The Spanish Princess

A chegada da princesa espanhola Catarina de Aragão à corte inglesa para se casar com Arthur, veio mudar a forma como pensavam a realeza britânica que se mantinha com cada vez mais inimigos e com os cofres vazios. Será que Catarina vai ser a salvação do país?

Temporada 1

Continuando a história dos Tudor deixada nas séries The White Queen e The White Princess, seguimos a chegada da mais recente The Spanish Princess. Catarina de Aragão e princesa espanhola está prometida a casar com Arthur, desde criança. Arthur é segundo a linhagem o próximo rei de Inglaterra. Filho de Elizabeth e Henrique VII. Comprometida com o seu destino Catarina anseia por finalmente conhecer o seu esposo. Numa longa viagem de semanas de Espanha a Inglaterra, Catarina conta com a companhia de duas aias e ainda de um exercito espanhol para a escoltar à corte. Além disso fazem parte do seu dote de princesa. Algo que os ingleses necessitam bastante: uma aliança com Espanha através do casamento para se tornarem fortes aos seus inimigos e dinheiro para encherem os cofres do país.

Catarina não tem uma personalidade fácil. Corre-lhe nas veias o sangue quente e latino e apesar da jovem idade, sabe bem qual é o seu objectivo e como cumpri-lo. Foi para isso que treinou toda a sua vida. Uma rapariga decidida, que tem resposta para os snobes da corte britânica e que vive com uma paixão forte dentro de si, de honrar o seu dever. Apesar da insegurança inicial, Catarina casa imediatamente com Arthur, mas os dois tem dificuldades de comunicação enormes. Gostos diferentes e culturas ainda mais diferentes, dificultam o relacionamento de ambos. Só passado um meses é que a desconfiança se torna algo mais, e quando começaram a finalmente cumprir os seus deveres de marido e mulher, uma terrível doença abalou o herdeiro ao trono. Arthur não sobrevive à doença e deixa passado uns Catarina viúva e desamparada num país estranho. Neste momento que Catarina começa a criar um novo plano para se tornar Rainha de Inglaterra, mas o seu amor por Harry, irmão de Arthur, aumenta e ambos decidem planear o futuro juntos. Contudo este não será um caminho fácil. Primeiro pela avó do príncipe, depois pelo pai que ainda mantém uma forte dor em luto pela mãe e depois a irmã de Catarina, Joana e Rainha de Espanha que não aceita pagar o seu dote. Mas o destino consegue sempre uma forma de os juntar. Nesta primeira temporada, conhecemos as dificuldades no amor de Catarina e Harry, enquanto ambos não chegam ao trono. Além disso seguimos outras histórias paralelas, que é o caso das aias da princesa que lutam para conseguir um lugar na corte, mas são abordadas por outros fortes sentimentos que não esperavam encontrar.

Esta é uma série histórica com qualidade Starz que já muito bem nos habituou a estes géneros. A segunda temporada já está em andamento e deverá focar-se nos próximos anos de Catherine e Harry juntos na corte. O resto da história já conhecemos, mas retratado pelo ficcionismo de Phillipa Gregory torna-se bem mais interessante. Por isso estou curiosa para ficar a conhecer.

The Morning Show

Uma visão geral sobre um grupo de pessoas que ajuda a acordar os norte-americanos de manhã, num canal televisivo. Carregamos o quotidiano de um grupo de mulheres e homens nesta tarefa diária, após uma notícia polémica.

A tensão sufocante e competitiva numa estação de televisão

O lugar ao sol nem sempre é fácil de conseguir. Nesta série com produção da Apple TV seguimos a forte rivalidade de pivôs de um programa matinal. Além disso o mundo da estação de televisão é abalado, quando a estrela do canal, é acusado de assédio sexual no trabalho.

Tal criou um clima de insegurança e desconfiança no espaço. Com um elenco de luxo onde se destaca Jennifer Aniston, Steve Carrel e Reese Witherspoon nos principais papéis. O elenco é de peso e o argumento também. Tornado esta das séries recentes que mais vale a pena conhecer.

