Crítica: Bad Boys Para Sempre

Os detectives de Miami, Mike Lowrey e Marcus Burnett terão de ir contra uma mãe e filho, uns senhores da droga que desejaram vingança naquela cidade

Título: Bad Boys for Life
Ano: 2020
Realização:  Adil El Arbi (as Adil), Bilall Fallah (as Bilall)
Interpretes:  Will Smith, Martin Lawrence, Vanessa Hudges….
Sinopse: Os detectives de Miami, Mike Lowrey e Marcus Burnett terão de ir contra uma mãe e filho, uns senhores da droga que desejaram vingança naquela cidade.

Os bad boys voltaram

Foi necessário 17 anos para voltarem para um terceiro filme. Will Smith e Martin Lawrence voltam a ser os Bad boys, bad boys
Whatcha gonna do, whatcha gonna do
When they come for you
. A chegada desta nova década trouxe surpresas e por isso decidiram terminar este filme de sucesso sobre dois polícias em Miami.

Os anos passam e essa reflexologia também foi referida neste filme, onde a personagem Marcus Burnett (Martin Lawrence) deseja reformar-se de uma vida complicada em capturar ladrões e ficar em muitas situações de perigo. Já Mike Lowrey (Will Smith) não aceita a decisão do amigo e refere que ainda tem muito para viver como polícia. Mas tudo muda quando sofre uma tentativa de homicídio.

As ruas de Miami voltam a ser o palco de aventuras para estes dois polícias que vivem sem regras e são donos da sua própria disciplina. Claramente passaram-se uns anos desde o último filme de Bad Boys. Os protagonistas, Marcus e Mike estão novamente em apuros, e com a polícia (sendo eles também) atrás deles. Estão atrasados para o nascimento do neto de Marcus. A amizade desta dupla é abalada quando Marcus decide que se quer reformar e como tal terminar a parceria com Mike, que não aceita pacificamente a decisão do amigo. Contudo essa situação fica em stand-bye, quando Mike é inesperadamente atingido a tiro e quase não sobrevive. Conhecemos uma outra história do passado e um poderosos cartel de droga mexicano, onde uma mãe deseja vingança e juntamente com o seu filho, vão atrás de um por um.

Este filme não perde a qualidade comparativamente com os anteriores, pelo contrário, segue no mesmo registo. Muita adrenalina, missões quase impossíveis e sempre com muito humor e ação. Esta dupla é das mais bem assentadas do cinema. Desta vez não Will Smith que tem o papel de engraçadinho, deixa esse cargo para Martin Lawrence que não se cala, pode ser inconveniente, mas tem sempre de dizer. Os bad boys vão ser sempre eles, agora como bad men.

O filme apresenta uma narrativa plausível e bem concebida o que capta a nossa atenção. Acho que foi uma excelente maneira de terminar a saga destes dois. No entanto, ainda muito pode acontecer, pois o final ficou em aberto para uma próxima aventura. Apesar de alguns momentos cliché, ignoramos isso e apreciamos esta dupla de bad boys que ainda nos fazem rir. O blogue atribui 3,5 estrelas em 5.

Rating: 3.5 out of 5.
Sony Pictures Portugal

Crítica: Doze Homens em Fúria

Um júri convicto tenta evitar uma falha na justiça e forçar os seus colegas a reconsiderar todas as provas do sucedido. Nomeado para Melhor Filme em Óscar em 1958.

Título: 12 Angry Men
Ano: 1957
Realização: Sidney Lumet
Interpretes: Henry Fonda, Lee J. Cobb, Martin Balsam…
Sinopse: Um júri convicto tenta evitar uma falha na justiça e forçar os seus colegas a reconsiderar todas as provas do sucedido.

Este é um dos mais célebres filmes sobre courtroom. Um filme com cerca de uma hora e meia que ocorre sempre no mesmo local, um sala onde estão presentes doze jurados que vão definir o destino de um jovem acusado de assassinar o pai com múltiplas facadas. O filme foi baseado na peça de Reginald Rose de 1954 que com o poder da argumentação tenta definir quem é culpado ou inocente. Será que a verdade vai ser encontrada?

