Crítica: O Irlandês

Martin Scorsese juntamente com produção da plataforma Netflix, criam um filme longo, sobre a mafia dos Estados Unidos da América baseados em factos verídicos. Com Robert De Niro, Al Pacino e Joe Pesci nos principais papéis.

Título: The Irishman
Ano: 2019
Realização: Martin Scorsese
Interpretes:  Robert De Niro, Al Pacino, Joe Pesci…
Sinopse: A história de um assassino e o seu suposto envolvimento com o assassinato de Jimmy Hoffa.

O bom, o mau e o vilão

Martin Scorsese juntamente com produção da plataforma Netflix, criam um filme longo, sobre a mafia dos Estados Unidos da América baseados em factos verídicos.

Ouvi dizer que pintas casas” é com esta frase que somos apresentados à personagem real Frank Sheeran (Robert De Niro). Durante três horas e meia de filme acompanhamos as suas crónicas durante o seu trabalho rigoroso e implacável de um homem que era chamado quando precisavam de lidar com alguém. Baseado no livro “I Heard You Paint Houses: Frank “The Irishman” Sheeran and Closing the Case on Jimmy Hoffa” escrito por Charles Brandt com a própria confissão de Sheeran. Martin Scorsese aproveitou logo a oportunidade de produzir um filme sobre a Máfia, juntando Robert De Niro, Al Pacino e Joe Pesci nos principais papéis.

A narrativa começa com um close-up de Frank Sheeran nos seus 80 anos, com um olhar triste e pensamento pesado, conta a sua história. Voltamos ao passado, época em que conheceu Russell Bufalino (Joe Pesci) e a sua vida mudou. Este filme é um flashbak, dentro do próprio flashback. Aos poucos e poucos vamos acompanhado a história de Frank. A perícia de Scorsese na realização deste filme é brilhante. Apesar dos diferentes momentos temporais, não ficámos confusos e não houve pontas soltas com falta de informação. O relato do protagonista vai-nos acompanhando em cada momento e resulta como uma voz de consciência sobre as suas ações.

Logo após conhecer Bufalino, um dos homens mais poderosos locais, Frank começa a trabalhar para ele e até se tornam bons amigos. Mesmo quando situações complicadas acontecem, o poder de ter um pulso firme é o segredo para a sobrevivência. Seguem o lema “O que acontecer, acontece”. A apresentação de Jimmy Hoffa (Al Pacino) acontece mais tarde. Segundo Frank, toda a gente nos anos 50 conhecia Hoffa, era como “Elvis ou os Beatles”. Líder do sindicato e muito popular, Jimmy Hoffa era um comunicador nato, mas metia-se com as pessoas erradas. O seu desaparecimento esteve envolvido em mistério durante décadas e desta vez é retratado neste filme. A utilização do CGI foi crucial neste filme. As voltas constantes entre o passado e futuro divertem o espectador e não tornam este filme linear e maçudo. O poder da computação hoje em dia é tão grande que nem nos apercebemos que o aspecto físico dos atores é alterado, só para terem uma aparência mais jovem.

A banda sonora merece ser mencionada pois fluí naturalmente ao ritmo do filme. Nesta história de vilões somos bombardeados com questões morais sobre o certo e errado e com a certeza que devemos ter cuidado com o que dizemos. Um factor a favor é que não existem momentos parados durante as três horas e meia do filme, e cada sequência é essencial para o seu desfecho.

O elenco de atores principal, composto pelo trio de septuagenários está imponente neste filme. Já se conheciam antes, e por isso tornam as suas personagens mais reais. As suas apresentações em obras cinematográficas relacionadas com a Máfia já não é novidade, contudo a mestria utilizada na concepção desta história real consegue surpreender. Anna Paquin é também outra cara conhecida. Interpreta Peggy, a filha mais nova do protagonista. Contudo o seu papel é muito secundário, pois apenas tem uma frase. A importância atribuída à sua personagem é alta, pois é vista como o rosto da consciência dos crimes de Frank. Peggy sempre rejeitou o trabalho do pai. Assim percebemos que apesar de não aparentar, Frank, de alguma forma sente remorsos pelas suas escolhas. Apesar de já no final da sua vida tentar fazer as pazes com a filha, já foi tarde de mais. Iludido na protecção para a sua família, havia sempre a escolha de não o fazer. Afinal o seu fim foi o mesmo dos outros. Martin Scorsese apresenta um testemunho sobre a vida. Esta não é uma narrativa glamorosa  hollywodesca sobre contos de fadas. Este é um profundo cocktail de tristeza e solidão. Pois não importa o que somos, se temos poder ou não, o fim é sempre certo.

Concluindo esta é mais uma obra-prima do realizador Martin Scorsese que junta uma argumento empolgante e um fantástico grupo de atores. O caminho para os Óscares já começou a ser construído.

Crítica: Dois Papas

Atrás dos muros do Vaticano o conservador Papa Bento XVI e o liberal e futuro Papa Francisco devem encontrar um caminho seguro para o futuro da Igreja Católica.

Título: The Two Popes
Ano: 2019
Realização: Fernando Meirelles
Interpretes: Anthony Hopkins, Jonathan Pryce, Juan Minujín…
Sinopse: Atrás dos muros do Vaticano o conservador Papa Bento XVI e o liberal e futuro Papa Francisco devem encontrar um caminho seguro para o futuro da Igreja Católica.

O realizador Fernando Meirelles baseou-se em factos verídicos e criou a sua própria história fictícia sobre a união pela igreja católica de mensageiros de Deus. Não existem provas reais que tais eventos aconteceram e como sabem o Vaticano é bom a guardar segredos, mas o encontro que se tornou uma amável amizade pode ter sido real. Mesmo que não por estes contornos de comer pizza, beber Fanta e ver futebol. Fernando Meirelles cria a sua própria visão daquela que poderá ter sido das decisões mais complicadas da Igreja Católica, a resignação do Papa Bento XVI ao Papado e a sucessão de Francisco à posição máxima.

Fora essas circunstâncias se é real ou não, temos um filme pacífico, apenas com comunicação, onde se fala dos Beatles, do futuro da Igreja, escândalos, e popularidade. Um argumento decisivo com apenas uma conversa entre os dois protagonistas. Anthony Hopkins e Jonathan Pryce estão brilhantemente nas suas personagens. Mesmo idênticos ao originais, o que torna esta adaptação bem mais natural e convincente.

When no one is to blame, everyone is to blame

Papa Francisco

Além o filme ser baseado apenas num momento de encontro. Temos a história do Papa Francisco explorada. As suas origens, como se tornou padre e como chegou a cardeal. Um momento da sua vida que não se orgulha. Toda essa verdade é exposta durante este filme. Além da densidade dramática exigente, são propostos vários momentos divertidos durante a conversa que surpreenderam pela espontaneidade. Neste retrato intimista sobre religião podemos conhecer que cada uma das personagens tem a sua ideia sobre Deus e como atuar em diferentes situações. Os cenários estão impecáveis e a ainda nos rendemos à beleza da Capela Sistina, pintada por Miguel Ângelo, mesmo não sendo o original. O blogue atribui 3,5 estrelas em 5.

Rating: 3.5 out of 5.

Crítica: Os Aeronautas

A piloto Amelia Rennes e o cientista James Gaisher encontram-se numa descoberta incrível de sobrevivência e novas descobertas sobre o balão de ar quente.

Título: The Aeronauts
Ano: 2019
Realização: Tom Harper
Interpretes:  Felicity Jones, Eddie Redmayne, Himesh Pate…
Sinopse: A piloto Amelia Rennes e o cientista James Gaisher encontram-se numa descoberta incrível de sobrevivência e novas descobertas sobre o balão de ar quente.

Os atores Felicity Jones e Eddie Redmayne voltam a juntar-se como protagonistas para mais um filme. Depois de “A Teoria de Tudo” interpretam outra história baseada em factos verídicos. A personagem de Felicity Jones, Amelia Wren é uma personagem fictícia, mas que serviu de inspiração para os tempos atuais. Além disso apresenta no geral uma minoria na época, quando surgiram as primeiras mulheres balonistas profissionais que também foram importantes para a História. Eddie Redmayne interpreta James Glaisher e esta é a sua aventura sobre a sua descoberta para o futuro do estudo da meteorologia.

Em 1862, em Londres, um casal de profissionais: um cientista e uma piloto de balões, decidem bater o record de 7 kms de altitude a voar num balão de ar quente. Com esta viagem vão ultrapassar os limites, numa difícil jornada e cheia de obstáculos naturais que não serão fáceis de contornar.

You don’t change the world simply by looking at it, you change it through the way you choose to live in it.

Amelia Wren

O filme é curto e apenas aborda a história do tempo dos protagonistas no caminho da sua jornada. Apesar de pequenos flashbacks compreendemos como se conheceram e quais as suas intenções naquela viagem. Contudo esperava conhecer um pouco mais. Para criar mais drama houve uma série de situações muito ilusórias à realidade, mas que serviu como impulso para criar mais ação durante o filme e por tal atribuir mais emoção à narrativa. O realizador Tom Harper mantém-se firme e não arrisca durante este filme. Concluindo “Os Aeronautas” é um filme mediano que merecia mais pela escolha do elenco.

Rating: 3 out of 5.

Crítica: Judy

A legendária performer Judy Garland, chega a Londres no Inverno de 1968 para alguns concertos esgotados da sua autoria.

Título: Judy
Ano: 2019
Realização: Rupert Goold
Interpretes:  Renée Zellweger, Rufus Sewell, Jessie Buckley…
Sinopse: A legendária performer Judy Garland, chega a Londres no Inverno de 1968 para alguns concertos esgotados da sua autoria.

O Fim do Arco-Íris

Tal como outras jovens estrelas da época de ouro em Hollywood, Judy Garland não teve uma vida facilitada. A fama não era para todos e o custo necessário era muito alto. Trabalhavam demasiadas horas, eram obrigados a tomar vários comprimidos para manter a produtividade e não tinham direito a uma vida privada, tudo tinha de estar perfeito. Peso, aparência e cabelo. Tudo para manter o ar de menina. Judy Garland desde criança que foi uma entreteniment nata. Adorava cantar e dançar daí que conseguiu se destacar com o seu talento. Conseguiu a fama com o filme “O Feitceiro de Oz” que ainda hoje é lembrado. Mas a sua vida adulta foi complicada, seja pelos seus quatro casamentos falhados, pela separação dos filhos, o vício das drogas, álcool, festas em exagero ou pela privação do sono e alimentos. Neste filme realizado por Rupert Goold são apresentados os últimos meses da cantora/atriz enquanto fazia um tournée por Londres.

A atriz Renée Zellweger é a protagonista do filme e consegue transmitir a espontaneidade da sua personagem. As respostas na ponta da língua que já conseguia dizer de cor, devido aos abusos que sofreu em mais nova pelos que só queriam aproveitar-se da sua vulnerabilidade e fama e às inseguranças que sentia pela sua aparência. Renée Zellweger mantém a postura instável da Judy Garland nos meses que se manteve longe da sua terra, num país diferente e que não conseguiu levar até ao fim o seu objectivo.

Este filme apenas retrata uma fase da vida da atriz, e apenas com pequenos flashbacks é que conhecemos um pouco do seu passado, enquanto estreava no “Feiticeiro de Oz”. No entanto esperava mais desses momentos. O elenco está fenomenal, assim como a caracterização. A filha da atriz e também cantora Liz Minelli (Cabaret), não concordou com a produção deste filme, mas conseguimos conhecer um pouco mais dos bastidores do cinema naquela época. “Judy” foi baseada numa peça de teatro britânica de muito sucesso e vencedora de prémios (que já estreou em Portugal) com o nome “End of the Rainbow“. Esta é a história de uma lenda que faleceu precocemente, tornou-se um falhanço devido às circunstâncias que sempre viveu, mas nunca será esquecida. O blogue atribui 3,5 estrelas em 5.

Rating: 3.5 out of 5.

Crítica: O Homem Que Inventou o Natal

A viagem de Charles Dickens até à escrita do seu livro mais conhecido “Christmas Carol”, um conto que redefiniu para sempre o Natal.

Título: The Man Who Invented Christmas
Ano: 2017
Realização: Bharat Nalluri
Interpretes: Dan Stevens, Mark Schrier, Patrick Joseph Byrnes…
Sinopse: A viagem de Charles Dickens até à escrita do seu livro mais conhecido “Christmas Carol”, um conto que redefiniu para sempre o Natal.

Quase todos conhecemos a história de Christmas Carol, sobre o avarento Mr. Scrooge que na véspera de Natal é visitado pelos fantasmas do passado, presente e futuro e é nesse momento que ele muda a sua forma de vida. Esse conto é transmitido todos os anos na época natalícia e já conta com várias adaptações. Contudo o que não sabemos é como foi escrita. “O Homem que Inventou o Natal” explora as dificuldades financeiras e sociais que Charles Dickens, famoso escritor britânico de livros como “Oliver Twist” (o primeiro a escrever sobre a pobreza) e “Great Expectations” conseguiu chegar aquele que será sempre lembrado como o melhor conto de natal de sempre.

Neste filme protagonizado por Dan Stevens (Downton Abbey), que interpreta Charles Dickens, apresenta uma inquietação constante na escrita dos seus livros. Não gosta de ser incomodado enquanto trabalha, e procura sempre referências no seu dia-a-dia para novas histórias e personagens. O ator britânico constitui um forte carisma para esta personagem. Com um argumento delirado em soft comédia, somos transportados para os bastidores da história principal e percebemos a influência deste livro para o Natal e como foi o lançamento literário da época, no séc. XIX.

Este é um filme diferente desta época festiva, baseado em factos verídicos que certamente vão emocionar o espectador. “O Homem que inventou o Natal” pode não ser o típico filme comercial, mas tem a sua própria magia e vale a pena conhecer. O blogue atribui 3,5 estrelas em 5.

Rating: 3 out of 5.

Crítica: Uma época para vencer

Após a trágica morte da estrela de voleibol, Caroline “Line”, a equipa da escola secundária, desmoraliza e as raparigas tem que ganhar força com a ajuda da treinadora para vencerem o campeonato.

Título: The Miracle Season
Ano: 2018
Realização: Sean McNamara
Interpretes:  Helen Hunt, Erin Moriarty, William Hurt…
Sinopse: Após a trágica morte da estrela de voleibol, Caroline “Line”, a equipa da escola secundária, desmoraliza e as raparigas tem que ganhar força com a ajuda da treinadora para vencerem o campeonato.

Baseado em factos verídicos e que ainda hoje é lembrado, a história de Caroline Found, ou Line como era tratada por amigos e familiares ainda está muito presente por aqueles que a conheciam. Uma jovem animada, divertida e carinhosa que era a capitã de equipa de voleibol do ensino secundário que frequentava em Iowa. A alma e coração daquela equipa. A sua vida foi curta, mas a sua memória ainda está presente naqueles que conviviam diariamente com Line. Este é um filme inspiracional baseado numa história comovente. Um trágico acidente tirou a vida de Line. Foi uma tragédia que abalou aquele estado norte-americano, e desmoralizou a equipa de voleibol que estavam a semanas de começar o campeonato. Com a resiliência da treinadora e a vontade da melhor amiga em homenageá-la, conseguiram ser a força que todos precisavam.

How many teams have earned two championships back to back? Almost none.

Kathy Bresnahan

O que aconteceu com Line comoveu todos aqueles que de alguma maneira ou outra entraram em contacto com ela. Por isso criaram um forte movimento de apoio ao desporto liderado pela frase “Live Like Line”, em que a sua curta vida sirva de inspiração para conseguirmos lutar pelos nossos sonhos. Além de t-shirts marcadas com a frase, um banco foi pintado nos mesmos tons e os seus ténis estiveram presentes no banco enquanto havia jogos. Além disso a música “Sweet Caroline” foi escolhida como hino desta causa.

Relativamente ao filme, temos um jovem elenco, mas quem lidera é a atriz Helen Hunt, como treinadora. Um drama para criar um espírito mais positivo, apesar dos contratempos da vida. Deixamos-nos comover com esta história que ainda hoje tem repercussões. Cada pessoa é importante e devemos aproveitar bem cada momento. Este é um filme leve, mas muito bem feito, que nos vai fazer deixar cair algumas lágrimas. O blogue atribui 3,5 estrelas em 5.

Rating: 3.5 out of 5.

Crítica: O Jardim da Esperança

Explicando a história dos donos do Zoo Warsaw, Antonina e Jan Zabinski que ajudaram centenas de pessoas e animais durante a invasão alemã.

Título: The Zookeeper’s Wife
Ano: 2017
Realização: Niki Caro
Interpretes: Jessica Chastain, Johan Heldenbergh, Daniel Brühl…
Sinopse: Explicando a história dos donos do Zoo Warsaw, Antonina e Jan Zabinski que ajudaram centenas de pessoas e animais durante a invasão alemã.

Baseado em factos verídicos é o que torna esta história de amor e justiça ainda mais emotiva que nos leva a acreditar no significado da esperança. O filme começa com suavidade e gentileza. A atriz Jessica Chastain interpreta Antonina Zabinski, ela e o seu marido são donos de um jardim zoológico. Com a sua bicicleta percorre os espaço atenta aos novos e antigos animais que carinhosamente gosta de acariciar. Cumprimenta os novos visitantes do zoo, mas logo percebemos a época temporal dos eventos. Estamos em Varsóvia no ano 1939. Depressa o pano colorido, desvanece e torna-se frio e cinzento. Percebemos o contexto histórico. Depois da invasão alemã, durante a Segunda Guerra Mundial, percebemos a história em primeira mão sobre as próprias palavras da protagonista. Este filme foi baseado na obra não ficcional de Diane Ackerman.