Esta primeira temporada de 10 episódios, começa com uma polémica notícia. Mitch (Steve Carrel) e Alex (Jennifer Aniston) era os sweethearts da América. O programa matinal deles que dava a conhecer as últimas notícias aos norte-americanos era dos programas mais rentáveis para o cana. Mesmo apesar das audiências estarem a descer. Contudo a dupla de apresentadores era muito querida pelo público. Uma manhã típica para ambos é acordar às 3 da manhã e começarem o programa às 6h. Logo no primeiro episódio são abordados com uma forte notícia, quando Mitch é acusado publicamente por abuso sexual e má conduta em local de trabalho. Proibido de voltar à estação, é Alex que terá de dar seguimento ao programa. Ainda em choque e a recuperar das notícias sobre o seu colega de mesa há 15 anos, a pivô lidera com precaução cada movimento seu.

Alex aproveita este momento para reivindicar aquilo que sempre que pertenceu a Mitch. Apesar de ainda estar desorientada, Alex deseja tornar-se a cara da estação e vai usar a corrente a seu favor. Mas numa forte disputa, arrasta Bradley (Reese Witherspoon) para o caos. Bradley era apenas uma entrevistada de Alex, após um vídeo seu tornar-se viral. Contudo Bradley tem toda a vivacidade para estar em pé de igualdade ao lado de Alex na condução do programa matinal. Mas a personalidade de Bradley não é de aceitar o seu papel de marioneta de programa, tem a sua própria opinião, desembaraço e apesar de não estar habituada às luzes da ribalta, tem um forte à vontade à frente das câmaras. Será Alex capaz de competir com isso?

A série aborda esta rivalidade num estação de televisão, os crimes sexuais que tem recebido mais notoriedade nos últimos tempos e ainda o preço da fama que pode custar a opinião do público e o afastamento da família e ainda as falsas amizades deste meio, onde é cada um por si. Com um argumento fantástico e com desempenhos ainda melhores, “The Morning Show” é um drama intrigante com atores que normalmente são conhecidos pela comédia, mas que conseguem destacar-se nestes papeis mais sérios. Todos se destacam à sua própria maneira. Esta foi uma série muito empolgante, diferente e que explora os bastidores dos programas de televisão de uma forma competitiva. Espera-se uma segunda temporada, pois ainda muito ficou em aberto e gostamos sempre de um bom reencontro de FRIENDS, é o caso de Jennifer Aniston e Reese Witherspoon. Das melhores séries do ano e que provavelmente vai conhecer alguns prémios.

Enfrentar o Gelo

Uma patinadora Olímpica tenta balançar a sua vida no amor, família e a frágil saúde mental, quando o seu sonho toma grande parte do seu tempo.

Spinning Out” é uma série recente na Netflix que durante uma temporada aborda as complicações do desporto olímpico, patinagem artística no gelo, onde tudo tem de estar em perfeição. Além do ambiente competitivo, seguimos a vida da protagonista, enquanto tenta equilibrar a sua vida amorosa, familiar e a sua frágil saúde mental.

Somos apresentados a Katarina Baker (Kaya Scodelario) uma patinadora Olímpica que após uma forte queda durante uma competição, sofreu um traumatismo. Apesar disso continuou a patinar, mas evitando fazer os grandes saltos. A sua situação em casa, também não é a melhor. A sua mãe uma ex-patinadora Olímpica, tem doença bipolar, e Kat também herdou esse problema. Ambas tem de estar sempre controladas com medicação. A irmã mais nova de Kat, Serena também é patinadora, e esgotou o orçamento familiar num novo treinador, deixando a protagonista à sua sorte. Para continuar a fazer o que mais ama, Kat terá fazer patinagem artística com par, algo que não estava preparada, pois sempre trabalhou sozinha. Justin é um menino rico que que é bom patinador, mas muito egocêntrico e distraí-se muito facilmente.

Faltava uma série assim na televisão, adoro patinagem artística e tornou-se interessante assistir a este desporto noutra perspectiva. O guarda-roupa é também algo que me fascina, e esta série conseguiu ser bastante completa nesse aspecto. Além disso as paisagens de gelo e do frio em Idaho tornam o ambiente mais envolvente.