Um caso sério chegou às mãos deste júri. Um jovem está entre a vida e a morte quando é acusado de ter assassinado o seu pai. Os doze homens escolhidos para o júri terão de ter os seus votos unânimes para definir o destino do acusado. Doze votos como culpado ou doze votos como inocente. O início comprova algumas desigualdades, 11 apostam que é o assassino, mas apenas um júri acredita na sua inocência. Mesmo apesar de todas as provas indicarem o contrário, decide que pelo menos merece um tempo para pensarem na sua vida, já que o destino final podem ser a sentença à morte. Aos poucos e poucos os homens estudam o caso e questionam as provas existentes e a veracidade das testemunhas do caso. A tensão aumenta e vamos conhecendo as histórias de cada um e o que os motiva. Tal como no palco, este filme apresenta o mesmo peso, como se fosse tudo filmado na mesma sequência.

Um filme com um excelente argumento que nos vai prender até ao final, quando todas as opinião são ouvidas. Nomeado para o Óscar de Melhor Filme em 1958, não ganhou, mas conseguiu destacar-se como um filme intemporal e um clássico. As interpretações são fantásticas e expressivas e conseguimos ver o pânico daqueles homens que tem uma vida humana nas suas mãos. Afinal sentem o mesmo pânico de se tornarem assassinos ou não. Pois a sua ordem podem decretar esse final.

12 Angry Men” é uma tempestade de razão e fundamentos argumentativos que nos fazem ver mais além das aparências. Mesmo todo o cenário, ajuda a aumentar a pressão para estas questões morais. Razão, emoção, luz, escuridão e certo, errado, tudo abordado numa fantástica obra fictícia, mas que muito bem podia ser real. O blogue atribui 4 estrelas em 5.

Rating: 4 out of 5.

Crítica: Knives Out – Todos São Suspeitos

Um detective investiga a morte do patriarca de uma família excêntrica e conflituosa.

Título: Knives Out
Ano: 2019
Realização: Rian Johnson
Interpretes:  Daniel Craig, Chris Evans, Ana de Armas…
Sinopse: Um detective investiga a morte do patriarca de uma família excêntrica e conflituosa.

Uma família disfuncional

Procurem as pistas e não deixem ninguém sair da mansão. O patriarca está morto e o culpado pode ser alguém da sua própria família. Todos querem o dinheiro, mas nenhum se esforça demais para trabalhar. Mas aqui as aparências enganam.

Neste filme policial, seguimos o detective enquanto procura desvendar um assassinato, numa mansão onde todos são suspeitos. Intriga, revolta, desassossego e uma boa dose de humor negro. Uma receita necessária para um murder mystery party.

O início do filme começa com uma grande investigação. Na noite passada o patriarca da família, foi encontrado morto no seu quarto, após o seu aniversário. Naquele local estava toda a família reunida, logo todos são considerados suspeitos. Entre todos o motivo é o único aspecto em comum. O dinheiro. À medida que o filme avança, percebemos que cada um dos intervenientes tem um motivo para assassinar, já que perceberam que tudo ia ficar mais complicado pois não iam receber o sustento financeiro.

Com grandes atores no elenco como Daniel Craig, Chris Evans, Toni Collette e Jamie Lee Curtis, não conseguimos dar destaque a todas as suas personagens, mas a presença de cada uma é notada. Cada elemento desta família é tresloucado e muito egocêntrico, por isso torna-se um filme bastante divertido. Na narrativa misteriosa, típica deste género de filmes, o público é enviado muito repentinamente para a resolução do caso. tal factor acho que devia ser mais ocultado e só descrito no final do filme. Contudo necessitávamos de alguns conhecimentos gerais para a especulação sobre os culpados.

