, onde todos sentem-se à vontade para conviver. James consegue amizade com um monge local e juntos sobem a montanha pelo frio e gelo. No final descontraem com um banho num onsen. A experiência do Japão não podia estar completa com uma ida a Tóquio, Osaka e Kyoto. A experiência de James é mesmo desvendar a barreira por estas tradições. Conhece um mestre fabricante de espadas samurais, participa num karaoke, tem um encontro com uma gueixa que lhe ensina a cerimónia do chá e a tocar um instrumento típico, visita os principais monumentos com um robô falante, participa no treino de sumo, vai pescar o seu próprio polvo e cozinha-o, entra numa luta de robôs, visita Hiroshima, e até é participante num festival dedicado ao pénis. Podem encontrar tudo isto e muito mais neste documentário bastante divertido e que não aborrece.

“James May: Our Man in Japan” é uma odisseia de descoberta num país fantástico. A língua não é problema, pois são pessoas muito humildes e carinhosas. Deu-me imediatamente vontade de viajar novamente até ao Japão. Para quem ainda não conhece estive lá no ano passado e os posts podem ler em baixo, juntamente com os vídeos que gravei.

Viagem – Parte 1
Viagem – Parte 2
Viagem – Parte 3

Fleabag

Fleabag conquistou todos os prémios, incluindo a de Melhor Comédia. A culpa é protagonista, interpretada por Phoebe Waller-Bridge. Completamente sassy e complexa, mas que mulher não é?

Fleabag conquistou todos os prémios, incluindo a de Melhor Comédia. A culpa é protagonista, interpretada por Phoebe Waller-Bridge. Completamente sassy e complexa, mas afinal que mulher não é?

A protagonista não tem nome próprio, por isso vamos chama-la de Fleabag. Phoebe Waller-Bridge é a atriz, produtora e argumentista da série. Além deste trabalho também escreve para a série “Killing Eve“. Uma mulher para “quase” tudo, mas é mesmo assim. Não havia sentido de outra maneira. Começou por ser uma peça de teatro de uma mulher só, mas foi a BBC que insistiu no talento de Phoebe e produziram, Fleabag. Com monólogos protagonizados principalmente pela protagonista, acompanhamos as suas dificuldades de coerência mental, enquanto lida com o seu vício por sexo e a perda da sua mãe e melhor amiga. Fleabag ainda luta para manter uma sanidade estável na sua família, onde existe muitas barreiras de comunicação, com a sua irmã e pai e ainda manter de pé o negócio do seu café.

O que torna Fleabag numa série de sucesso é mesmo a sua protagonista e criadora Phoebe Waller-Bridge. As suas expressões faciais de Phoebe são de melhor e em muitos momentos nos conectamos com a personagem, por nós na nossa vida também somos assim. Esta relação surge, porque muitas das vezes Fleabag comunica com a audiência sobre os seus pensamentos mais íntimos. De uma forma mais provocadora e com o uso do humor negro, aproximamos-nos desta personagem sarcástica e complexa. Mesmo como uma peça de teatro (tal como era para ser originalmente) em que uma personagem mantém um diálogo com o público sem que os outros intervenientes se apercebam.

A sua curta duração de apenas 6 episódios em duas temporadas, com um tempo de 30 minutos cada episódio, torna esta série fácil de ver e muito viciante. A protagonista tem falhas e não tem medo de assumi-las, daí que também nos aproximamos mais dos seus problemas, que são demasiadamente complexos para uma solução prática. Mas Fleabag tenta erguer-se das suas adversidades e continuar a viver. Um bocadinho de cada nós por vezes irratadiça, incoerente e não politicamente correta. Esta série, além de uma comédia, é um drama e tal necessita de vilões. Temos Olivia Colman (antes de pertencer ao elenco de The Crown) e Brett Gelman (Stranger Things) que promovem a tirania na série.

Ambas as temporadas são surpreendentes e mantém-se na mesma qualidade. O humor britânico está bem vinculado e por tal torna-se bem hilariante. Fleabag pensa como nós. Concluindo esta é uma excelente série, que já terminou, e apesar de querermos muito mais, ficamos bem felizes com o resultado final. Todos deviam conhecer esta série. Em Portugal podemos conhecer Fleabag na Amazon Prime Video.

Vídeo Review: