Carnival Row

Uma guerra entre humanos e fadas, é a premissa para o fim de um romance entre estes dois mundos, que se voltam a encontrar passados 7 anos. Contudo surge uma ameaça bem mais assustadora.

A série de fantasia da Amazon Prime, Carnival Row é uma viagem pelo mundo do imaginário de seres quase impossíveis. Baseado no script de um filme por Travis Beacham, temos uma narrtaiva diferente ao estilo steampunk e noir sobre uma história sobrenatural e ainda um mundo onde vivem humanos e fadas. A série é protagonizada pelos atores Orlando Bloom e Cara Delevingne.

Depois da sua terra ser devastada pela guerra, criaturas místicas, procuram refugio na cidade Burge. Aqui o clima entre diferentes espécies aumenta, num mundo quase governado por humanos que vivem fortes racismos com os refugiados. No epicentro da história, temos uma série de homicídios não resolvidos, injustiças sociais, lutas pelo poder, amor não resolvido e ainda ajustes de igualdades que corroem a pouca paz que existe. A primeira temporada tem apenas 8 episódios e a segunda já está a caminho.

Em Carnival Row, Orlando Bloom, interpreta Rycroft Philostrate, um polícia inspector do Burge que investiga uma forte conspiração no centro da cidade. Contudo o seu relacionamento não resolvido com Vignette (Cara Delevingne) veio para assombra-lo do passado. Vignette é uma fada que veio pedir refugio ao Burge, enquanto tenta sobreviver na cidade, envolve-se com um grupo mafioso de fadas, os Corvo Negro, que só lhe trazem problemas. Enquanto estas personagens principais são parte da histórias, as secundárias, também marcam destaque. Assim Carnival Row, completa-se com uma envolvente mais natural e mais explicativa sobre os acontecimentos que assombram a cidade.

A mitologia que apresenta integralmente a série torna-se interessante e intrigante para desenvolvimentos futuros. Os personagens principais, por vezes perdem-se um pouco pelo caminho, contudo foi óptimo voltar a ver Orlando Bloom no protagonismo. O ator é também produtor da série. Carnival Row é um mix de aventura, ação e mistério. Mas também por outro é um caminho que tem falência de mais dinamismo e o factor de cativo.

Betty Boop para Sempre

Um documentário que nos dá conhecer a história da fantástica personagem Betty Boop. Uma menina atrevida, com muita genica que atraiu muitos fãs durante os seus 90 anos de existência.

A bonequinha de cabeça grande e corpo pequeno, é ainda hoje lembrada, apesar dos seus 90 anos. Betty Boop com ar inocente, mas menina atrevida nasceu nos Estados Unidos da América quando o país atravessava uma terrível recessão. Os seus filmes em animação ficaram famosos e Betty conheceu o sabor da fama. Criada por Max Fleischer, apresenta-se como uma jovem menina de vestido curto e cabelo pequeno que usa uma liga a meio da perna e apenas quer conseguir a sua independência num mundo governado por homens que constantemente lhe tentam tirar a roupa e aproveitar-se dela. Contudo Betty não se deixa ficar quieta. Fiel ícone da emancipação feminina, numa época ainda muito contornada politicamente. Esta personagem foi um escape para a sociedade e ainda hoje é lembrada.

Neste documentário apenas sobre Betty Boop conhecemos as suas origens, inspiração e a sua história ao longo destes anos. Uma personagem que começou por ser um cão, modificou-se e tornou-se numa forte mulher, que até conseguiu ser Presidente dos Estados Unidos da América. Contudo também sofreu alterações, quando devido a uma lei que proibia sexualidade explícita, tornou-se dona de casa e por isso perdeu a magia e personalidade que tinha. Só quando anos mais tarde conseguiu uma versão animada na televisão a cores é que Betty voltou a ser uma estrela.