– “It’s a weird case from the start. A case with a hole in the center. A doughnut.”

Benoit Blanc

Os dados estão lançados e seguimos o detective privado Benoit Blanc (Daniel Craig), um pouco distraído, mas que está muito atento aos pequenos pormenores quando resolvemos o caso. Para um filme do género, não desilude totalmente e até se torna satisfatório de assistir. “Knives Out” é um jogo do rato e do gato e que faz falta mais filmes assim ao género de Agatha Christie. O blogue atribui 3,5 estrelas em 5.

Rating: 3.5 out of 5.

Crítica: Diamante Bruto

Com as suas dívidas a subir e com os colectores à porta, um joalheiro de Nova Iorque falador, arrisca tudo para sobreviver.

Título: Uncut Gems
Ano: 2019
Realização: Benny Safdie, Josh Safdie
Interpretes:  Adam Sandler, Julia Fox, Idina Menzel…
Sinopse: Com as suas dívidas a subir e com os colectores à porta, um joalheiro de Nova Iorque falador, arrisca tudo para sobreviver.

O caminho mais fácil nem sempre é o melhor

A oportunidade de Adam Sadler ficar nomeado para um Óscar pela primeira vez, aconteceu com este filme. Um ator que quase ninguém leva a sério, principalmente pelos filmes de comédia que protagoniza, não conseguiu a sua nomeação.

O ator indignado não dispensou palavras contra a decisão da Academia, reivindicando que a sua participação no filme “Diamante Bruto” foi sem dúvida um dos seus melhores trabalhos. Posso afirmar que sim, este foi sem dúvida um trabalho diferente para Sadler, mas não penso que tenha sido melhor do que os nomeados deste ano.

Diamante Bruto” é um filme com produção Netflix que se foca num homem com muitos pecados. Enganador em todos os sentidos, Howard Ratner (Adam Sadler) de forma a esquivar-se das suas dívidas, aposta erradamente, e confia em quem não deve. Howard é um joalheiro na cidade de Nova Iorque que comercializa um determinado tipo de jóias. Escolhas preferidas dos afro-americanos da zona e homens endinheirados com extravagâncias muito próprias. Como é muito falador e persuasivo, só se mete em confusões por não lidar com as pessoas mais corretas. Vive sempre com a faca ao pescoço e nem pela sua própria família, consegue manter-se fora de sarilhos. Howard vive sempre no limite e Adam Sadler foi uma boa escolha para este papel.

Apesar do filme ter sido muitas vezes comentado pela crítica, este é sem dúvida um filme de atores. A narrativa consegue ser muitas vezes frustrante e confusa. A realização liderada por várias pessoas, apresenta visões diferentes o que não favorece o trabalho da fotografia. Muitas das sequências apresentadas são apressadas e ainda com material muito em bruto.

Adam Sadler conseguiu construir bem a sua personagem. Muito energético e carismático, não para calado um segundo e tem sempre a resposta na ponta da língua. Tenta sobreviver a todo o custa às exigências do seu trabalho. E sempre por um fio de navalha. Espero no futuro encontrar mais papeis assim para Sadler, porque conseguiu provar que consegue ir mais além do que a comédia fácil.

Esta obra cinematográfica não é muito completa. Apenas temos um exemplo de um caso isolado de vendedor de jóias que pretende resguardar o seu ouro mais precioso. O resto de como este mundo funciona não houve um desenvolvimento explicativo nessa área.

Diamante Bruto” é um filme intenso, frenético e com ação non-stop. As personagens gritam, e falam alto tal como no mundo real. Apesar de apenas seguirmos os passos de um homem, personagem de Sadler, somos facilmente transportados para o seu mundo e a adrenalina de montanha russa que é viver um dia na sua vida. Não há momentos parados e a energia flui sempre por isso não é fácil perdermos o interesse, contudo a concentração pode ser difícil de manter com tanta informação ao mesmo tempo. O blogue atribui 3,5 estrelas em 5.

