Em Defesa de Jacob

Um drama baseado no best-seller triller de 2012 da New Yor Times. Um assistente da polícia de investigação é posto em causa quando o seu filho é acusado de homicídio.

Chris Evans um pai desesperado à procura de respostas

Neste novo drama familiar com produção da Apple TV temos uma história de suspense sobre uma família que terá de lidar com uma forte acusação. Chris Evans lidera a série como patriarca ao lado de Michelle Dockery, que ambos tentam de tudo para protegerem o seu filho de uma acusação de homicídio.

A série baseada num best-seller de 2012 com sucesso, segue a tenebrosa notícia que abalou por completo a família aparentemente perfeita. Como promotor judicial, o pai sabe os procedimentos num caso de investigação de homicídio, mas mesmo assim não tem favoritismo. Será que a família vai resistir a este choque?

A Apple TV está em modo de competição com outras plataformas digitais de transmissão de conteúdos. Como tal tem criado forte conteúdo para a sua programação. “Em defesa de Jacob” é uma mini-série bem sufocante que aborda uma situação dramática que abalou por completo uma família tipicamente normal. Jacob interpretado por Jaeden Martell, um jovem de 14 anos é o primeiro acusado de um homicídio do seu colega de escola. O seu pai, um procurador de investigação, interpretado por Chris Evans, já sabe como tudo funciona. Todos os procedimentos a serem considerados em caso de homicídio. Mas não desiste, procura por todos os meios salvaguardar e integridade do seu filho que está a ser acusado. Um papel bem mais sério, Chris Evans, depois de Capitão América, agora é um pai à procura de respostas que se sente de mãos atadas na actual situação do filho. Já não é a primeira vez que atua ao lado do jovem Jaeden Martell, ambos conheceram-se durante as gravações do filme Knives Out – Todos são suspeitos. Outra figura importante desta família é a atriz Michelle Dockery (Lady Mary em Downton Abbey) que apresenta muita insegurança para o caso. O trio de atores principais está excelente e acredito bem que esta série vai merecer uma nomeação aos Emmys. Sentimos mesmo a presença do elefante na sala quando estão juntos.

A série completa-se com oito episódios, mas apesar de esse ser o intuito inicial, durante a série, não nos interessamos sobre quem é o assassino. Apenas seguimos o drama daquela família que teve o seu quotidiano completamente alterado. Os vizinhos deixaram de lhes falar, deixaram de ser convidados para eventos, desconhecidos olhavam-los de lado, perseguição de jornalistas. Toda essa procura da investigação e depois o julgamento foi um processo de muita luta. O ator J.K. Simmons também marca presença nesta série, como pai de Chris Evans. Onde lhe marca um uma forte dúvida. Só pode escolher um dos dois. Ser uma boa pessoa, ou ser um bom pai. Não pode escolher os dois. Esta é um dilema que a personagem de Chris Evans terá de decidir por si só.

O que marca “Defendind jacob” além das fantásticas interpretações é o excelente trabalho de fotografia. Os tons escuros e frios marcam a tela onde sentimos um calafrio por aquela família e aquele difícil momento que estão a ultrapassar. Não está fácil voltarem ao que eram. Além disso os planos longos e próximos, muitas vezes onde se foca a nuca e expressão cabisbaixa da personagem, impressiona-nos com o desespero de toda a situação. Achei um excelente trabalho de cinematografia.

Esta série foi baseada num livro de William Landay, e o final sofre algumas alterações sobre a série, que ameniza mais a situação. Contudo não deixa de ser uma série sufocante que nos faz duvidar da pessoa próxima com quem dividimos a casa. Seria ela capaz de algo tão horrendo? Para quem gostou da série Sharp Objects, esta série é muito idêntica.

The Good Fight

A atrevida série The Good Fight é o mais verdadeiro de série ficcional que é transmitida. De opiniões muito vincadas e com tendências políticas fortes, somos transportados para o mau-estar deixado pela chefia norte-americana.