As suas músicas eram sátiras a uma sociedade desfeita e muitos dos episódios retratados eram acontecimentos da realidade que infelizmente ainda acontecem nos dias de hoje. Conhecida pela frase mítica  Boop-Oop-a-Doop, Betty era uma conquistadora, e talvez mesmo por causa disso foi a capa do New Yorker a acusar os crimes de assédio sexual de Harvey Weinstein. Por isso ainda hoje Betty Boop pode ser encontrada em vário merchandising, apesar de não ter aparições públicas, mas marcou certamente várias gerações.

Este é um documentário completo da pequena boneca que se tornou muito grande.

Samurai Gourmet

Seguimos as aventuras gastronómicas de uma japonês reformado que tenta reencontrar a sua identidade após anos a trabalhar na mesma empresa. Além disso o seu alter ego de samurai está sempre com ele a acompanha-lo.

Uma viagem gastronómica pela descoberta das melhores comidas do Japão. Nesta temporada de 12 episódios e com assinatura da Netflix, conhecemos Takeshi, um homem reformado de 60 anos, que após anos a trabalhar na mesma empresa como homem de negócios, encontra o seu propósito nas ruas de Tóquio enquanto encontra agradáveis (ou então não) surpresas gastronómicas. Inspirado pelas lendas dos samurais, procura ser destemido e eficaz durante os obstáculos no seu caminho, e pensar como seria na época feudal. Nesta pequena série junta-se os ingredientes da fantasia e realidade. Mas não é tudo, ainda nos cria o apetite com as deliciosas receitas japoneses.

Aviso já que esta série não é ideal para assistirmos quando estamos com fome. Pois os efeitos colaterais a ter depois, podem ser bastante graves. Graves ao ponto de desejarmos ir ao Japão, experimentar aquelas regalias gastronómicas. A personagem Takeshi exprime bem os seus impulsos de degustação e saboreia todos os pratos como se fosse a melhor comida do mundo. Logo temos vontade de experimentar também.

A série é pequena, mas muito eficaz. De uma forma geral conseguimos conhecer bem a cozinha japonesa e a origem dos seus alimentos. A sopa miso, e de porco. As massas bem temperadas e com legumes. O ramen bem saboroso e até as famosas caixas de almoço. Conhecemos um pouco de cada diversidade gastronómica japonesa e também como comem os japoneses. Como já visitei o Japão, posso mencionar que esta série é bem realística, com o que apresentam. A comida é tal e qual como apresentada na série. Por isso quase nem precisamos de sair do sofá para conhecer, mas não é bem assim. Porque a experimentar aquelas saborosas comidas é que estávamos a ganhar.

Os episódios são soltos e não seguem uma história linear. São mensagens de vida e situações em que a comida aparece sempre para nos salvar. Por isso vale a pena conhecer “Samurai Gourmet“.

The Story of Diana

A Princesa Diana foi a Princesa do Povo. Todos conhecemos a sua história, mas agora passados 20 anos da sua morte reavivemos o ícone.

Faz este ano 23 anos desde o falecimento da Princesa Diana. A morte da de Diana é uma daqueles acontecimentos memoráveis que marcaram o séc. XXI. Lembro-me exactamente onde estava quando tomei conhecimento da notícia. Ainda era criança, estava quase a fazer sete anos, mas sabia perfeitamente quem era Diana. Uma princesa. De verdade. Lembro-me que era domingo e estava a caminho de um passeio de família, e a notícia do trágico acidente foi transmitido na rádio. Lembro-me que me marcou, e ainda hoje penso na Princesa do Povo. Gosto de ver documentários sobre a sua vida e não pode ser apenas definida por ter pertencido à realeza. Nem pensar.