Rating: 3.5 out of 5.
Netflix Portugal

Crítica: Mistério a Bordo

Um polícia de Nova Iorque e a sua esposa vão numa viagem até à Europa, mas acabam por ser suspeitos de um assassinato de um milionário.

Título: Murder Mystery
Ano: 2019
Realização:  Kyle Newacheck
Interpretes:  Adam Sandler, Jennifer Aniston, Luke Evans…
Sinopse: Um polícia de Nova Iorque e a sua esposa vão numa viagem até à Europa, mas acabam por ser suspeitos de um assassinato de um milionário.

Se me dissessem que um filme que junta Adam Sadler e Jennifer Aniston ia ter piada, eu certamente ia duvidar. Mas a verdade é que este “Mistério a Bordo” surpreendeu e adivinhem…até faz rir. A culpa não é dos atores. Adam Sadler tem sempre o mesmo género de papeis (exepto a surpresa do ano passado “Uncut Gems” que foi muito comentado por não ter sido nomeado aos Óscares), e talvez por isso não consegue ir mais além nas comédias. Mas consegue ficar com a mulher boazona. Já Jennifer Aniston que já se tinha aliado a Sadler no filme “Engana-me que eu gosto” também quando aparece numa comédia romântica nunca são filmes que superam o razoável. “Mistério a Bordo” é intrigante, divertido e carismático.

Com uma produção Netflix temos a história de um casal que finalmente após 15 anos de casamento decidem viajar até à Europa. Mas os planos de baixo orçamento mudam quando conhecem o sobrinho de um milionário e são convidados a viajarem durante uns dias no iate com a família. Durante esse encontro acontece um assassinato, e evidentemente que os principais suspeitos são os Spitz (Aniston e Sadler). Viciados em policiais e com o intuito de saírem ilesos desta complicada situação, decidem investigar por termos próprios quem afinal é o assassino e limparem os seus nomes.

-You’re an actress, right?

-All women are actresses, dear. I’m just clever enough to get paid for it.

Nick e Grace

Neste filme não existem momentos aborrecidos, seja com ação, mistério e comédia o público está sempre entretido. Na verdade até gostei de assistir a Sadler e Aniston como casal maravilha. São ambos engraçados e são as estrelas do filme, dividindo o protagonismo. O argumento é também muito bom e facilmente estamos a rir com as falas das personagens. Este é um filme bem-disposto e para assistir em qualquer ocasião, pois junta vários géneros, ideal para todos os gostos.

Concluindo, “Mistério a Bordo” não desilude e pelo contrário até surpreende. No final após o crime estar resolvido ainda ficou em abertura para um próximo filme, será que vai acontecer? O blogue atribui 3,5 estrelas em 5.

Rating: 3 out of 5.
Netflix

Crítica: Um Pequeno Favor

Stephanie é uma mãe solteira que se torna melhor amiga de Emily, uma mulher com muita classe cujo filho partilha o companheirismo com o filho de Stepahnie. Quando Emily desaparece misteriosamente, Stephanie cria a sua própria investigação.

Título: A Simple Favor
Ano: 2018
Realização: Paul Feig
Interpretes:  Anna Kendrick, Blake Lively, Henry Golding…
Sinopse: Stephanie é uma mãe solteira que se torna melhor amiga de Emily, uma mulher com muita classe cujo filho partilha o companheirismo com o filho de Stepahnie. Quando Emily desaparece misteriosamente, Stephanie cria a sua própria investigação.

A Simple Favor” é um daqueles filmes que temos de ver mesmo até ao fim. A impressibilidade dos eventos é o seu factor mais forte e prometo que vai surpreender. Stepahnie (Anna Kendrick) é uma vlogger que partilha em vídeos dicas para se tornar melhor mãe. Muito energética, positiva e aparentemente inocente, torna-se melhor amiga de outra mãe na classe do seu filho. Emily (Blake Lively) é totalmente o oposto. Bonita, elegante e faz tudo com classe. No final da escola dos filhos, juntam-se sempre as duas, para beberem martinis e conversarem sobre os segredos mais íntimos de cada uma. Até ao dia em que Emily desaparece misteriosamente e Stephanie faz de tudo para encontrar a melhor amiga. Cria assim a sua própria investigação que a vai por em caminhos difíceis.

