Crítica: Quando a neve cai

Numa pequena vila, na véspera de Natal, uma tempestade de neve, junta um grupo incomum de jovens pessoas.

Título: Let it snow
Ano: 2019
Realização: Luke Snellin
Interpretes:  Isabela Merced, Shameik Moore, Odeya Rush…
Sinopse: Numa pequena vila, na véspera de Natal, uma tempestade de neve, junta um grupo incomum de jovens pessoas.

Quando a neve cai” é um filme que desperta o nosso espírito natalício. Com um grupo completo de personagens e cada uma com a sua própria história, que eventualmente se vão cruzar, temos um filme sobre magia e procurar o que é certo. Com uma produção da Netflix, seguimos um grupo de jovens, cada um com as suas preocupações. Julie, pretende ajudar a sua mãe que está doente, mas enquanto isso conhece uma estrela pop, Stuart, que tenta fugir do stress da fama. Enquanto isso Addie vive em constante obsessão para encontrar o seu namorado e às custas disso, magoa a sua melhor amiga, que está a encontrar coragem de confessar os seus sentimentos a uma rapariga que conheceu. O mesmo com Tobi que quer confessar-se a Angie, mas eles são melhores amigos desde sempre e tal vai mudar a relação de ambos. Já Keon procura ser o melhor DJ de uma festa que está a preparar. Todos estes assuntos acontessem numa pequena cidade, onde todos conhecem toda a gente. Enquanto chega a semana de férias do natal e a neve começa a cair, a magia pode definitivamente acontecer.

Este filme é bastante simples e previsível e por isso não acrescenta nada de novo. Na verdade esperava mais no desenvolvimento destas personagens. Seja a nível de emoção, como de comédia. Ainda assim estão presentes vários atores, que já conhecíamos de séries da Netflix. Não nos sentimos relacionados com estas personagens, e só queremos que o filme chegue ao fim. Contudo não deixa de ser um bom passatempo que nos aconchega no inverno e nos faz pensar na verdadeira mensagem do natal e no seu significado. Um filme de pipoca que passou despercebido. Apesar de ser baseada na obra de John Green, com o mesmo nome, não me convenceu. O blogue atribui 2,5 estrelas em 5.

Rating: 2.5 out of 5.
Netflix Portugal

Crítica: Cabaret – Adeus Berlim

Um clube com entretenimento em Weimar Republic, Berlin, aborda o romance de dois homens quando o poder dos nazis começa a expor-se sobre aquela cidade.

Título: Cabaret
Ano: 1972
Realização: Bob Fosse
Interpretes:  Liza Minnelli, Michael York, Helmut Griem…
Sinopse: Um clube com entretenimento em Weimar Republic, Berlin, aborda o romance de dois homens quando o poder dos nazis começa a expor-se sobre aquela cidade.

Em plena época de ascensão nazi, numa Alemanha fragilizada, conhecemos Sally (Liza Minelli) uma jovem extrovertida e muito sonhadora, que ambiciona ser uma atriz conhecida. Neste momento trabalha no Kit Kat Klub um espaço de entretenimento, onde Sally é uma das atracções principais. Com música, bebida, dança, shows carnavalescos e muita animação é assim este clube nocturno. Sally conhece Brian um jovem a licenciar-se em Cambridge que procura um espaço para ficar em Berlin e terminar o seu curso. Invadindo a privacidade um do outro, o jovem casal vai se envolver. Mas a jovialidade de Sally faz-la conhecer um magnata Max, que leva-a a ela e a Brian para uns dias de puro luxo. O trio começa a sentir-se atraído e desencadeia em Brian a descoberta pela sua bissexualidade. Numa época onde o Hitler está a recuperar poder, talvez ficar em Berlin não seja a opção mais segura.