Temporada 4

The Good Fight volta a ser sassy e atrevida esta temporada. Começamos logo com o primeiro episódio, quando Diane vive um sonho de uma realidade alternativa. Quando percebe que muito mudou na sua vida e na verdade não é Trump que está na presidência, mas sim Hilary Clinton que ganhou as eleições. Felicíssima grita aos sete ventos a sua opinião. Contudo logo percebe que este mundo pode bem ser um pesadelo, quando descobre que as mulheres não tem a mesma liberdade. Harvey Weinstein não recebeu acusações sexuais e pela primeira vez a mulher não pode ser honesta quanto às sobreposições dos homens. Diane volta novamente para a realidade e não podia estar mais feliz.

Enquanto isso estas personagens voltam a surpreender com excelentes repercussões da lei norte-americana, quando aparece o memo 618. Uma misteriosa nota com poder autoritário e com muito poder que influência todos em sua volta. Além disso a investigação da Diane que está próxima de descobrir a verdade, atraí presenças que não são bem-vindas. Os escritórios Reddick, Boseman, e Lockhart juntam-se a novos associados, mas poderosos e ricos que subtilmente os vão controlar um a um e cabeças vão estar em risco, quando o grupo terá de descobrir quem dispensar dos escritórios. Lucca também recebe um forte protagonismo nesta temporada, quando recebe um trabalho para aconselhar uma multimilionária, que na verdade só precisa que uma amiga para conversar. Lucca entra num mundo onde não estava habituada e isso deixa-a com fortes dilemas morais.

Esta temporada foi curta, apenas sete episódios, mas o último ficou marcado. O grupo tenta descobrir os mistérios na morte de Jeffrey Epstein que morreu na sua cela em circunstâncias invulgares. Mais uma vez esta série volta a ser o mais atual possível. Além das críticas a Trump e aos motins de #blacklivesmatter, “The Good Fight” pega em casos reais e desconstrói-os à sua maneira e cria fortes probabilidades (apesar de fictícias) para o que pode ter acontecido. Consegue mesmo carregar na ferida e fazer-nos pensar.

Esta série é excelente e muito forte, com visões muito vincadas e determinadas. Não tem medo de entrar numa boa luta e apresenta sempre uma fantástica equipa a trabalharem juntos. Nesta temporada senti a falta da atriz Rosie Leslie, pois a série começou com ela no protagonismo, mas na temporada anterior teve que sair. O que é pena, pois gostava muito da personagem. Mas esta temporada também marca fortes saídas, estou a falar da atriz Cush Jumbo, que interpreta Lucca. Devido à pandemia a temporada encurtou e por tal não conseguiram dar o desfecho à personagem, mas na próxima temporada vamos ter mais um pouco de Lucca (e ainda bem). Outra saída é Delroy Lindo que interpreta Adrian Boseman, pois vai estrear noutra série. “The Good Fght” vai ficar mais pobre é verdade, mas ainda podemos contar com algumas participações especiais de Adrian e além disso temos a fantástica atriz Christine Baranski como protagonista. Por isso para o ano, esperemos que toda esta situação mundial acalme e que em breve podemos desfrutar a próxima temporada de “The Good Fight“.

La Casa de Papel

A quarta temporada da série La Casa de Papel voltou a surpreender e a fazer parar a respiração. Mas o Bella Ciao ainda não termina por aqui.

Temporada 4

O grupo de assaltantes vestidos de vermelho e com máscaras de Dali voltaram para uma quarta parte daquela que é das séries mais esperadas da Netflix. Numa temporada com oito episódios, o primeiro não podia ter um título mais apropriado. Começou tudo com “Game Over“, um nome nada benéfico para as nossas personagens que no último episódio da parte três estavam em maus lençóis.

