Quando o romance não corre bem

O “felizes para sempre” nem sempre é mote para a sétima arte. Por vezes existe casos em que o amor não resulta,  sendo dispensável para o desenvolvimento das personagens. Lamento spoilar em alguns casos (para quem ainda não viu), mas é mesmo assim. Aqui o amor não funciona. Este é um verdadeiro tiro no pé para os fãs de romance.

La La Land

Vou começar pelo mais recente. Todos nós caímos na ilusão criada por Damien Chazelle no musical La La Land, onde acreditamos mesmo no amor de Mia e Sebastian. Acompanhamos as estações do ano, quando se conheceram no inverno e não gostaram um do outro. Da Primavera quando conversaram pela primeira vez, ao verão quando se apaixonaram, ao outono quando o amor começou a desvanecer. Não ficaram juntos no final, mas ficaram felizes. Além disso nos últimos minutos do filme o realizador faz uma surpresa, criando uma suposição de como seria a vida se eles se mantivessem juntos.

O Despertar da Mente

Michel Gondry, o realizador de “O Despertar da Mente” tinha um objectivo: criar um filme totalmente diferente sobre as relações humanas. E se pudéssemos esquecer todas as memórias que tínhamos de uma pessoa, seriamos mais felizes? Joel e Clementine eram um casal totalmente diferente e livre de despreocupações, até ao dia que se conhecem bem de mais. Começam a detestar-se. Tal como a cor de cabelo de Clementine a paixão que sentiam começa a mudar. Será a solução esquecer a pessoa que amamos, ou o amor é mais forte?

500 days of Summer

Esta não é uma história de amor.  Assim nos é avisado no início do filme. Summer e Tom conhecem-se informalmente num elevador. Partilham um gosto comum pela música. Daí ao romance é um saltinho. Ele adora-a. Vivem dias fantásticos, com piadas que só os dois percebem, num mundo só deles. Mas do nada, Summer começa a desinteressar-se por Tom. O romance já não está lá e só existe uma solução: a separação. Ele detesta-a. Tal como La La Land, neste filme o amor é também comparado às estações do ano.

A Separação

Tal como o nome do filme indica, estamos perante um filme sobre uma separação. Jennifer Aniston e Vince Vaughn são Brooke e Gary. Perceberam no início do filme que já não suportavam estar perto um do outro. Separaram-se e ficaram melhor. Mas no final ainda gostavam um do outro.

Efeito Borboleta

Os finais felizes nem sempre estão destinados. Em “Efeito Borboleta”, Evan é um rapaz que desde de miúdo sofre de perdas de memória. Descobre mais tarde que isso são efeitos da sua habilidade de voltar o tempo atrás. Mas para salvar a vida de todos precisa de se separar da mulher que mais ama.

Like Crazy

Em “Like Crazy“, Anna e Jacob são um casal jovem que se amam loucamente. Conheceram-se na faculdade. Mas o visto de Anna expirou e terá de ser deportada para o seu país, Inglaterra. Enquanto isso Jacob fica nos Estados Unidos da América. Separados pela lei, tentam encontra-se novamente, mas ambos sentem que já não se conhecem. A cena final deste filme é mesmo muito triste.

Gone Girl

Em “Gone Girl“, Nick pensava que vivia feliz com a sua esposa Amy. O que ele não sabia é que ela vivia sufocada com a relação de ambos. Decidida a terminar com o tédio da sua vida, simula a sua própria morte e todos procuram por Amy. No final Nick descobre toda a verdade sobre a esposa e deixa de ama-la devido à sua loucura.

Blue Valentine

Um começo perfeito. Um casal que se conhece inesperadamente. Começam a namorar, até que Cindy (Michelle Williams) engravida de Dean (Ryan Reynolds). Criam uma família. Mas este filme não é sobre isso. “Blue Valentine” descreve o desgaste do amor numa relação. O desinteresse, as constantes discussões e o desconforto.  “I’m so out of love with you. I’ve got nothing left for you, nothing, nothing. Nothing, there is nothing here for you.

Her

Será possível o Homem apaixonar-se por uma máquina? Em “Her”, Theodore tinha sido deixado pela mulher que amava. A mulher que pensava construir família. Sozinho “agarra-se” à companhia de um programa de computador, criado para ter emoções. Passam todo o tempo juntos, com conversas que apenas ambos entendem. Mas será suficiente?

 

Crítica: 500 days of Summer

500 dias de Summer conta-nos a história de Tom (Joseph Gordon-Levitt) um jovem eterno romântico, que leva o seu trabalho como idealizador de postais muito a sério. É no seu emprego que conhece Summer (Zoey Deschanel), uma nova estagiária. Este é um amor à primeira vista por Tom

500 dias de Summer conta-nos a história de Tom (Joseph Gordon-Levitt) um jovem eterno romântico, que leva o seu trabalho como idealizador de postais muito a sério. É no seu emprego que conhece Summer (Zoey Deschanel), uma nova estagiária. Este é um amor à primeira vista por Tom. Após alguns encontros falhados de forma a conquistar a jovem, Tom toma finalmente a iniciativa de falar com Summer. Começam os dois a sair, o que se torna muito divertido para o casal. Tudo bem se não fosse um senão. Summer não procura um relacionamento sério, apenas quer manter a situação de amigos. Tom vai contra essa ideia referindo que está apaixonado pela jovem. Esta é uma história moderna de amor, que nos leva a momentos divertidos e atribulados pelo destino dos dois jovens. Tom, um desafortunado “leva com os pés” de Summer, referindo que não está mais apaixonada e decide por um térmito na relação. Rejeitado e abandonado, Tom sente-se de rastos, levando num total de 500 dias até esquecer completamente aquela que considerava ser a sua alma-gémea.

É também durante esses 500 dias que Tom, reflecte arduamente sobre a vida que leva, levando-o a pensar se foi devido à sua culpa que Summer o deixou. As suas reflexões vão leve-lo a descobrir o seu verdadeiro eu, e quais as paixões da vida. Este filme termina do mesmo modo que inicia-se “Esta não é uma história de Amor. Apenas uma história sobre o Amor”. Apesar de ter um final triste mas inevitável, retrata uma realidade quando o namoro acaba e depois vem a fase seguinte o desgosto amoroso. Com a perda total de amores por Summer, Tom está pronto para voltar a amar novamente.

Rating: 3 out of 5.