Num filme baseado num teatro musical, com ritmos vibrantes do cabaret, onde a música principal é “Life is a Cabaret” somos transportados para um circo de fantasia e excessos, numa época que ainda ignoramos o mundo lá fora e a terrível devastação que os nazis estão a projectar. Ainda somos inocentes a estes acontecimentos, apesar de assistirmos a todos os sinais desde os início do filme. Contudo enquanto isso, conhecemos estas personagens que tentam viver a sua vida o mais normalmente possível, apesar de já desconfiarem que o normal vai deixar de existir. A última cena do filme é marcante e muito assustadora, enquanto contemplamos a ameaça nazi que já assombra o clube de cabaret.

Filme vencedor de vários Óscares da Academia, incluindo de Melhor Realizador e Melhor Atriz Principal. Liza Minelli está absolutamente brilhante neste papel que lhe deu fama. A filha de Judy Garland estava a construir a sua carreira como cantora e atriz. O papel de Sally é mesmo icónico e sempre associado a Liza. A sua voz em músicas como “Maybe this Time” e “Life is a Cabaret” tornam-na numa excelente profissional que merece reconhecimento.

Concluindo “Cabaret” é um filme bem espevitado, muito carismático que apesar de nos assustarmos com as maquilhagens das personagens, somos absorvidos pela narrativa bem composta que os faz pensar na complexibilidade destas personagens. O blogue atribui 3,5 estrelas em 5.

Rating: 3.5 out of 5.

Crítica: Um Amor Inevitável

Harry e Sally conhecem-se à anos, e são mesmo bons amigos. Mas eles temem que o sexo arruíne a amizade de ambos.

Título: When Harry Met Sally… 
Ano: 1989
Realização: Rob Reiner
Interpretes:  Billy Crystal, Meg Ryan, Carrie Fisher…
Sinopse: Harry e Sally conhecem-se à anos, e são mesmo bons amigos. Mas eles temem que o sexo arruíne a amizade de ambos.

Esta é uma daquelas histórias onde boy meets girl, mas a química não existe por serem duas pessoas totalmente opostas. Harry tem as suas próprias ideias, e não gosta que lhe digam o que fazer, acredita na espontaneidade e vive o momento. Já Sally mantém sempre uma postura correta, elegante e sabem bem o quer. Durante o primeiro encontro de ambos, onde ainda eram adolescentes, questionam-se sobre a questão. Será que homem e mulher podem ser amigos sem atração física. Para Harry é impossível, já Sally acredita que pode acontecer. Durante os próximos anos voltam a encontrarem-se várias vezes e o destino arranja sempre formas de os juntar. Mas primeiro uma forte amizade cresce entre ambos. Será que romance vai existir?

Esta é das melhores comédias românticas do cinema. “When Harry met Sally” junta os atores Billy Crystal e Meg Ryan no final dos anos 80, como das melhores duplas do ecrã. Um filme bem construído com excelentes interpretações, sobre uma amor ainda tímido mas com grandes hipóteses de resultar. O argumento bem escrito e muito leve que consegue criar um ambiente bem-disposto durante todo o filme. Acompanhamos o crescimento destas personagens enquanto os anos e as estações do ano passam. Um clássico do início dos anos 90 e final dos anos 80 que ainda está presente nas listas de melhores filmes do género e que sem dúvida vale a pena conhecer.

Concluindo para uma sessão descontraída e divertida é um filme que aconselho. Afinal apresenta o melhor orgasmo interpretado no cinema. Meg Ryan é a rainha e este filme é uma prova da sua época de ouro na sétima arte. Além disso esta é mesmo uma dupla que dificilmente esquecemos. Um filme que explora bem o relacionamento com o sexo oposto e quando passamos de amigos a mais do que isso. Um processo que nem sempre é fácil de abordar. O blogue atribui 4 estrelas em 5.

Rating: 4 out of 5.

Crítica: 16 Primaveras

Uma jovem que está nos seus sweet sixteen é tudo menos importante, enquanto passa por alguns momentos embaraçosos, típicos da idade. Mais um clássico de John Hughes.

Título: Sixteen Candles
Ano: 1984
Realização: John Hughes
Interpretes:  Molly Ringwald, Anthony Michael Hall, Justin Henry…
Sinopse: Uma jovem que está nos seus sweet sixteen é tudo menos importante, enquanto passa por alguns momentos embaraçosos, típicos da idade.