(AVISO QUE O SEGUINTE TEXTO CONTÉM SPOILERS)

Pela primeira vez conhecemos o lado desnorteado e sem plano do Professor que acreditava plenamente na execução de Lisboa, que se tornara refém da Polícia. Desesperado e a acreditar que perdera o amor da sua vida, dá ordem final para guerra. Por outro lado temos Nairobi que está por um fio quando inesperadamente leva um tiro no peito e perde imenso sangue. É nesta sufoco e pressão de adrenalina que começa a quarta temporada. Desta vez o grupo volta a reunir-se para mais um assalto: ao Banco Nacional de Espanha. O Professor, Tóquio, Helsínquia, Nairobi, Denver, Estocolomo, Lisboa, Marselha e Palermo, juntam-se para resgatarem Rio que foi capturado e torturado.

A resistência volta na sua maior força, contudo muitos dos acontecimentos tornaram-se percalços inesperados, e o novo plano foi comprometido. Nas temporadas anteriores temos um Professor mais resistente e perspicaz que elaborou o plano perfeito de assaltou em memória ao seu pai. Este novo plano é uma memória viva a Berlim, seu meio-irmão. Aliás esta foi uma das personagens que agradou a maioria e por isso mesmo decidiu voltar, São vários os momentos flashbacks que acompanhamos a concepção do plano e memórias de Berlim. Sendo um dos melhores momentos o ouvirmos cantar no seu próprio casamento. O ator Pedro Alonso já tinha provados os seus dotes musicas em pequenos momentos, relembro a música “Bella Ciao”, mas nesta versão da música “Ti Amo” conseguiu surpreender ainda mais.

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O argumento volta a ser o ponto mais positivo desta temporada, mas não é o único. Aliás tudo nesta série se complementa em harmonia e eficácia. O departamento de fotografia volta a impressionar com tons escuros de filmagens, onde se destaca o vermelho dos fatos macacos da resistência. Além disso os momentos de flashbacks que são adocicados em tons quentes o que nos transmite conforto em conhecimento de mais pormenores sobre a vida destas personagens.

La Casa de Papel volta a criar empatia com o público e isso vê-se nos relacionamentos entre as personagens. Contudo nesta parte não nos sentimos tão próximos dos assaltantes. Nota-se que existe uma quebra e uma desconfiança entre todos o que dificulta o assalto. O que desiquilíbria em momentos críticos. A confiança dos protagonistas é muitas vezes posta em causa. Pela primeira vez temos um forte vilão no interior com os assaltantes (e não, não estou a falar do Arturito, aquela personagem que todos amamos odiar) mas sim de um assassino profissional que vai ameaçar a estabilidade do grupo. Além disso do lado de fora temos a Inspectora Alicia Sierra, que não tem rodeios para atingir os fins, mas até sentimos empatia com esta personagem. Mas nada deve ser tido com garantido

Além da muita ação, mistério e suspense, são esperados momentos de puro drama e mesmo emocionais. Como fãs vamos ficar rendidos. Existem novamente momentos memoráveis e apesar de estar temporada ter sido à pressa é notório em algumas falhas de desenvolvimento, mas tal não deixam ficar mal o público. Indico que vamos andar novamente com o coração nas mãos devido aos fortes acontecimentos que põe em risco a vida das nossas personagens. O “atraco” ainda não terminou e espera-se uma quinta temporada. Além disso o final foi bem tenso. O que esperam encontrar nos próximos capítulos de La Casa de Papel?

Netflix Portugal

Daredevil

“Daredevil” a série produzida pela plataforma streaming Netflix tornou-se numa revolução na forma como séries sobre super-heróis são produzidas. Numa época em que actos heróicos, super-poderes e salvamentos numa cidade corrupta são actos normais, esta tornou-se numa série fantástica e muito bem dirigida

Daredevil” a série produzida pela plataforma streaming Netflix tornou-se numa revolução na forma como séries sobre super-heróis são produzidas. Numa época em que actos heróicos, super-poderes e salvamentos numa cidade corrupta são actos normais, esta tornou-se numa série fantástica e muito bem dirigida. A série foi lançada em 2015 e terminou no ano passado na terceira temporada. Durante 39 episódios acompanhamos o vingador Matt Murdock, um advogado cego que durante o dia resolve os crimes civilmente e durante a noite combate o crime com as suas próprias mãos nas ruas de Nova York,  no bairro de Hell’s Kitchen. Matt Murdock  juntamente com o seu melhor amigo, Nelson Foggy, criam a própria firma de advogados, um sonho que ambos partilham. Ainda sem muito dinheiro, tentam resolver crimes mais fáceis que lhe possibilitam pagar a renda. Mais tarde aparece Karen Page que os auxilia nos seus casos, já que está em dívida a ambos por a terem salvo.