A protagonista pode ser Kat, mas nesta série as personagens secundárias também recebem a sua própria história. Temos o caso da melhor amiga Jenn, que luta para voltar a competir, Dasha que pretende reencontrar o antigo amor e Marcus, que foi recebendo mais destaque e conseguiu uma história só sua, como um primeiro homem de cor a esquiar em competição. “Spinning Out” é assim uma série completa, em que o argumento está bem estruturado e nos faz prender ao ecrã. Um factor que considerei interessante foi o facto de apresentar muitos momentos no gelo, onde são os próprios atores que patinam. Acredito que não sejam eles nas manobras mais difíceis, mas mesmo assim gostei desse esforço. O mesmo digo das coreografias no gelo. São lindas tal como este desporto pede e faz-nos sonhar.

Concluindo esta é uma série que terminou com apenas uma temporada, mas é agradável de assistir, num assunto não muito comentado como a doença bipolar, aliada à competição do desporto de patinagem artística no gelo. Apesar de jovem o elenco conseguiu estar à altura e foi bom ver Kaya Scodelario (Maze Runner). noutro género de papéis.

Modern Love

A vida de estranhos com um aspecto em comum apenas: O Amor. Em pequenas histórias somos levados pelas dificuldades e obstáculos da vida, mas em cada lugar pode sempre encontrar-se a felicidade.

Nesta pequena série de oito episódios da Amazon acompanhamos histórias distintas de personagens que nada estão relacionadas. Uma série baseada em factos verídicos de pessoas que contavam a sua própria história de amor para o jornal New York Times. Assim nasceu esta série, uma forma que dá a conhecer fantásticas histórias e com muita essência humana.

O elenco é fantástico e em cada episódio, surgem atores que reconhecemos facilmente. Sofia Boutella (A Múmia), Olivia Cooke (Ready Player One), Tina Fey (30 Rock), Anne Hathaway (Os Miseráveis), Catherine Keener (Get Out), Christin Milioti (How I met your mother), Andrew Scott (Sherlock), Dev Patel (Quem quer ser bilionário), entre outros…Podemos assistir à série em episódios sem sequência, porque as narrativas de cada um, não estão interligadas. Cada momento é marcante e acreditam que vai deixar cair uma lagrimazinha.

A primeira narração explica a situação de uma jovem de um condomínio privado que não consegue encontrar um par. Todos os dias o seu porteiro está sempre lá na entrada e assegura-lhe apenas pelo olhar que reprova as suas escolhas. Mas acontece o inesperado, quando engravida e daí será uma aventura descobrir a maternidade, mas tem sempre o seu porteiro para ajuda-la. No segundo episódio conhecemos duas histórias de amor. Uma da jornalista e outra do entrevistado que tornou-se milionário graças a uma aplicação para namoro. Ambos contam histórias de amores perdidos por circunstâncias do tempo ou do péssimo timing. Mas no final conseguem aprender novamente a amar. No terceiro episódio e meu favorito, temos a fantástica interpretação de Anne Hathaway. Uma mulher bipolar que tem dificuldade em comunicar o seu problema e a conseguir alguém para partilhar a sua vida devido à sua condição. Ora está feliz e é a melhor pessoa do mundo, como de um momento para o outro é infeliz e não se consegue mexer. Será que vai melhorar? No quarto episódio temos um casal com filhos e uma vida já caída na rotina que terão de aprender novamente a amar. A terapia de casal sugere fazerem desporto juntos: a resposta surge com um jogo de ténis. No próximo episódio temos um primeiro encontro que corre muito mal e termina com pontos no hospital. Contudo permaneceram sempre juntos. Mas é um primeiro encontro certo? por isso não se pode esperar muito. Será que estavam destinados? O sexto episódio apresenta uma história mais controversa. Uma jovem apaixona-se por um homem bem mais velho, que se assemelha muito ao seu pai. Mas será amor carnal, ou apenas amor afectuoso? Uma jovem adolescente hippie, engravida e decide dar o seu bebé para a adopção. Encontra na agência um casal de homossexuais e não podia ter encontrado melhor par. Será que todos se vão dar bem? Para último episódio temos a perda do amor da sua vida. Um amor mais maduro é diferente quando temos 70 e 80 anos. Demorou muitos anos para encontra-lo, mas conseguiu conhecer a sua alma gémea. Enquanto corta a meta final, descobrimos todas estas histórias a conjugarem-se numa só.

