Crítica: Babel

A tragédia ataca um casal que está de férias no deserto de Marrocos, com uma história muito envolvente que interliga quatro famílias diferentes.

Título: Babel
Ano: 2006
Realização:  Alejandro G. Iñárritu
Interpretes:  Brad Pitt, Cate Blanchett, Gael García Bernal…
Sinopse: A tragédia ataca um casal que está de férias no deserto de Marrocos, com uma história muito envolvente que interliga quatro famílias diferentes.

4 famílias unidas

Alejandro G. Iñárritu é um realizador completo. Já recebeu quatro Óscares, incluindo melhor realizador em “Revenant” e melhor filme em “Birdman“. De alma mexicana e coração cheio, revolucionou a indústria cinematográfica. Em “Babel” começava os seus primeiros passos a ser notado em Hollywood.

Com um forte elenco neste filme e uma história que nos agarra ao ecrã, seguimos quatro famílias diferentes, unidas por uma situação que os afectou a todos. Este é um filme que nos faz pensar e duvidar das internações mais nefastas da sociedade, mesmo que não seja com o intuito de prejudicar.

Babel” apresenta uma narrativa múltipla com histórias paralelas. Estamos em Marrocos, onde conhecemos duas crianças de uma família pobre. São dois irmãos que cuidam das ovelhas para o sustento da família. O pai ofereceu-lhes uma espingarda para matarem os chacais que atormentam as ovelhas. Mas como são crianças nem sempre compreendem os perigos de arma de fogo. Viajamos para os E.U.A. e lá conhecemos uma latina que é cuidadora de duas crianças. O casamento do seu filho aproxima-se e teme que não pode ir, pois os pais das crianças estão para fora e terá de cuidar deles. Decide levá-los consigo e atravessa a fronteira do México com as crianças. Do outro lado do mundo, no Japão, uma rapariga surda-muda lida com a morte da mãe, enquanto descobre a sua sexualidade. Histórias que podia ser diferentes, juntam-se quando as crianças dão um tiro acidental numa norte-americana e desencadeiam um misto de situações difíceis de controlar.

Alejandro G. Iñárritu utiliza o close-up da câmara em muitas situações para compreendermos a expressão caótica das personagens. A sua inquietação, medo e angústia. Tudo isso foi bem pensado em cada momento na abordagem desta história. Sentimos-nos presos a esta narrativa que aos poucos e poucos, descobrimos que não vai correr bem. Alguém vai ficar a perder. Este filme teve nomeado para os Óscares de 2007, mas perdeu para o Departed – Entre Inimigos, que também mereceu.

O elenco neste filme é forte e apesar da maioria não ser reconhecida, apresentam fantásticos papéis. Destaco Brad Pitt pois conseguiu ser um pai e marido desesperado à procura de respostas, e são muitos momentos em que nos parte o coração com a sua interpretação. Cate Blanchett também ofereceu um excelente suporte neste filme.

O realizador pretende chamar à atenção sobre as falsas pretensões dos norte-americanos serem vítimas de terrorismo. Contrariar essa ideia do falso terrorismo e apostar que nem todas as culturas são iguais. Além disso foca-se nas loucuras da adolescência e nas cores vibrantes da cidade de Tóquio. Que contrasta muito com o deserto de Marrocos. Duas decisões paisagistas bastante diferentes e que colmatam toda a diversidade no mundo. No final queremos conhecer sempre mais sobre como estas famílias estão unidas, mesmo sem saberem. O realizador pretende nos fazer pensar sobre a unificação de povos. O blogue atribui 4 estrelas em 5.

Rating: 4 out of 5.

Crítica: The Revenant – O Renascido

Um homem da fronteira, numa expedição em 1820, luta pela sobrevivência após ser atacado por um urso é deixado para morrer pelos homens do seu grupo de caça.

Título: The Revenant
Ano: 2015
Realização: Alejandro González Iñarritu
Interpretes: Leonardo DiCaprio, Tom Hardy, Will Poulter
Sinopse: Um homem da fronteira, numa expedição em 1820, luta pela sobrevivência após ser atacado por um urso é deixado para morrer pelos homens do seu grupo de caça.

Depois de Birdman, Alejandro González Iñarritu voltou a deixar a sua marca no cinema. “The Revenant” é uma obra-prima cinematográfica, especial, única e merece toda a nossa atenção. Numa história de sobrevivência humana, acompanhamos a personagem de Leonardo DiCaprio, num mundo desconhecido, gravemente ferido, com fome, frio, e cansado, que a única vantagem que o faz sobreviver é a busca pela justiça. Neste filme, Iñarritu é capaz de mostrar a verdadeira tristeza, crueldade e realidade do Homem. Tudo está apresentado nu e cru, tal como deve ser, e como Hollywood tenta esconder. O filme é cativante desde o início com o ataque do urso, e durante aproximadamente 2 horas acompanhamos a jornada da vingança. Por falar em ataque do urso, essa cena foi projectada de uma forma tão real, que compreendemos por completo o medo e a hesitação de Hugh Glàss. Um filme adulto e sério, que choca e sensibiliza o espectador, mas talvez seja esse o propósito.

Esta é uma história impressionante verídica de Hugh Glàss, que em 2002 foi exposta num livro. Leonardo DiCaprio está excepcional no filme e a sua interpretação pode lhe valer um Oscar de Melhor Ator Principal, ao lado de Tom Hardy que também está nomeado para o Oscar de Melhor Ator Secundário. O filme em si revela uma estática técnica brilhante, vinda da mente de Iñarritu, mas também do departamento técnico de imagem. Além da história marcante, dura e real, não há palavras para descrever isto tudo. “The Revenant” é a combinação perfeita cinematográfica, numa obra completa e difícil de esquecer. Sem dúvida um dos melhores filmes do ano, apesar de ferir os mais sensíveis, vale a pena ver e conhecer esta maravilhosa história. O blogue atribui 4,5 estrelas em 5.

Rating: 4.5 out of 5.