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1ª Temporada

Durante esta temporada conhecemos as origens da personagem Daredevil. Matt Murdock (Charlie Cox) cego desde criança é um advogado que luta por causas nobres de dia e um vigilante na luta contra o crime durante a noite. Veste-se de preto, mas tem os sentidos apurados na luta contra o mal. O seu principal vilão é o vigarista em ascensão, Wilson Fisk. Acompanhamos um lado humano do mau da fita, quando se apaixona, escondendo o lado mais negro. Esta temporada muito bem escrita, apresentou sequências de luta bem reais.

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2ª Temporada

Com uma maturidade diferente, Daredevil já dono do seu próprio fato e responsável pelo nome Diabo de Hell’s Kitchen, contudo ainda não libertou toda a cidade do mal. Aparece Frank Castle ou Punisher (que mais tarde recebeu um spin-off) e  Elektra. Estas personagens são apresentadas e apresentam dos melhores momentos da série. Durante o dia Matt vive um curto romance com Karen Page, mas que mais tarde aproxima-se da sua antiga paixão, Elektra. Enquanto isso o seu melhor amigo Foggy, descobre o seu segredo de vigilante.

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3ª Temporada

Perdido e com a fé colocada em causa, Matt volta às suas origens. A igreja que o acolheu desde criança. Aí descobre alguns segredos sobre o seu passado. Enquanto isso Foggy e Karen não sabem de nada do seu paradeiro. Mas tem os seus próprios problemas. Wilson Fisk é solto da prisão e começa a colaborar com o FBI e como troca quer melhores condições. Surge um novo vilão, mas ainda em estado de fácil manipulação. O Bullseye torna-se o mais desajustado e imprevisível adversário de Daredevil.

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Daredevil” foi uma agradável surpresa no conjunto de séries da Netflix. Conseguiu superar a expectativa de super-heróis na televisão. O final ficou em aberto, para uma possível continuação, mas isso já depende de aspectos burocráticos, e onde tudo é possível. Focou-se bem no herói, e no seu passado, assim como das principais pessoas que estão em seu redor, mas também em personagens secundárias que nos podemos interessar. O vilão foi carismático, Kingpin é dos melhores vilões da Marvel e esteve bem representado. Concluindo é uma série que junta bem a ação, drama e ainda cria dúvidas existenciais sobre o correto e não. Concluindo “Daredevil” é uma série bastante completa.

The city and its future… seeing Hell’s Kitchen to its fullest potential is very important to me.

I feel the same way.

Wilson Fisk / Matt Murdock

Gotham

A série mantinha uma premissa interessante: apresentar a infância e adolescência do herói Batman. Contudo havia um senão, e isso transpareceu na série. Já sabíamos que apesar de todas as tentativas nenhuma das personagens existentes nos comics ia ter o seu fim definitivo. “Gotham” terminou este ano, mas ainda conseguiu manter-se no ar durante 5 temporadas.

A série mantinha uma premissa interessante: apresentar a infância e adolescência do herói Batman. Contudo havia um senão, e isso transpareceu na série. Já sabíamos que apesar de todas as tentativas nenhuma das personagens existentes nos comics ia ter o seu fim definitivo. “Gotham” terminou este ano, mas ainda conseguiu manter-se no ar durante 5 temporadas.