Nesta série deliciosa sobre todas as formas do amor presente, sentimos-nos nostálgicos e felizes ao conhecer estas histórias, que de uma ou outra maneira resultaram. Uma série que nos deixa o coração bater mais forte e que nos faz acreditar na humanidade e principalmente no amor. Esta foi a primeira temporada, mas a segunda já foi confirmada. Podem assistir no Amazon Prime.

Empire

Produzida para o canal Fox, “Empire” é uma série que explora os ritmos do hip hop e de como uma discográfica lida com as situações complicadas da indústria da música. Enquanto isso conhecemos a família Lyon, proprietária da Empire que vive somente para a música, mas que não sabem lidar uns com os outros.

Música. Família. Poder

Produzida para o canal Fox, “Empire” é uma série que explora os ritmos do hip hop e de como uma discográfica lida com as situações complicadas da indústria da música. Enquanto isso conhecemos a família Lyon, proprietária da Empire que vive somente para a música, mas que não sabem lidar uns com os outros.

O primeiro episódio foi muito bem construído e recebeu críticas positivas. No protagonismo temos Terrence Howard e Taraiji P., que interpretam o casal Lyon. Apesar dos fortes conflitos entre ambos, a química entre os atores é inegável.

Empire” é uma série da FOX que durante seis temporadas se manteve no ar. A produção começou em 2015, mas logo sabíamos que era uma série para durar. No elenco tínhamos o poderoso par Terrence Howard (Crash) e Taraji P. Henson (Elementos Secretos). A química entre os atores era fenomenal, além de não ser a primeira vez que trabalham juntos, nestes papéis foi o desempenho mais memorável de ambos. Na verdade era Terrence e Taraij que faziam a série só por si. A série foca-se em Lucius Lyon (Howard) um ex-fornecedor de droga e cantor de hip hop, que construiu a sua própria empresa de música, a Empire. Devido ao aviso do seu médico, decide abrandar a sua vida de CEO e passar a responsabilidade da empresa à sua dinastia. Com três filhos: Andre, Jamal e Hakeem, decide não passar ao primogénito, e fazer os seus filhos escolherem quem deve liderar o sustento da família. Andre é o atual chefe-executivo, e mais velho; Jamal cantor e compositor de R&B e Hakeem o mais novo, é rapper. Durante o processo, Lucius começa uma guerra entre os três. Enquanto isso, Cookie (Taraiji), ex-mulher de Lucius é libertada da prisão, após 17 anos, e também ela se torna uma interessada na Empire.

Durante seis temporadas temos uma história com alguns traços positivos com a fantástica banda sonora que a cada episódio era composta por duas ou três canções originais. Houve grandes nomes da música a participar na série com composições originais. O guarda-roupa era sólido e exagerado, mas ao estilo da série. A Cookie arrasava sempre, seja a nível de vestuário como de perucas, maquilhagem e acessórios. Deve ter sido um gozo para a atriz Taraij interpretar esta personagem. As intrigas e temas apresentados na série, apesar de muitas vezes exagerados, a nível de confrontos pessoais, foi um drama necessário para a envolvente da série.

Apesar de ter começado com uma excelente audiência, a cada temporada, a mesma baixava. A história repetitiva e as personagens com envolventes dispersas, tornavam-se cansativas e esgotantes. Sinceramente a atenção já estava perdida e não estava a gostar do desenvolvimento da narrativa. A série pode ter terminado, mas o final, deixo-se ficar em aberto, para possíveis novas adaptações. Por isso foi bem pensado, caso queiram voltar com a série. O ator Jussie Smollett esteve em falta nesta última temporada, devido à polémica que causou, a Fox cortou-o da série. Não danificaram a personagem, mas concordo com esta escolha.