The Story of Diana” é um documentário com duas partes, divulgado pela People que reflecte muito sobre a vida de Diana. Com testemunhos de pessoas que a conheciam bastante bem como o seu irmão, a designer do seu vestido de noiva, melhor amiga, entre outros. Desde a infância não muito fácil, devido à separação dos pais, em criança. E à falta de identidade naquela altura, ao seu sentido de proteção. Diana era uma menina tímida quando se apaixonou com o Príncipe de Gales, Charles e se casou com ele. Não estava preparada para a imersão de acontecimentos que a partir daí aconteceram. Multidões de fotógrafos eram figuras presentes nada bem-vindas no seu dia-a-dia. Mas por um lado Diana conseguiu tirar o melhor proveito dessa situação em muitos momentos e por isso também se tornou na Princesa do povo. Sempre pronta a ajudar, quebrou protocolo e finalmente encontrou o seu caminho. A princesa perdeu o conto de fadas e tornou-se uma mulher. Mas o preço pela fama foi demasiado alto. Contudo a lenda de Diana ainda hoje vive e é lembrada pelas suas boas ações e empatia que tinha pelas pessoas.

The Story of Diana” é dos documentários mais completos e reais sobre a sua história. Merece ser conhecido e ainda hoje Diana está presente nos nossos corações.

The Spanish Princess

A chegada da princesa espanhola Catarina de Aragão à corte inglesa para se casar com Arthur, veio mudar a forma como pensavam a realeza britânica que se mantinha com cada vez mais inimigos e com os cofres vazios. Será que Catarina vai ser a salvação do país?

Temporada 1

Continuando a história dos Tudor deixada nas séries The White Queen e The White Princess, seguimos a chegada da mais recente The Spanish Princess. Catarina de Aragão e princesa espanhola está prometida a casar com Arthur, desde criança. Arthur é segundo a linhagem o próximo rei de Inglaterra. Filho de Elizabeth e Henrique VII. Comprometida com o seu destino Catarina anseia por finalmente conhecer o seu esposo. Numa longa viagem de semanas de Espanha a Inglaterra, Catarina conta com a companhia de duas aias e ainda de um exercito espanhol para a escoltar à corte. Além disso fazem parte do seu dote de princesa. Algo que os ingleses necessitam bastante: uma aliança com Espanha através do casamento para se tornarem fortes aos seus inimigos e dinheiro para encherem os cofres do país.

Catarina não tem uma personalidade fácil. Corre-lhe nas veias o sangue quente e latino e apesar da jovem idade, sabe bem qual é o seu objectivo e como cumpri-lo. Foi para isso que treinou toda a sua vida. Uma rapariga decidida, que tem resposta para os snobes da corte britânica e que vive com uma paixão forte dentro de si, de honrar o seu dever. Apesar da insegurança inicial, Catarina casa imediatamente com Arthur, mas os dois tem dificuldades de comunicação enormes. Gostos diferentes e culturas ainda mais diferentes, dificultam o relacionamento de ambos. Só passado um meses é que a desconfiança se torna algo mais, e quando começaram a finalmente cumprir os seus deveres de marido e mulher, uma terrível doença abalou o herdeiro ao trono. Arthur não sobrevive à doença e deixa passado uns Catarina viúva e desamparada num país estranho. Neste momento que Catarina começa a criar um novo plano para se tornar Rainha de Inglaterra, mas o seu amor por Harry, irmão de Arthur, aumenta e ambos decidem planear o futuro juntos. Contudo este não será um caminho fácil. Primeiro pela avó do príncipe, depois pelo pai que ainda mantém uma forte dor em luto pela mãe e depois a irmã de Catarina, Joana e Rainha de Espanha que não aceita pagar o seu dote. Mas o destino consegue sempre uma forma de os juntar. Nesta primeira temporada, conhecemos as dificuldades no amor de Catarina e Harry, enquanto ambos não chegam ao trono. Além disso seguimos outras histórias paralelas, que é o caso das aias da princesa que lutam para conseguir um lugar na corte, mas são abordadas por outros fortes sentimentos que não esperavam encontrar.

Esta é uma série histórica com qualidade Starz que já muito bem nos habituou a estes géneros. A segunda temporada já está em andamento e deverá focar-se nos próximos anos de Catherine e Harry juntos na corte. O resto da história já conhecemos, mas retratado pelo ficcionismo de Phillipa Gregory torna-se bem mais interessante. Por isso estou curiosa para ficar a conhecer.