O primeiro episódio aborda imediatamente a morte dos pais de Bruce Wayne. Assassinados, mesmo à frente do filho criança, mantém sempre a dúvida na perseguição do malfeitor. Depois do incidente, Bruce fica a cargo do seu mordomo, Alfred que ajuda o jovem a superar a perda e a dor, enquanto gere a milionária empresa Wayne. A cargo do caso do homicídio está Jim Gordon, (Ben McKenzie) um recém polícia, idealista e cheio de sonhos para um mundo melhor. A partir deste momento todas as personagens que conhecemos dos comics marcam a sua presença na série. As origens dos vilões é o principal mote de arranque que os produtores utilizaram. Personagens como Catwoman, Poison Ivy, Pinguim, Riddler, Bane, Joker e Rhas Al Ghul, marcaram presença de uma ou outra maneira na série.

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Um policial noir que junta os tons escuros de Gotham numa série que não tem medo de arriscar. Todos os episódios são actos mirabolantes de loucuras, com personagens que já conhecemos. O que chateava era mesmo a personagem Pinguim que em todos os episódios tinha um arma apontada, mas safava-se sempre (é claro). A pressa para apresentar as personagens foi muita, que perdeu-se informação e falhas aconteceram. “Gotham” teria mais impacto se conseguisse aproveitar isso em seu beneficio. Conhecer-mos mais profundamente as personagens e assim criarmos um impacto maior com elas. Mas isso não aconteceu.

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O argumento além do drama policial também apresenta momentos de descontracção, maioritariamente proporcionados por Harvey o parceiro de Jim. A espontaneidade do ator Cameron Monaghan é fantástica, considero dos melhores atores da série que conseguiram levar para a frente a loucura da sua personagem, que neste caso é Joker. Pinguim (Robin Lord Taylor), Selina (Camren Bicondova) e Ridler (Cory Michael Smith) também conseguiram surpreender.  Concluindo está é uma série para fãs de banda desenhada, que não vou sentir falta porque deu tudo o que tinha a dar. Houve momentos muito interessantes, mas outros nem por isso.

Para conheceres mais sobre a série escrevi este artigo para a 3ª temporada (AQUI)

A Verdade sobre o Caso Harry Quebert

Um caso envolvido num grande mistério que acusa Harry Quebert, um prestigiado escritor, no assassinato de Nola Kellergan, que ocorreu 30 anos antes, numa pequena vila à beira-mar.

Quem foi o culpado?

Um caso envolvido num grande mistério que acusa Harry Quebert, um prestigiado escritor, no assassinato de Nola Kellergan, que ocorreu 30 anos antes, numa pequena vila à beira-mar.

Resumo

Depois de “Anatomia de Grey“, o ator Patrick Dempsey volta à televisão. Nesta minissérie de 10 episódios, interpreta Harry Quebert, escritor do best-sellerA Origem do Mal“, que em 2008 é acusado da morte de Nola Kellergan (Kristine Froseth) uma jovem de 16 anos, desaparecida à 30 anos atrás. Quando o seu corpo foi encontrado enterrado nas traseiras da sua casa. Numa pequena vila onde as mesmas caras ficam passados anos, todos se lembram do caso Nola. O ex-aluno de Harry, Marcus Golman (Ben Schnetzer) tenta proteger o seu mentor e professor a todo o custo. Desencadeia-a uma investigação por conta própria com o propósito de descobrir a verdade sobra história que todos contam, mas ninguém conhece. Com um clima intenso e recheado de segredos será Harry culpado ou inocente?

A Verdade Sobre o Caso Harry Quebert” foi baseado no livro com o mesmo nome, que se tornou um best-seller europeu do escritor suiço Joël Dicker. Publicado em 2012, esta obra literária traduzida em 32 línguas recebeu finalmente a sua adaptação televisiva. Uma narrativa cativante com um elenco de luxo.