Empire” é uma série com um elenco totalmente afro-americano, nisso não há dúvidas. Mesmo os temas que abordam são com esse estigma. O público está bem enraizado nesse gosto por essa cultura. A maior parte do elenco era muito jovem, mas muito talentoso. Além disso vários nomes da música se juntaram em episódios desta série foi o caso de Kelly Rowland, Mario, Jennifer Hudson, Mariah Carey e Joss Stone. Mas também outros artistas como Naomi Campbell, Marisa Tomei…

Esta série até é razoável, mas não enche as medidas. Teve demasiadas temporadas e a narrativa era sempre igual. Lucius-Cookie / Cookie-Lucius. A primeira temporada foi muito boa e a última também conseguiu recuperar. “Empire” tornou-se numa série musical sobre a família o poder e a música.

Fox Portugal

O Método Kominsky

Envelhecer não é fácil. É um facto complicado para todos nós. O corpo já não responde como respondia, as capacidades começam a ficar limitadas e até o nosso humor altera. Com Michael Douglas na produção e com a distribuição da Netflix, temos uma série de drama mas divertida sobre a circunstâncias da vida e tudo ao que implica.

Envelhecer não é fácil. É um facto complicado para todos nós. O corpo já não responde como respondia, as capacidades começam a ficar limitadas e até o nosso humor altera. Com Michael Douglas na produção e com a distribuição da Netflix, temos uma série de drama mas divertida sobre a circunstâncias da vida e tudo ao que implica. “O Método Kominsky” segue a vida de dois melhores amigos, Sandy (Douglas) Norman (Alan Arkin) que divagam sobre as dificuldades de envelhecer e como contornar essas circunstâncias com muito humor. Durante duas temporadas com oito episódios cada uma, somos espectadores de uma amizade que já dura anos e como a idade é um posto, podem implicar e resmungar da forma que mais acharem adequada.

Com um argumento bem escrito e com personagens carismáticas sentimos uma conexão com esta série. Apesar do seu carácter dramático, faz-nos rir e é o que precisamos. Mesmo em alturas de crise, estas personagens utilizam o humor como arma O que resulta para o facto de sermos um pouco mais positivos, apesar das circunstâncias. Por isso esta série resulta muita bem.

Os atores Michael Douglas e Alan Arkin estão impecáveis nos seus papeis e hilariantes. Partilham uma forte amizade e velhos queixosos, mas que adoramos até invejamos este pensamento positivo pela vida.

Vencedor de prémios como: globo de ouro para melhor série de comédia e Melhor ator para Michael Douglas, facilmente percebemos o seu carácter de sucesso. Uma surpresa agradável sobre a vida ser um “saco” e por vezes ser desconfortável, mas são todos passos para uma oportunidade melhor e onde também existem momentos bons.

O Método Kominsky” tornou-se numa surpresa agradável, uma bem-disposta comédia dramática com um elenco principal de excelentes atores com uma nova perspectiva de vida. Porque velhos são os trapos e pior do que envelhecer é viver com arrependimentos.

Netflix Portugal

A Rainha Virgem

Uma mini-série histórica sobre a vida, a glória e as (in) decisões de uma das Rainhas mais importantes da Inglaterra. Elizabeth I não nasceu para ser rainha, mas conquistou o trono à sua maneira.

O Reino Unido é conhecido por muitos propósitos, mas a monarquia é aquele mais falado. Principalmente pelas Rainhas que o governavam. Atualmente temos a Rainha de Inglaterra que já governa há quase 70 anos, mas outras rainhas lhe antecederam como Rainha Victoria e a Rainha Elizabeth. Considerada a rainha virgem porque não aceitou ter filhos, Elizabeth governou o seu país durante 44 anos, numa época complicada onde a taxa de mortalidade era alta e onde caminhava pelo ego masculino como suserana, algo inimaginável para a época, uma mulher ser a governanta de um país.

Nesta mini-série da BBC de 2005, realizada por Coky Giedroyc com argumento de Paula Milne, temos a história recontada sobre a rainha que nunca quis casar e apesar de algumas adversidades conseguiu superar. Para derrotar alguns inimigos que conspiraram a favor do seu fim, abdica da sua vida pessoal e do amor que não pode assumir devido à sua posição como rainha. Considerada historicamente como uma das mulheres mais poderosas de sempre. Baseados em factos verídicos, esta série explora as dúvidas da nova rainha que subiu ao trono inesperadamente e sem preparação. Uma jovem rainha ainda com inseguranças sobre governar. Depois deixou a inocência de lado e tornou-se forte, lutou contra os seus medos e conseguiu manter-se sempre no topo. Com o povo separado entre católicos e protestantes, a ameaça da sua prima, a rainha da Escócia, a pressão social para casar e ter filhos e ainda com a força para manter o seu território. Elizabeth conseguiu lutar contra tudo e todos de forma a manter o seu nome na História.