Showbiz Kids

Ser criança e ser ator não é fácil. Apesar de muitas vezes fazerem as delícias dos estúdios com o seu ar querido e carisma natural, conseguem interpretar bem muitas vezes sem se esforçarem muito. Muitas vezes são os protagonistas de filmes que foram sucesso de blockbuster.

Ser criança e ser ator não é fácil. Apesar de muitas vezes fazerem as delícias dos estúdios com o seu ar querido e carisma natural, conseguem interpretar bem muitas vezes sem se esforçarem muito. Muitas vezes são os protagonistas de filmes que foram sucesso de blockbuster. Estou a lembrar-me de filmes como E.T. – O Extraterrestre (que foi comentado nesta documentário), Harry Potter, Sozinho em Casa…Contudo por vezes os caminhos da fama são íngremes e não são aceitáveis para o estofo de todos, principalmente sendo uma criança em crescimento.

Neste documentário voltamos a recordar ex-estrelas do cinema infantil e que agora olham para o seu passado e reflectem sobre os meios complicados de serem uma estrela infantil. São apresentados os testemunhos de Henry Thomas (o Elliott em E.T.), Wil Wheathon (Gordie em Stand by me), Mara Wilson (Matilda), Jada Pinkett Smith (A Different World) e Milla Jovovich (Regresso à Lagoa Azul). Entre outras personalidades. No entanto a que mais se destacou foi Cameron Boyce que apesar da sua jovialidade a comentar os seus grandes sonhos, o ator faleceu no ano passado com apenas 20 anos, e ainda com uma grande carreira à sua frente.

Apesar dos momentos de glória que estas crianças tiveram na sua altura seja por um grande filme que fizeram, todos conheciam a sua cara e isso trouxe muitas desvantagens no seu crescimento. Enquanto entravam na idade da adolescência. Depois perderam um pouco da sua identidade, onde não faltava pessoas que se aproveitavam dos seu sucesso. A atriz Mara Wilson afirmou que perdeu muito na sua vida, só porque era fofinha. Já o ator Henry Thomas afirmou que quando chegou aos 13 anos não lhe aceitavam oferecer papeis, pois esperavam ver o menino de E.T. e já não acontecia, porque tinha crescido. Um pouco abandonados à sua sorte neste meio.

Contudo apesar do documentário ser bastante interessante e imergente, falha em alguns aspectos. Podiam ser recrutados melhores testemunhos, como por exemplo Macaulay Culkin ou Haley Joel Osment, que agora estão a voltar a aparecer no ecrã. E uma melhor ligação de argumento. Pois a conversa dispersava-se muito e tornou-se por vezes difícil de acompanhar, já que não seguem uma conversa bem construída. Fora isso achei interessante o tema, pois ás vezes perguntamos-nos o que é feito destes atores que fizeram parte da nossa vida, porque por vezes esquecemos que eles também cresceram.

The Morning Show

Uma visão geral sobre um grupo de pessoas que ajuda a acordar os norte-americanos de manhã, num canal televisivo. Carregamos o quotidiano de um grupo de mulheres e homens nesta tarefa diária, após uma notícia polémica.

A tensão sufocante e competitiva numa estação de televisão

O lugar ao sol nem sempre é fácil de conseguir. Nesta série com produção da Apple TV seguimos a forte rivalidade de pivôs de um programa matinal. Além disso o mundo da estação de televisão é abalado, quando a estrela do canal, é acusado de assédio sexual no trabalho.

Tal criou um clima de insegurança e desconfiança no espaço. Com um elenco de luxo onde se destaca Jennifer Aniston, Steve Carrel e Reese Witherspoon nos principais papéis. O elenco é de peso e o argumento também. Tornado esta das séries recentes que mais vale a pena conhecer.