John Hughes é mesmo o rei destes rom-coms com o centro na juventude. Escolhe sempre a mesma musa, a atriz Molly Ringwald para a sua protagonista, seja neste filme como em Breakfast Club e Pretty in Pink. A atriz ruiva tornou-se mesmo a imagem de marca dos filmes de Hughes e marcou uma geração de romance. Neste filme seguimos a protagonista, Sam, uma jovem com mais três irmãos onde a sua vida está uma confusão. Os seus 16 anos chegaram, mas a família parece ter-se esquecido, devido ao caos do casamento da sua irmã mais velha. Mas mesmo isso Sam, segue o seu dia e acredita que o dia ainda lhe vai surpreender. Entretanto confessa à sua melhor amiga a sua paixão, por Jake Ryan que parece que começou a reparar em Sam. Mas o dia está longe de terminar. Um baile da escola é o mote ideal para confessar o seu amor por Jack, mas não corre como previsto, uma acontece uma grande confusão, mudando o ciclo de todas as personagens.

A introdução do filme é uma ode visual à juventude. Calças de ganga curtas, mastigar pastilhas elásticas, casais de namorados com a mão no bolso no traseiro da cara-metade, cabelos volumosos, roupas coloridas e nerds com um estilo muito peculiar. Estamos a metade dos anos 80 e era assim que se comportava a juventude. Mesmo com os seus dilemas do dia-a-dia, e com drama de problemas de primeiro mundo, havia ainda tempo para convívio onde prevalecia o humor e as festas.

16 Primaveras” apresenta um leve argumento, com momentos divertidos de nos fazer rir e outros que nos fazem acreditar no amor inocente. Um clássico das comédia românticas que nos faz acelerar o coração e pensarmos também na nossa primeira história de amor. Tão pura e inocente, com nesta idade. O blogue atribui 3 estrelas em 5.

Rating: 3 out of 5.

Crítica: Enquanto Estiveres Aí…

Um solitário arquitecto apaixona-se pelo espírito de uma bela mulher, que costumava viver no seu apartamento. Um par romântico entre Reese Witherspoon e Mark Ruffalo

Título: Just Like Heaven
Ano: 2005
Realização:  Mark Waters
Interpretes:  Reese Witherspoon, Mark Ruffalo, Donal Logue…
Sinopse: Um solitário arquitecto apaixona-se pelo espírito de uma bela mulher, que costumava viver no seu apartamento.

Elizabeth (Reese Witherspoon) é uma médica interna muito dedicada. A sua vida é a sua profissão e não tem tempo para mais nada na sua vida. Contudo quando recebe a melhor notícia da sua vida, tem um grave acidente. De um momento deixamos de conhecer Elizabeth e conhecemos David, um solitário homem que procura um apartamento novo para viver, após a trágica morte da esposa. Ambos ficam conectados um com o outro, quando David vai viver para o apartamento de Elizabeth e o seu espírito aparece-lhe. Apenas David consegue ver Elizabeth, será que quer dizer algo?

Um filme romântico realizado por Mark Waters que já nos habituou a excelentes comédias, como “Giras e Terríveis” e “Um dia de doidos“. “Enquanto Estiveres Aí” é também uma excelente obra de sobrenatural, romance e comédia. Torna-se num filme interessante e com uma história bonita no final, e que conquista os mais apaixonados. A química entre os atores Reese Witherspoon e Mark Ruffalo existe e por aqui ainda não eram tão conhecidos como atualmente, mas já marcavam presença com as suas interpretações. Ambos tornam este filme único e bastante apetecível de assistir. O desenrolar é muito romantizado para a conclusão do filme, mas conseguiu cumprir o seu propósito principal.

Just Like Heaven” é diferente com um argumento meigo e que se torna numa obra cinematográfica que sabe bem assistir em qualquer momento. Um filme de pipoca para qualquer ocasião. O blogue atribui 3,5 estrelas em 5.