A atriz Anne-Marie Duff é a protagonista desta mini-série e conseguiu um desempenho feroz para esta personagem. Ainda temos o jovem Tom Hardy que com 28 anos marcava presença num dos seus primeiros papeis, como interesse amoroso da protagonista.

Com apenas quatro episódios acompanhamos o percurso durante todo o reinado de Elizabeth I. Com caminho difícil com muito drama e com muitos percalços, mas ultrapassados, não fosse ela quem é. Para quem gosta de séries históricas esta tem selo de qualidade da BBC.

Casanova (2005)

Uma mini-série sobre as aventuras e desventuras do romântico Casanova enquanto tenta escapar-se dos sarilhos em Veneza. Com David Tennant e Peter O’Toole nos principais papéis.

Nesta mini-série produzida para BBC em 2005, com um total de três episódios, seguimos as aventuras romantizadas do sedutor Casanova. Escrito por  Russell T Davies e realizado por Sheree Folkson. Contado a história do século XVIII sobre o aventureiro  Giacomo Casanova, baseado nos seus 12 livros de memoirs. No começo da série a versão mais velha de Casanova (Peter O’Toole) relembra os seus momentos de jovem, interpretado pelo ator David Tennant.

Estamos no ano de 1798. Casanova, um bibliotecário sem dinheiro, com 70 anos, começa a contar a sua história. Voltamos para a sua infância, um filho de um ator de Veneza, enquanto jovem estuda para padre, mas é expulso do seminário. Neste momento conhece a jovem Henriette e apaixona-se, no entanto ela está prometida ao duque de Grimani. No entanto a vida tem as suas complicações e durante este tempo o casal separa-se e reencontra-se várias vezes. As paixões de Casanova e aventuras são explicadas de forma divertida, enquanto trama algumas fraudes para conseguir dinheiro. Claro que todas estas situações não são para sempre e quase no final da sua vida, Casanova procura finalmente pelo seu único e verdadeiro amor, Henriette.

Nesta série não só os momentos de boa-disposição e ação estão presentes, o romance é um constante. Apesar dos inúmeros casos de luxúria do protagonista, apenas desejamos que no final fique com Henriette. O ator David Tennant está mesmo perfeito no papel, mesmo antes de ser o Doctor em Doctor Who.

O argumento está bem delineado com frases cativantes e com sentimentos profundos. Esta é uma mini-série bastante completa. Além disso ficamos hipnotizados com as fantásticas paisagens e cenários de Veneza que romantizam qualquer situação. Além de Itália, viajamos pelo Reino Unido e França, enquanto os anos avançam por estas personagens. Para quem gosta de romances históricos e que até não demora muito, “Casanova” é uma excelente recomendação. Coincidência ou não esta série foi lançada no mesmo filme com o mesmo nome, onde o protagonista era interpretado pelo ator Heath Ledger.

Aqui em baixo deixo uma surpresa, porque a música é linda e não se encontra em mais lado nenhum.

A Very English Scandal

“A Very English Scandal” é uma série produzida pela BBC com apenas três episódios que de forma breve apresenta o caso verídico entre Jeremy Thorpe (Hugh Grant) e Norman Scott (Ben Whishaw). Thorpe foi acusado pelo seu ex-companheiro homossexual, Scott de o ter tentado assassinar em 1976. Esta é uma história que se foca no julgamento que durou até 1979, mas antes conhecemos o relacionamento entre ambos, que começou, 15 anos atrás.