Esta primeira temporada de 10 episódios, começa com uma polémica notícia. Mitch (Steve Carrel) e Alex (Jennifer Aniston) era os sweethearts da América. O programa matinal deles que dava a conhecer as últimas notícias aos norte-americanos era dos programas mais rentáveis para o cana. Mesmo apesar das audiências estarem a descer. Contudo a dupla de apresentadores era muito querida pelo público. Uma manhã típica para ambos é acordar às 3 da manhã e começarem o programa às 6h. Logo no primeiro episódio são abordados com uma forte notícia, quando Mitch é acusado publicamente por abuso sexual e má conduta em local de trabalho. Proibido de voltar à estação, é Alex que terá de dar seguimento ao programa. Ainda em choque e a recuperar das notícias sobre o seu colega de mesa há 15 anos, a pivô lidera com precaução cada movimento seu.

Alex aproveita este momento para reivindicar aquilo que sempre que pertenceu a Mitch. Apesar de ainda estar desorientada, Alex deseja tornar-se a cara da estação e vai usar a corrente a seu favor. Mas numa forte disputa, arrasta Bradley (Reese Witherspoon) para o caos. Bradley era apenas uma entrevistada de Alex, após um vídeo seu tornar-se viral. Contudo Bradley tem toda a vivacidade para estar em pé de igualdade ao lado de Alex na condução do programa matinal. Mas a personalidade de Bradley não é de aceitar o seu papel de marioneta de programa, tem a sua própria opinião, desembaraço e apesar de não estar habituada às luzes da ribalta, tem um forte à vontade à frente das câmaras. Será Alex capaz de competir com isso?

A série aborda esta rivalidade num estação de televisão, os crimes sexuais que tem recebido mais notoriedade nos últimos tempos e ainda o preço da fama que pode custar a opinião do público e o afastamento da família e ainda as falsas amizades deste meio, onde é cada um por si. Com um argumento fantástico e com desempenhos ainda melhores, “The Morning Show” é um drama intrigante com atores que normalmente são conhecidos pela comédia, mas que conseguem destacar-se nestes papeis mais sérios. Todos se destacam à sua própria maneira. Esta foi uma série muito empolgante, diferente e que explora os bastidores dos programas de televisão de uma forma competitiva. Espera-se uma segunda temporada, pois ainda muito ficou em aberto e gostamos sempre de um bom reencontro de FRIENDS, é o caso de Jennifer Aniston e Reese Witherspoon. Das melhores séries do ano e que provavelmente vai conhecer alguns prémios.

Em Defesa de Jacob

Um drama baseado no best-seller triller de 2012 da New Yor Times. Um assistente da polícia de investigação é posto em causa quando o seu filho é acusado de homicídio.

Chris Evans um pai desesperado à procura de respostas

Neste novo drama familiar com produção da Apple TV temos uma história de suspense sobre uma família que terá de lidar com uma forte acusação. Chris Evans lidera a série como patriarca ao lado de Michelle Dockery, que ambos tentam de tudo para protegerem o seu filho de uma acusação de homicídio.

A série baseada num best-seller de 2012 com sucesso, segue a tenebrosa notícia que abalou por completo a família aparentemente perfeita. Como promotor judicial, o pai sabe os procedimentos num caso de investigação de homicídio, mas mesmo assim não tem favoritismo. Será que a família vai resistir a este choque?

A Apple TV está em modo de competição com outras plataformas digitais de transmissão de conteúdos. Como tal tem criado forte conteúdo para a sua programação. “Em defesa de Jacob” é uma mini-série bem sufocante que aborda uma situação dramática que abalou por completo uma família tipicamente normal. Jacob interpretado por Jaeden Martell, um jovem de 14 anos é o primeiro acusado de um homicídio do seu colega de escola. O seu pai, um procurador de investigação, interpretado por Chris Evans, já sabe como tudo funciona. Todos os procedimentos a serem considerados em caso de homicídio. Mas não desiste, procura por todos os meios salvaguardar e integridade do seu filho que está a ser acusado. Um papel bem mais sério, Chris Evans, depois de Capitão América, agora é um pai à procura de respostas que se sente de mãos atadas na actual situação do filho. Já não é a primeira vez que atua ao lado do jovem Jaeden Martell, ambos conheceram-se durante as gravações do filme Knives Out – Todos são suspeitos. Outra figura importante desta família é a atriz Michelle Dockery (Lady Mary em Downton Abbey) que apresenta muita insegurança para o caso. O trio de atores principais está excelente e acredito bem que esta série vai merecer uma nomeação aos Emmys. Sentimos mesmo a presença do elefante na sala quando estão juntos.