Rating: 3.5 out of 5.

Crítica: Larry Crowne

Após perder o seu emprego, um homem de meia-idade tenta reinventar-se novamente e decide começar a estudar. Uma comédia romântica com Tom Hanks e Julia Roberts nos principais papéis.

Título: Larry Crowne
Ano: 2011
Realização: Tom Hanks
Interpretes:  Tom Hanks, Julia Roberts, Sarah Mahoney…
Sinopse: Após perder o seu emprego, um homem de meia-idade tenta reinventar-se novamente e decide começar a estudar.

Mr. Nice Guy

Um homem de meia idade procura um novo recomeço na sua vida que atualmente parece estar sem rumo. Despedido do seu emprego do qual era muito bom no que fazia, a atravessar um processo de divórcio e com dificuldades económicas, decide voltar a estudar e começar na faculdade, para melhorar a sua vida e ter mais oportunidades de sucesso.

Tom Hanks está no protagonismo e percebesse que este ator é mesmo o vizinho da porta do lado, os seus papeis são sempre de mr. nice guy e ninguém melhor do que ele para o ser. Divide o ecrã com Julia Roberts e ambos interpretam um casal que está a reaprender a amar. Enquanto isso Tom Hanks é também o realizador deste filme com drama e romance.

O plot estava lançado e Tom Hanks, vencedor de dois Óscares da Academia com os filmes Filadélfia e Forrest Gump, ambos com o Óscar de Melhor Ator. Depois de conquistar na interpretação, Hanks decide aceitar o papel atrás das câmaras e tornar-se em realizador. Esta é a sua primeira longa-metragem e torna-se um filme bastante leviano, divertido e até satisfatório. Hanks também assume o protagonismo e torna-se Larry Crown, um funcionário de um supermercado que de um momento para o outro é despedido, só porque não tem estudos suficientes. Desempregado e com dívidas na casa devido ao seu recente divórcio, decide arranjar um emprego em part-time num restaurante, enquanto torna-se estudante de uma faculdade. Nesse momento a sua vida bastante, pois aumenta o grau de amizades e ainda recebe a simpatia de uma professora de oratória rancorosa com a sua vida (Julia Roberts), que detesta dar aulas. A vida de Larry Crowne rapidamente recebe um rumo positivo e uma esperança renovada que lhe faltava.

Nesta obra cinematográfica temos um argumento bastante leviano sobre romance que nos faz crer no melhor das pessoas. Um happy ending mesmo com as adversidades da vida. Os protagonistas estavam um pouco perdidos, mas encontraram um novo significado para a sua identidade. Este é um filme de sábado à tarde, mas com uma mensagem de positividade. Tom Hanks está indicado para este papel e até a sua realização está bastante natural, apesar de haver alguns momentos que necessitassem de algum impulso mais coerente. Contudo transformou-se num fantástico e leve filme. A química entre Hanks e Roberts, podia ter sido mais trabalhada, esta foi a primeira vez que trabalharam juntos. Julia Roberts é já a rainha das comédias românticas, mas neste filme houve emoções que falharam.

Concluindo “Larry Crowne” é uma tentativa de comédia-romance, mas não será daqueles filmes memoráveis. Fico sempre bem-disposta quando assisto aos filmes de Tom Hanks e este não foi excepção. O blogue atribui 3 estrelas em 5.

Rating: 3 out of 5.

Crítica: Sem Reserva

A vida de uma chefe de topo e responsável por uma elegante cozinha, muda, quando fica responsável pela sua sobrinha.

Título: No Reservations
Ano: 2007
Realização: Scott Hicks
Interpretes:  Catherine Zeta-Jones, Aaron Eckhart, Abigail Breslin…
Sinopse: A vida de uma chefe de topo e responsável por uma elegante cozinha, muda, quando fica responsável pela sua sobrinha.