Opinião

O realizador  Jean-Jacques Annaud já conhecido pela sua participação no filme “O Nome da Rosa” volta a criar suspense com as cenas apresentadas. Como um puzzle vamos construindo a cronologia dos eventos e adicionando os principais suspeitos ao crime. Viajamos entre o passado e presente, para compor a coerência sobre os factos. Nada é o que parece e tal como Marcus, o público tenta descobrir a verdade sobre o que aconteceu em Summerdale, 30 anos atrás.

Quando comecei a assistir a esta série não fazia a ideia a magnitude que ia ter. A sua complexa história, agarra o espectador do primeiro ao último minuto. Só mesmo no final descobrimos toda a verdade do caso Harry Quebert. Com uma narrativa hipnotizante e personagens carismáticas, pistas são lançadas sobre a verdade nesta teia de segredos e mentiras. Para quem gosta deste tipo de série de mistério e suspense, aconselho vivamente. A série terminou recentemente no canal AMC.

Último livro do escritor Joël Dicker
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Elite

No primeiro episódio desta série original Netflix de 8 episódios, ficamos iludidos com os assuntos cliché retratados. No entanto, à medida que avançamos na narrativa, o caminho que cada personagem toma torna-se mais denso. As decisões drasticamente tomadas influenciam as suas acções, que perigosamente tem repercussões futuras.

No primeiro episódio desta série original Netflix de 8 episódios, ficamos iludidos com os assuntos cliché retratados. No entanto, à medida que avançamos na narrativa, o caminho que cada personagem toma torna-se mais denso. As decisões drasticamente tomadas influenciam as suas acções, que perigosamente tem repercussões futuras.

Elite” foca-se nos herdeiros de uma das escolas mais prestigiadas de Espanha, Las Encidas. Quando uma escola pública colapsa, três jovens com bolsas de estudos são enviados para o colégio privado. Imediatamente iludidos com o glamour e dinheiro que por lá circula, são também alvos de preconceito social. Samuel (Itza Escamilla), Christian (Miguel Herrán) e Nadia (Mina El Hammani) são recebidos de forma desigual naquele novo meio. Apesar de tentarem fugir das confusões, são sempre apanhados no meio da guerra. O ponto-chave acontece quando Marina (María Pedraza), a rebelde e o espírito livre a quem o dinheiro não lhe diz nada, decide acolher Samuel e torna-se a sua melhor amiga. Os sentimentos entre ambos começam a despertar e o que era uma amizade dá lugar a um romance. Marina desabafa sobre a sua vida disfuncional, com pais orgulhosos das suas as conquistas monetárias e procura uma “fuga” daquele mundo luxuoso, que só funciona sem sentimentos e coração gélido. Contudo, a inocência de Samuel é um obstáculo à maneira como guarda os seus segredos. Quem não vai gostar deste novo amigo da irmã é o super-protector Gúzman (Miguel Bernardeau). Também namorado de Lu (Danna Paola), uma rapariga atrevida e competitiva que sente um rancor enorme por Nadia, uma jovem palestina.
O que parecia mais um drama teen muda de cenário, quando percebemos a seriedade dos temas retratados na série. “Elite” foca-se em problemas fortes da sociedade, como o vício das drogas, doenças sexualmente transmissíveis, homossexualidade, gravidez na adolescência, outras religiões, exclusão social e não para por aqui. Enquanto lidamos com estas situações, somos confrontados com o mistério que paira no ar. Afinal quem é o assassino? Sim uma das personagens é assassinada, que descobrimos no final do primeiro episódio. Mas só no final descobrimos quem foi o culpado.  Apesar dos temas maduros evidenciados no decorrer da série, o espaço e tempo para aprofunda-los não foi o suficiente. Estas novas ideias para uma série adolescente foram abordadas de uma forma superficial o que desvalorizou a narrativa. Contudo é esta a única crítica a “Elite”.  [LER MAIS]

American Crime Story: The People v. O.J. Simpson

Durante 10 episódios assistimos ao julgamento verídico de O.J. Simpson um famoso jogador de futebol americano que foi acusado de assassinar a ex-esposa e Ronald Goldman. A série conseguiu a atenção positiva da crítica e ainda recebeu 9 prémios Emmy, incluindo de Melhor Série Limitada.