A série completa-se com oito episódios, mas apesar de esse ser o intuito inicial, durante a série, não nos interessamos sobre quem é o assassino. Apenas seguimos o drama daquela família que teve o seu quotidiano completamente alterado. Os vizinhos deixaram de lhes falar, deixaram de ser convidados para eventos, desconhecidos olhavam-los de lado, perseguição de jornalistas. Toda essa procura da investigação e depois o julgamento foi um processo de muita luta. O ator J.K. Simmons também marca presença nesta série, como pai de Chris Evans. Onde lhe marca um uma forte dúvida. Só pode escolher um dos dois. Ser uma boa pessoa, ou ser um bom pai. Não pode escolher os dois. Esta é um dilema que a personagem de Chris Evans terá de decidir por si só.

O que marca “Defendind jacob” além das fantásticas interpretações é o excelente trabalho de fotografia. Os tons escuros e frios marcam a tela onde sentimos um calafrio por aquela família e aquele difícil momento que estão a ultrapassar. Não está fácil voltarem ao que eram. Além disso os planos longos e próximos, muitas vezes onde se foca a nuca e expressão cabisbaixa da personagem, impressiona-nos com o desespero de toda a situação. Achei um excelente trabalho de cinematografia.

Esta série foi baseada num livro de William Landay, e o final sofre algumas alterações sobre a série, que ameniza mais a situação. Contudo não deixa de ser uma série sufocante que nos faz duvidar da pessoa próxima com quem dividimos a casa. Seria ela capaz de algo tão horrendo? Para quem gostou da série Sharp Objects, esta série é muito idêntica.

The Good Fight

A atrevida série The Good Fight é o mais verdadeiro de série ficcional que é transmitida. De opiniões muito vincadas e com tendências políticas fortes, somos transportados para o mau-estar deixado pela chefia norte-americana.

Temporada 4

The Good Fight volta a ser sassy e atrevida esta temporada. Começamos logo com o primeiro episódio, quando Diane vive um sonho de uma realidade alternativa. Quando percebe que muito mudou na sua vida e na verdade não é Trump que está na presidência, mas sim Hilary Clinton que ganhou as eleições. Felicíssima grita aos sete ventos a sua opinião. Contudo logo percebe que este mundo pode bem ser um pesadelo, quando descobre que as mulheres não tem a mesma liberdade. Harvey Weinstein não recebeu acusações sexuais e pela primeira vez a mulher não pode ser honesta quanto às sobreposições dos homens. Diane volta novamente para a realidade e não podia estar mais feliz.

Enquanto isso estas personagens voltam a surpreender com excelentes repercussões da lei norte-americana, quando aparece o memo 618. Uma misteriosa nota com poder autoritário e com muito poder que influência todos em sua volta. Além disso a investigação da Diane que está próxima de descobrir a verdade, atraí presenças que não são bem-vindas. Os escritórios Reddick, Boseman, e Lockhart juntam-se a novos associados, mas poderosos e ricos que subtilmente os vão controlar um a um e cabeças vão estar em risco, quando o grupo terá de descobrir quem dispensar dos escritórios. Lucca também recebe um forte protagonismo nesta temporada, quando recebe um trabalho para aconselhar uma multimilionária, que na verdade só precisa que uma amiga para conversar. Lucca entra num mundo onde não estava habituada e isso deixa-a com fortes dilemas morais.