She’s an enigma my wife. You can get close to her, but you never quite reach her. She’s like a, beautiful ghost.

Sean

Este filme é misterioso, intrigante e consegue conjugar bem o drama, comédia e mistério. Uma mistura de géneros que nos vai colar ao ecrã. Com duas protagonistas fortes e apresentam elegância ao filme. Ambas as atrizes principais, Anna Kendrick e Blake Lively abandonaram o seu ar de adolescente de Twillight e Gossip Girl e tornaram-se belas mulheres e profissionais. Juntas apresentam uma química incrível. O que surpreendeu-me mais neste filme é a facilidade de criarem enredos e intrigas para as personagens, sem parece demasiadamente exaustivo. A história no final apresenta algumas falhas que se tornaram muito fictícias, mas mesmo assim não perde o seu charme de surpreender. O blogue atribui 3,5 estrelas em 5.

Rating: 3.5 out of 5.

Crítica: Shaft (2019)

JJ Shaft um agente de segurança e com licenciatura no MIT, pede ajuda ao seu pai para investigar um crime que terminou com o assassinato do seu melhor amigo.

Título: Shaft
Ano: 2019
Realização: Tim Story
Interpretes:  Samuel L. Jackson, Jessie T. Usher, Richard Roundtree…
Sinopse: JJ Shaft um agente de segurança e com licenciatura no MIT, pede ajuda ao seu pai para investigar um crime que terminou com o assassinato do seu melhor amigo.

Já nos habituamos a ver Shaft na televisão. Depois da série exibida na televisão norte-americana em 1973-1974, protagonizada por Richard Roundtree, foi lançado o filme em 2000 com Samuel L. Jackson no papel principal. Era certo uma vez por mês “Shaft” dava na televisão e já conhecíamos as falas completas. No entanto tornou-se num filme de culto e por isso em 2019 a Netflix tornou real o sonho dos fãs e produziu uma sequela do filme.

Depois de abandonar a polícia após não concordar com um caso de agressão, Shaft (Samuel L. Jackson) torna-se detective particular. 19 anos depois, voltam a continuar a narrativa. Desta vez é John Junior Shaft (Jessie T. Usher) que consulta a ajuda do pai que não o vê desde criança , sobre a morte misteriosa de um amigo seu. Num esquema de veteranos de guerra e drogas. JJ é especialista em segurança virtual e analista de dados do FBI e quer descobrir o que levou seu melhor amigo à morte numa suposta overdose. Pelas ruas do Harlem, pai e filho investigam a fundo e desvendando segredos do passado.

–  [on his dad] He thinks he’s a black James Bond.

– If that dude was real, he’d think he was ME.

John Shaft Junior e John Shaft II

Um filme com muita ação, boas piadas e com entretenimento fácil. Não se foca em emoções nem numa história lógica. Quase que parece um episódio de uma série de televisão, pois o argumento não é importante. O que vale é as excelentes interpretações de Samuel L. Jackson que não sai da personagem e Richard Roundtree que voltou para interpretar o Shaft sénior (era ele o protagonista da série nos anos 70). Não querem saber de regras e por tal divertimos-nos com estas personagens. Concluindo é um filme básico com muita adrenalina e momentos wtf que nos vão fazer rir e só por isso basta. O blogue atribui 3 estrelas em 5.

Rating: 3 out of 5.

Crítica: American Psycho

Um bancário executivo abastado, Patrick Bateman, esconde o seu ego alternativo e psicopata. Esconde-o dos seus amigos, colegas de trabalho, enquanto afunda-se em pensamentos cada vez mais violentos e sádicos.