Se há séries que nos marcam esta é uma delas. Os produtores, incluindo Ryan Murphy (Glee) basearam-se no livro de  Jeffrey Toobin, The Run of His Life: The People v. O. J. Simpson e retrataram aquele que foi o caso jurídico da década. Durante 10 episódios assistimos ao julgamento verídico de O.J. Simpson um famoso jogador de futebol americano que foi acusado de assassinar a ex-esposa e Ronald Goldman. A série conseguiu a atenção positiva da crítica e ainda recebeu 9 prémios Emmy, incluindo de Melhor Série Limitada. Recebeu ainda os Globos de Ouro para Melhor Mini-Série e Melhor Atriz para Sarah Paulson.

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Na verdade todo o elenco estava perfeito nos seus papeis. Talvez por ser um caso ainda recente (1994) e ainda estar presente na memória dos atores. Um elenco com atores bem reconhecidos do público como Cuba Gooding Jr., John Travolta, Sarah Paulson, Sterling K. Brown, David Schwimmer, Courtney B. Vance, entre outros, conseguiram superar todas as expectativas. A histeria de Cuba Gooding Jr. como O.J Simpson, tornava-o impressível e assustador. Já os discursos de Courtnet B. Vance foram inspiradores e contorversos. Sarah Paulson, como Marcia Clark, uma mulher num mundo de homens que não se deixava conformar com a situação de abuso. Também uma grande vítima deste processo. Sterling K. Brown esteve fantástico tanto conseguia estar calmo, como ficar nervoso de um momento para o outro e John Travolta que apresentava aquela personagem mais cómica do grupo.

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O julgamento que se arrastou durante um ano do qual absolveu o julgado. Durante todas as idas ao tribunal, tudo tornou-se muito mediático e os meios de comunicação não largavam o caso. Este processo tornou-se tão viral que os norte-americanos pararam em frente à televisão para assistirem ao veredicto final de O.J. Simpson.

Muito se falou e muito se especulou sobre este caso. No julgamento sobre um assassinato, temas como racismo, violência doméstica, polícias corruptos, mentiras e bodes expiatórios foi o que mais se comentou. Além disso o upgrade de fama e sucesso ilibou o julgado dos olhares críticos da opinião pública. “American Crime Story: The People v. O.J. Simpson” é uma série muito intensa, real e carismática. Reflecte um lado verdadeiro dos eventos sobre este caso. Aconselho a assistirem a esta série.

La Casa de Papel

Para quem já viu a série, provavelmente já sabe a música “Bella Ciao” de cor. Tema interpretado pelos protagonistas, como o hino oficial ao roubo. Personagens como o Professor, Tóquio, Berlin, Rio e Denver já são conhecidos facilmente pelos portugueses. A série com 15 episódios (a Netflix modificou esse registo em Portugal) tornou-se num verdadeiro sucesso.

Para quem já viu a série, provavelmente já sabe a música “Bella Ciao” de cor. Tema interpretado pelos protagonistas, como o hino oficial ao roubo. Personagens como o Professor, Tóquio, Berlin, Rio e Denver já são conhecidos facilmente pelos portugueses. A série com 15 episódios (a Netflix modificou esse registo em Portugal) tornou-se num verdadeiro sucesso. Em qualquer lugar é facilmente possível encontrar alguém que já viu a série. Um grupo de oito assaltantes que já cometeram a sua dose de crimes, juntam-se ao Professor, mastermind de um plano perfeito para assaltar a Casa da Moeda em Espanha.

Uma série fantástica e que tem sido um sucesso internacional. As personagens carismáticas e cada uma com a sua história cativante, criou uma onda de apoio do público pelos assaltantes. A narrativa bem escrita criada por Álex Pina é dos factores mais consagrantes da série. O argumento é fantástico e não modificava nem uma vírgula. Facilmente ficamos viciados neste carrossel de emoções e esperamos que tudo corra bem para estes protagonistas com nomes de cidades.