A Very English Scandal” é uma série produzida pela BBC com apenas três episódios que de forma breve apresenta o caso verídico entre Jeremy Thorpe (Hugh Grant) e Norman Scott (Ben Whishaw). Thorpe foi acusado pelo seu ex-companheiro homossexual, Scott de o ter tentado assassinar em 1976. Esta é uma história que se foca no julgamento que durou até 1979, mas antes conhecemos o relacionamento entre ambos, que começou, 15 anos atrás.

Baseados em factos verídicos sobre a manchete que se fez circular nos anos 70 em Inglaterra, quando o líder político, Jeremy Thorpe, foi acusado não só de viver um relacionamento homossexual, como também ter tentado assassinar o seu antigo parceiro. Esta série exibida na Amazon Prime Video, baseou-se no livro de John Preston com o mesmo nome, sobre um dos maiores escândalos britânicos políticos.

O ator Hugh Grant despe o papel de par romântico e assume a liderança com uma personagem real e homossexual que apesar da sua personalidade autoritária apresenta alguns momentos de humor negro. Já o ator Ben Whishaw assume bem o co-protagonismo nesta série. Deixou de ficar em segundo plano. O ator conseguiu três prémios com este papel para melhor ator secundário: Emmy, BAFTA e Globo de Ouro. Ambos apresentam uma química natural, e mesmo sem comunicarem só com o olhar, conseguem transmitir o sentimento de perda.

O director Stephen Frears, abordou esta comédia dramática em sequência linear, mas concordo que deveria apresentar os factos aleatórios. O início da série deveria já começar com o julgamento e as dúvidas iniciais do julgado e do acusador e a partir daí começa a contar a história de ambos, como se conheceram e como iniciou a aventura. O impacto seria maior e possibilitava criar um impacto maior com o público. A emoção seria mais ampla e intrigante, pois o desfecho final já é do conhecimento geral.

Contudo “A Very English Scandal” é uma mini-série consistente e baseada em factos verídicos, onde conseguimos assistir a excelentes performances dos atores e com um forte humor muito presente.

Smash

Smash é uma série musical de 2012 com apenas duas temporadas, criada por Theresa Rebeck e produzida por Steven Spielberg. A série centra-se nos bastidores da concepção de um musical.

Smash é uma série musical de 2012 com apenas duas temporadas, criada por Theresa Rebeck e produzida por Steven Spielberg. A série centra-se nos bastidores da concepção de um musical. Desde a ideia principal, passando pelo argumento, dramatologia, criação de músicas, selecção do elenco, coreografias e direcção. Depois toda a publicidade que envolve um espectáculo do género. A ideia principal era levar à Broadway um musical inspirado na vida da estrela Marilyn Monroe.

Evidentemente que todo esse processo não será fácil e primeiro todos os intervenientes deste projecto terão de lidar com as suas vidas privadas que de um certo modo influenciam o rumo da produção. Com um leque de personagens carismáticas somos arrastados para uma história com drama, competição, excelentes números musicais e grandes vozes. Smash começou por ser uma ideia de Spielberg que estava consigo há anos. Foi através do canal NBC que se tornou série de televisão e a sua exibição coincidia com o episódio do programa The Voice.

Além do argumento bem delineado com a competição que existe no meio para se conseguir ser uma estrela, também os conflitos pessoais são testados. Em Smash safam-se os excelentes atores que compõem o elenco como Anjelica Huston, Dreba Messing, Christian Borle e até uma participação especial de Uma Thurman. Mas o jovem elenco, Katharine McPhee (que ficou em segundo lugar no programa Ídolos norte-americano) divide o protagonismo com Megan Hilty. Ambas as atrizes com umas vozes extraordinárias para interpretarem Marilyn. Além disso as letras das músicas criadas por Marc Shaiman e Scott Wittman são fenomenais.

Apesar da excelente crítica na primeira temporada, Smash não conseguiu acompanhar o seu sucesso. Na segunda temporada surgiu uma nova história, e deixaram quase de lado o que fizeram durante a primeira. O musical “Bombshell” já não era aquele sonho tornado realidade. Só para o final é que melhoraram na qualidade dos episódios. Mas ainda nada conseguiu ultrapassar o lindo final da primeira temporada com a interpretação da música “Don’t forget me“. No entanto para fãs de musicais (tal como eu) esta é uma série divertida, com bom drama e ainda com números musicais memoráveis.