Título: American Psycho
Ano: 2000
Realização: Mary Harron
Interpretes: Christian Bale, Justin Theroux, Josh Lucas…
Sinopse: Um bancário executivo abastado, Patrick Bateman, esconde o seu ego alternativo e psicopata. Esconde-o dos seus amigos, colegas de trabalho, enquanto afunda-se em pensamentos cada vez mais violentos e sádicos.

Quase foi complicado acompanhar a sequência da narrativa deste filme. O que pensávamos que era, não foi. Ou será que aconteceu? Um filme totalmente ambíguo que se desenrola como uma sátira social sobre a burguesia da América. Um papel que marcou do percurso do jovem Christian Bale.

Patrick Bateman é um jovem, rico e bem-sucedido chefe executivo que passa a sua vida a fazer tratamentos de beleza de manhã, treinar, almoçar com os colegas e a jantar com diferentes mulheres no restaurantes mais in da zona. Não gosta que o contrariem e considera-se superior a todos os outros. Aliás a sua personalidade narcisista é várias vezes referenciada durante o filme. O que ele esconde é o seu imprevisível ego de assassino e o rasto de sangue que tranquiliza o seu impulso de matar. Apesar de adorar a sua vida de luxo, não é uma pessoa social e daí rejeita todas as presenças que o julguem. Para completar o vazio que sente de uma sociedade oca e pretensiosa, Bateman mata de uma forma muito higiénica, mas também muito selvagem.

Quase como filme de terror, “American Pshyco” é também uma comédia. Um humor negro exagerado, misturado com cenas sangrentas, num filme memorável. Baseado num livro de Bret Easton Ellis, a versão cinematográfica foi mais generosa com a sensibilidade do público do que o original literário. Apesar de não parecer, porque mesmo assim somos abordados com vários momentos violentos.

Considero este um filme profundo. A sua história é forte e os protagonistas carismáticos. Um drama misturado com violência gratuita, muito sangue, e uma pitada de ironia. No final de tudo ficamos a pensar porque não percebemos nada do que se passou e damos por nós a percorrer os principais momentos que marcaram o filme a tentar procurar pistas para o sucedido. Christian Bale está excelente neste papel. O blogue atribui 4 estrelas em 5.

Rating: 4 out of 5.

Crítica: The Departed – Entre Inimigos

Um polícia infiltrado e uma toupeira no departamento da polícia tentam descobrir a identidade um do outro, enquanto se infiltram num gang irlandês no Sul de Boston.

Título: The Departed
Ano: 2006
Realização: Martin Scorsese
Interpretes: Leonardo DiCaprio, Matt Damon, Jack Nicholson…
Sinopse: Um polícia infiltrado e uma toupeira no departamento da polícia tentam descobrir a identidade um do outro, enquanto se infiltram num gang irlandês no Sul de Boston.

Quem confiar?

Neste filme realizado por Martin Scorsese temos uma história única sobre polícias infiltrados que seguem apenas uma missão. Não nos podemos deixar influenciar pois o nosso inimigo pode estar mesmo ao lado e sem nos apercebemos estamos numa teia de conspiração difícil de sair. “The Departed” conta a história de dois homens. Dois polícias com origens diferentes e com objectivos futuros diferentes. Um correto, outro errado. Matt Damon é Colin Sullivan. Desde criança foi ajudado por Frank Costello a estudar e a seguir os seu sonhos, estava a treina-lo para guardar os seu negócios de tráfico de drogas, delator de informação e máfia. Colin alistou-se no departamento da polícia estatal e tornou-se numa toupeira que transmitia informação a Costello. Do outro lado da moeda estava Billy, interpretado por Leonardo DiCaprio. Devido ao seu registo familiar, foi incumbido com uma missão importante. Infiltrar-se na equipa de Costello e conseguir provas necessárias para mandá-lo para a prisão durante muitos anos.