Esta temporada foi curta, apenas sete episódios, mas o último ficou marcado. O grupo tenta descobrir os mistérios na morte de Jeffrey Epstein que morreu na sua cela em circunstâncias invulgares. Mais uma vez esta série volta a ser o mais atual possível. Além das críticas a Trump e aos motins de #blacklivesmatter, “The Good Fight” pega em casos reais e desconstrói-os à sua maneira e cria fortes probabilidades (apesar de fictícias) para o que pode ter acontecido. Consegue mesmo carregar na ferida e fazer-nos pensar.

Esta série é excelente e muito forte, com visões muito vincadas e determinadas. Não tem medo de entrar numa boa luta e apresenta sempre uma fantástica equipa a trabalharem juntos. Nesta temporada senti a falta da atriz Rosie Leslie, pois a série começou com ela no protagonismo, mas na temporada anterior teve que sair. O que é pena, pois gostava muito da personagem. Mas esta temporada também marca fortes saídas, estou a falar da atriz Cush Jumbo, que interpreta Lucca. Devido à pandemia a temporada encurtou e por tal não conseguiram dar o desfecho à personagem, mas na próxima temporada vamos ter mais um pouco de Lucca (e ainda bem). Outra saída é Delroy Lindo que interpreta Adrian Boseman, pois vai estrear noutra série. “The Good Fght” vai ficar mais pobre é verdade, mas ainda podemos contar com algumas participações especiais de Adrian e além disso temos a fantástica atriz Christine Baranski como protagonista. Por isso para o ano, esperemos que toda esta situação mundial acalme e que em breve podemos desfrutar a próxima temporada de “The Good Fight“.

Dads

Várias histórias sobre o que é ser pai. Produzido e realizado por Bryce Dallas Howard, onde se juntam várias celebridades e histórias de parentalidade verídicas.

Muito se fala sobre a maternidade. Aliás é a mãe que carrega a sua criança durante 9 meses na barriga. O pai só sente aquela conexão mais próxima com o filho/a, quando nasce. Afinal o que torna um pai, ser um pai? Que figura deseja transmitir para a criança que nasceu. Neste documentário realizador por Bryce Dallas Howard, temos várias experiências pessoas que celebridades e pais heróis que fazem de tudo pelos seus filhos.

Bryce Dallas Howard lançou o convite e várias celebridades como o próprio pai da atriz/realizador, Ron Howard, Will Smith, Jimmy Fallon, Conan O´Brien, Neil Patrick Harris, Jimmy Kimmel e Ken Jeong aceitaram o desafio e falaram abertamente sobre a sua experiência neste novo mundo se serem pais. Uma conversa informal que nos fez conhecer um pouco mais sobre a história destes atores e apresentadores. No entanto por outro prisma, Bryce, também procurou histórias de pais lançados no mundo real. Procurou e encontrou em todo o mundo. Um pai no Brasil que mantém um podcast de sucesso onde conta as suas atribulações como pai, um youtuber conhecido que começou a sua carreira como homem a dias e agora em conhecido em todo o mundo, devido aos vídeos que pública dos seus três filhos. O que no início pareceu desesperante, reencontrou o conforto que faltava na sua vida. Um pai que não conseguia trabalhar no Japão, pensou em tirar a própria vida, mas o nascimento do seu filho veio mudar toda a sua perspectiva. Um casal de homossexuais que adoptou quatro crianças, cada uma com um seus próprios problemas, mas que com muito amor tudo se resolveu. Por último um pai que não o queria ser, mas agora é considerado como um herói aos olhos do filho. São estas histórias humanas e muito ternurentas que nos fazem acreditar no poder do amor.

Neste documentário Bryce Dallas Howard, pediu ao seu irmão mais novo para se apresentar, pois também está prestes a viver a experiência de ser pai pela primeira vez. A realizadora conseguiu captar com muita emoção todos estes sentimentos que nos fazem aumentar ainda mais o nosso coração. “Dads” presenta na Apple TV, merece ser visto, onde reflecte sobre esta maravilhosa dádiva de uma criança chegar ao mundo.