Uma comédia romântica que junta Catherine Zeta-Jones e Aaron Eckhart na cozinha. A paixão de ambos é a mesma e vai dividir-se com outros sentimentos. Kate, é uma chef de topo da cozinha de um restaurante de luxo no centro da cidade. É a responsável pela confecção, e pesquisa de novos pratos e novos sabores de forma a manter a qualidade da sua cozinha. O seu dia-a-dia é passado na perfeição, sem tempo para indecisões e aventures. Kate (Catherine Zeta-Jones), vive para a sua cozinha. Consulta um terapeuta de forma a melhorar o seu temperamento excessivo e a melhor comunicar com as pessoas. Kate criou esta barreira à sua volta que impede de alguém se aproximar de si. Contudo a sua vida muda drasticamente quando a sua irmã morre e terá de ser a guardiã da sua sobrinha Zoey (Abigail Breslin). Como se as mudanças na rotina não chegassem, Kate sente-se ameaçada com uma nova presença na sua cozinha. Nick (Aaron Eckhart) especialista em cozinha italiana, adora música de ópera e vive sempre a improvisar. Ambos competem pelo seu lugar na cozinha, mas o ódio, dá lugar ao amor.

Sem Reserva” pode focar-se numa narrativa bastante cliché, mas que nos deixa colados ao ecrã, porque torna-se uma história cativante e aconchegante. Uma rom-com que junta alguns ingredientes principais como um bom elenco, e uma história que cria empatia e além disso ficamos encantados porque aborda comida e isso é sempre bom. O argumento está bem delineado e não é apressado, apesar da muita história que acontece na vida da protagonista. Por esse motivo, não existem momentos parados e a narrativa desenrola-se a um bom ritmo e coerência. Este tipo de filmes sabe sempre bem assistir. O blogue atribui 3 estrelas em 5.

Rating: 3 out of 5.

Crítica: Boneca de Sonho

Uma jovem socialité de Nova Iorque, começa a interessar-se por um homem que muda para o seu apartamento, mas o seu passado intromete-se no meio.

Título: Breakfast at Tiffany’s
Ano: 1961
Realização: Blake Edwards
Intérpretes: Audrey Hepburn, George Peppard, Patricia Neal…
Sinopse: Uma jovem socialité de Nova Iorque, começa a interessar-se por um homem que muda para o seu apartamento, mas o seu passado intromete-se no meio.

Um clássico do cinema com Audrey Hepburn no principal papel. Símbolo de elegância, moda e graciosidade. A personagem de Hepburn é Holly Golightly uma jovem ambiciosa e extrovertida que sonha ir mais além. Esta personagem é um ícone da cultura pop e isso percebe-se facilmente quando assistirmos a este filme. Holly é divertida, e ninguém fica indiferente à sua beleza, tal como Hepburn. Quando se sente triste gosta de passar pelas montras da loja Tiffany’s em Nova Iorque, porque segunda ela, nada de mal lá acontece. Ainda há procura de um rumo na sua vida, pretende ganhar dinheiro suficiente para fugir com o seu irmão para um mundo novo. Holly vive perdida e desorientada na confiança de conseguir alguém rico que lhe possa satisfazer as suas necessidades mais luxuosas. Contudo o seu ponto de vista é alterado, quando conhece um escritor que vive à custa das mulheres, e que lhe faz conhecer um novo rumo da sua vida. É principalmente na relação de Holly e Paul que o filme se concentra. Ambos precisavam de um motivo para mudarem a perspectiva como estavam a gerir a sua vida. Encontram-se um ao outro.

-I’m like cat here, a no-name slob. We belong to nobody and nobody belongs to us. We don’t even belong to each other.

Holly

Seguindo o lema de “ninguém pertence a ninguém” a protagonista não se quer sentir “presa” a ninguém, pois sabe as consequências que pode acontecer. Pode sofrer ou ficar com o coração partido. Cria uma barreira à sua volta que não deixa ninguém aproximar-se, quem entra é apenas por divertimento. Não esperava outra atriz para este papel, Audrey Hepburn está brilhante, no papel que lhe deu reconhecimento. O argumento descontraído das personagens e alguns momentos hilariantes deste filme são do melhor, é daquelas obras cinematográficas que podemos ver vezes sem conta sem nos cansarmos. Percebe-se porque é um clássico intemporal. Apesar de algumas pontas soltas na narração, tornam-se aspectos secundários para a construção destas duas personagens principais. O envolvimento de Holly e Paul foi dos melhores encontros românticos do cinema e não nos podemos esquecer daquele beijo no final. Concluindo é um filme que merece a nossa atenção, um romance apaixonante e inesquecível, com desempenhos memoráveis e o que fazem as lendas do cinema. O blogue atribui 4 estrelas em 5.