La Casa de Papel” provoca o vício e queremos mesmo ver tudo até ao fim. Cada episódio é uma arrepiante manobra para o desfecho do assalto mais mediático do momento. Temos de continuar a ver até ao fim, porque é fácil terminar um episódio com alguém a apontar uma arma a outro. À primeira vista, esta situação fez-me lembrar do filme “O Infiltrado“, até estava à espera de algo do género, mas o resultado final foi ainda mais surpreendente. Nesta série podemos contar com um pouco de tudo: ação, drama, romance, amizade e muitas situações e decisões difíceis que os protagonistas terão de ultrapassar. Ninguém fica indiferente a esta série e é um dos temas recorrentes em qualquer lugar. “La Casa de Papel” é em língua espanhola e totalmente diferente das séries norte-americanas, mas ainda melhor. Uma série imperdível que já chegou ao meu top de melhores séries de sempre.

American Crime Story: O Assassinato de Gianni Versace

Sobre o assassinato do estilista Gianni Versace. A família da casa italiana apresentou a sua oposição à série. Por esse motivo percebemos que esta é uma obra baseada na imaginação dos produtores e tal é explicado no final de cada episódio. Sabemos o desfecho final, contudo os meios são ainda ocultos.

A série criada por Scott Alexander, Larry Karaszewski e Tom Rob Smith recebeu um novo rumo nesta segunda temporada. Baseada na série principal, American Horror Story, esta também segue a influência de uma história autónoma a cada temporada. Depois de abordado o caso de O.J. Simpson e do seu julgamento em 1994-1995 sobre a morte da sua ex-mulher e do seu amigo. A segunda temporada foi baseada no livro de Maureen Orth, “Vulgar Favors: Andrew Cunanan, Gianni Versace, and the Largest Failed Manhunt in US History”, sobre o assassinato do estilista Gianni Versace. A família da casa italiana apresentou a sua oposição à série. Por esse motivo percebemos que esta é uma obra baseada na imaginação dos produtores e tal é explicado no final de cada episódio. Sabemos o desfecho final, contudo os meios são ainda ocultos. Esta é uma série baseada em eventos verídicos, mas apenas com conteúdos de entretenimento e não históricos.

O primeiro episódio começa com o início do fim. O estilista italiano, mundialmente famoso, Gianni Versace (Édgar Ramirez) acorda na sua mansão em Miami Beach. Toma o pequeno-almoço e sai para comprar as notícias do dia. Durante o caminho ainda é abordado por alguns fãs que insistem num autógrafo. Na mesma sequência conhecemos o lado do assassino, Andrew Cunanan (Darren Crisis). Com um aspecto desnorteado e desesperado, grita sozinho em plenos pulmões na praia. Percorre as ruas de Miami com tristeza no olhar e com cara de decidido. Usa um chapéu vermelho e uma mochila às costas com uma cópia do livro “The Man Who Was Vogue”, o nome do episódio, e uma arma na mão direita. Enquanto Versace abre a porta da sua mansão, Cunanan vê aí a oportunidade e dispara à queima-roupa. Esta é a introdução da história.

Voltamos atrás no tempo e conhecemos os precedentes de Cunanan. Um jovem vivaço que mente com os dentes todos. Usa a imaginação e cria histórias fantásticas sobre a sua vida e conseguindo ainda fazer os outros acreditarem. Mestre da persuasão, aprendeu estas técnicas com o seu pai. No episódio 8 “Creator / Destroyer” é apresentada a sua infância. Educado e mimado pelo progenitor, que via nele o “filho especial”, tornou-se narcisista e individualista. A família sempre foi o seu pilar. Contudo quando esta desabou, o pai fugiu do país para as Filipinas acusado de fraude, a doença metal da mãe começou a agravar e a falta de dinheiro, ajudaram a que Andrew fizesse tudo para chegar ao topo da classe social. Para isso usou a arma que sabia usar melhor, mentir. [LER MAIS]