O desenvolvimento da narrativa, não pára um segundo neste filme. Apesar de ser uma versão adaptada do original chinês Mou Gaan Dou, conseguiu deixar a sua marca na história do cinema. Venceu os Óscares de Melhor Filme, Melhor Realizador, Melhor Roteiro Adaptador e Melhor Edição em 2007. Este filme é mesmo interessante, não só pelo facto de ser uma corrida entre o gato e o rato, mas também pela forma imprevisível como os acontecimentos são retratados. Ninguém desconfia sobre o que vai acontecer a seguir.

O elenco é forte e dispensa apresentações. O jovem Leonardo DiCaprio que ainda neste altura estava a apostar em filmes mais sérios que tinha a certeza que levava a sua carreira mais alto. Não esteve nomeado para o Óscar com este filme, mas merecia. Assim como outros atores que se apresentaram fieis à sua personagem. Como Jack Nicholson, Matt Damon e Mark Wahlberg, que conseguiu a nomeação para melhor ator secundário

O final foi impulsivo e deixou  aquele sabor de agridoce. Não existe muita ação, mas o relógio não abranda e continuam sempre a rodar aqueles jogos de estratégias e planos para apanhar o rato e a toupeira. Outro bom filme de Martin Scorsese. O blogue atribui 4,5 estrelas em 5.

Rating: 3 out of 5.

Crítica: Ocean’s 8

Debbie Ocean junta um grupo só de mulheres, para um golpe quase impossível em Nova Iorque na Met Gala.

Título: Ocean’s Eight
Ano: 2018
Realização: Gary Ross
Interpretes: Sandra Bullock, Cate Blanchett, Anne Hathaway…
Sinopse: Debbie Ocean junta um grupo só de mulheres, para um golpe quase impossível em Nova Iorque na Met Gala.

Depois de três filmes liderados por personagens masculinas em Ocean´s 11, 12 e 13, o poderio é agora do mulherio. Sandra Bullock lidera um grupo de oito mulheres para cometerem o golpe do ano. Debbie Ocean (irmã de Danny) está presa, mas conseguiu sair em liberdade devido ao seu bom comportamento. Cinco anos foi o tempo que demorou a pensar num plano perfeito para conseguir a jóia mais secreta da Cartier, o Toussaint. A oportunidade surge com a Galã Met que junta várias personalidades conhecidas num só local. Para conseguir realizar o golpe do ano, junta uma equipa de mulheres com as habilidades necessárias ao roubo.

O que falha neste filme é que muitos dos acontecimentos são rastos de situações que não foram previstas e que por mero destino correu bem. Ora, duvido que na realidade tal acontecia. Debbie ao sair da prisão e ao conversar com a amiga Lou, referiu que conhecia bem o plano e que nada podia falhar, não iam ser apanhadas porque tapou todos os buracos que existiam e conseguiu vencer num plano perfeito. Não foi bem assim. Muitas das situações foram meros facilitismos para as personagens. O facto do íman especial para abrir o colar, por sorte a irmã Nine Ball era especialista no assunto e em poucas horas conseguia um dispositivo de alta segurança. Outros casos se sucedem, onde a decisão de outros dependiam do avanço do plano. Um plano preguiçoso e que difere completamente dos filmes anteriores. Em primeiro lugar tinham mais suporte com mais personagens e em segundo eram mais ativos e envolviam-se mesmo em fazer por tudo correr bem.

A narrativa apresenta algumas falhas por aí, mas foi interessante ver este grupo de mulheres trabalhar em conjunto. Além disso ficou no ar a possibilidade de Danny Ocean estar vivo (o que será o mais provável, fingir a própria morte para escapar da prisão).

Quanto ao elenco, é o melhor, devido aos nomes de Sandra Bullock, Cate Blanchett, Helena Bonham Carter e Sarah Paulson que tornam o filme bem mais carismático de assistir. O blogue atribui 3 estrelas em 5.

Rating: 3 out of 5.