Rating: 4 out of 5.

Crítica: A Todos os Rapazes: P.S. Ainda Te Amo

Lara Jean e Peter oficializaram a sua relação, mas o destinatário de outra carta de amor entra em contacto.

Título: To All the Boys: P.S. I Still Love You
Ano: 2020
Realização:  Michael Fimognari
Interpretes:  Lana Condor, Noah Centineo, Jordan Fisher…
Sinopse: Lara Jean e Peter oficializaram a sua relação, mas o destinatário de outra carta de amor entra em contacto.

Depois um primeiro filme bem amoroso e fofinho com “A Todos os Rapazes que Amei” a Netflix voltou com a sequela da história de Lara Jean. Depois do envio sem autorização das suas cartas pessoais de amor, Lara Jean e Peter começam a namorar. Com um primeiro encontro bastante perfeito onde prometem não partir o coração ao outro. Lara Jean começa a viver a sua própria história de felizes para sempre. Contudo o seu mundo abala, quando um romance do passado e outro destinatário das cartas, John Ambrose, lhe escreve como resposta aos seus sentimentos. A jovem volta a ficar indecisa, pois de um lado tem o seu amor perfeito Peter, mas que ao contrário dela não tem nenhuma primeira vez no romance e por outro John que ambos tem muitos aspectos em comum e uma personalidade muito semelhante. Qual será o pretendente que Lara Jean vai escolher?

There’s a Korean word my grandma taught me. It’s called jung. It’s the connection between two people that can’t be severed, even when love turns to hate. You still have those old feelings for them; you can’t ever completely shake them loose of you; you will always have tenderness in your heart for them

Lara Jean

Apesar de ser diferente dos filmes do género de rom-com teen, este consegue a sua própria identidade, baseado na saga de livros de Jenny Han, temos uma narrativa fofinha sobre a procura do primeiro amor e os dilemas da adolescência. Esta sequela não foi tão lindinha como o primeiro filme, mas ainda assim conseguiu ser bom. Houve algumas falhas de argumento e situações por explicar, pois as personagens principais evitavam sempre o “elefante na sala” mas fora isso voltámos a apaixonar-nos novamente. Além disso este foi um filme de transição, por isso espero que resolvam os assuntos pendentes com um terceiro filme.

Concluindo esta é uma continuação dos eventos passados e indicado para o Dia dos Namorados (dia da sua estreia). Mantém-se fofinho na mesma, mas soube a pouco e esperávamos algo mais. O blogue atribui 3,5 estrelas em 5.

Rating: 3.5 out of 5.

Mulherzinhas (2019)

Jo March reflecte sobre a sua vida, explicando a história das queridas irmãs March – quatro mulheres, determinadas e viver a vida nos seus próprios termos.

Título: Little Women
Ano: 2019
Realização: Greta Gerwig
Interpretes:  Saoirse Ronan, Emma Watson, Florence Pugh…
Sinopse: Jo March reflecte sobre a sua vida, explicando a história das queridas irmãs March – quatro mulheres, determinadas e viver a vida nos seus próprios termos.

Esta obra clássica da literatura recebeu uma nova adaptação, mais fresca e jovial pela realizadora Greta Gerwig. Uma visão feminina era tudo o que mais precisávamos para este filme.

As Mulherzinhas” surgiu em 1868 pela imaginação de Louisa May Alcott, ou melhor, esta é uma semi-biografia, com personagens fictícias, inspirada na sua própria vida. Nesta obra intemporal e moderna para a época, reflecte com transparência o papel das mulheres na sociedade. Transformou-se nas suas vozes. “Mulherzinhas” aborda a história de quatro irmãs – Jo, Meg, Beth e Amy, onde juntas tentam sobreviver a um período difícil da História Americana, a Guerra Civil (1861 – 1865). Este é um contexto necessário para compreendermos a generosidade desta família, guiadas pela sensatez da mãe. Marmee (Laura Dern) educa sozinha as filhas, enquanto a figura paternal luta na guerra. Apesar dos tempos difíceis, escreve sempre uma carta às suas filhas, assinando sempre “com muito amor para as minhas mulherzinhas”.

A narrativa não é abordada de forma linear. Greta Gerwig fez questão disso. Esta é uma nova adaptação, onde através de flashbacks ficamos a conhecer o passado e o presente da família March. Uma abordagem mais cativante para motivar o público. Tornando este filme de época mais acessível para todos. A protagonista da história é Jo, considerada como o ego real da própria escritora Louisa May Alcott. Com personalidade determinada e independente, Jo não se enquadra no quadro perfeito de mulher da altura. Sonha ser escritora e viver nos seus próprios termos. Triunfar num mundo de homens, inconformada com as leis sociais impostas às mulheres. Atualmente vive em Nova Iorque, mas uma carta fá-la voltar a casa.

Voltamos no tempo até 7 anos atrás. Estamos em Concord, Massachusetts na casa da família March. Conhecemos melhor as quatro adolescentes irmãs de classe média. Além de Jo, temos a sonhadora Meg, que ambiciona ser bela e casar; a calma e meiga Beth que adora a música e Amy a mais nova, muito emotiva e caprichosa. Com personalidades bastante diferentes, é interessante ver o crescimento de cada uma destas personagens no decorrer da narrativa. As suas ações perante as várias situações do dia-a-dia são degraus que vão ultrapassando e tornando os seus sonhos realidade.

Com um total de 6 Óscares em nomeação, incluindo Melhor Filme, Melhor Banda Sonora, Melhor Roteiro Adaptado e Melhor Guarda-Roupa, também estão nomeadas na categoria para Melhores Atrizes – Principal e Secundária. Saoirse Ronan é a escolhida da realizadora. Ambas já trabalharam juntas no filme Lady Bird que também esteve nomeado aos Óscares em 2018. Saoirse é uma excelente atriz e prova disso tem sido os filmes que tem participado. Assume bem o protagonismo e esta é já a sua quarta nomeação ao Óscar. Uma surpresa foi a jovem Florence Pugh que se destaca maravilhosamente neste filme. 2019 foi sem dúvida o seu ano, depois de participações em “Uma Família no Ringue, e “Midsommar” conseguiu várias nomeações aos prémios com “Mulherzinhas“. Além disso este ano vai participar em “Viúva Negra” que estreia em maio. No elenco ainda marcam presença Emma Watson, Timothée Chalamet (Chama-me pelo teu nome), Laura Dern, Eliza Scanlen (Sharp Objects) e Meryl Streep. Engraçado pensar que apesar de esta ser uma história tipicamente americana, o seu principal elenco não é. Todas as irmãs são inglesas, excepto Eliza que é australiana. Em algumas cenas mais tensas, Saoirse não conseguiu esconder o seu sotaque irlandês, esta foi apenas uma pequena referência. “Mulherzinhas” nesta edição aos Óscares, conseguiu apenas o de Melhor Guarda-Roupa.

Concluindo este é um filme que aquece o coração e apresenta mais um trabalho brilhante de Greta Gerwig como realizadora. Num indústria saturada de homens na chefia, Gerwig destaca-se na multidão. Apesar estar a competir com o marido, Noah Baumbach em “Marriage Story” para o prémio de Melhor Filme e Melhor Realização. Nenhum ganhou, no entanto ficou uma excelente nova adaptação do clássico de literatura e que Louisa May Alcott deveria ficar muito orgulhosa pelo resultado. 

Rating: 4 out of 5.

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