O filme apresenta-se de forma muito básica, pois apesar de ser uma história fantástica, Niki Caro não soube aproveitar isso em seu proveito. Não chega aos pés de outras obras cinematográficas sobre os horrores do holocausto como “A Lista de Schindler” e “O Pianista”. Contudo conta a história daqueles que felizmente conseguir ser salvos das terrível guerra que assombrou os anos que se seguiram. “O jardim da esperança” destaca que ainda existe bondade no mundo, mesmo apesar do mal. Um filme sobre amor que está presente em todo o lugar, mesmo para os desconhecidos. Os protagonistas, arriscaram tudo o que tinham só para fazer o mais certo.

Este drama histórico é poderoso, e contra a crueldade nazi, Antonia e o seu marido conseguiram salvar mais de 300 judeus, mesmo debaixo das barbas dos alemães. Não foi tarefa fácil, mas apostaram tudo o que tinham com coragem e força pelo um mundo melhor. Ainda hoje o Zoo de Varsóvia existe e pode ser visitado. O blogue atribui 3,5 estrelas em 5.

Rating: 3 out of 5.

O Fundador

A história de Ray Kroc, um vendedor que conseguiu vender a ideia revolucionária de dois irmãos na cadeia de fast-food. McDonad’s tornou-se no maior negócio de comida em todo o mundo.

Título: The Founder
Ano: 2016
Realização: John Lee Hancock
Interpretes: Michael Keaton, Nick Offerman, John Carroll Lynch…
Sinopse: A história de Ray Kroc, um vendedor que conseguiu vender a ideia revolucionária de dois irmãos na cadeia de fast-food. McDonad’s tornou-se no maior negócio de comida em todo o mundo.

O Fundador” é um filme que desmistifica a verdadeira história da origem da empresa McDonald´s. Todos nós conhecemos como a maior cadeia de restaurantes em todo o mundo que cozinham fast food rápido e saboroso com muitas ofertas de escolha. Um menu ideal para toda a família que é amigo das crianças, e totalmente universal. Contudo a verdadeira história de como começou esta empresa revolucionária alimentar, não são inteiramente conhecidas.

Ray Kroc (Michael Keaton) um vendedor ambulante a quem o negócio não lhe estava a correr bem, decide investigar um restaurante drive-in que lhe encomenda 6 máquinas de fazer milk-shakes. Quando chegou ao local em San Bernardino na Califórnia, Ray nem conseguia acreditar na fila de pessoas que aguardava para comer uma hambúrguer do famoso McDonalds. O sistema de serviço era inovador, rápido e sem conflitos. Só pedir, levar e comer fora. Curioso com tal ideia, Ray decidiu conhecer os irmãos Dick e Mac Mcdonalds. A persistência de Ray tornou esta numa das maiores empresas em todo o mundo, um negócio multimilionário que quase fez esquecer a originalidade dos irmãos que tudo começaram.

Neste filme baseado em factos verídicos percebemos como é fácil ganharmos tudo num segundo, mas também perdermos. O mundo dos negócios de milhões é uma selva que nem sempre é fácil a sobrevivência. Esta foi uma forte história real sobre o melhor negócio do mundo e ao mesmo tempo o pior. Por outro lado fiquei a conhecer esta história marcante, que a pensar de conhecermos bastante bem a marca, não conhecemos as suas origens. Concluindo o filme estava interessante, com uma narrativa bem explicativa e personagens marcantes. O blogue atribui 3,5 estrelas em 5.

Rating: 3 out of 5.

Crítica: A Favorita

No início do séc. 18, em Inglaterra, a rainha Anna, ocupa o trono, e a sua melhor amiga, Lady Sarah, governa o país no seu lugar. Quando uma nova emprega, Abigail, chega o seu charme afasta Sarah do pode

Título: The Favourite
Ano: 2018
Realização: Yorgos Lanthimos
Interpretes: Olivia Colman, Emma Stone, Rachel Weisz…
Sinopse: No início do séc. 18, em Inglaterra, a rainha Anna, ocupa o trono, e a sua melhor amiga, Lady Sarah, governa o país no seu lugar. Quando uma nova emprega, Abigail, chega o seu charme afasta Sarah do poder.

O realizador grego Yorgos Lanthimos consegue deixar a sua marca em todos os seus filmes. Histórias pouco convencionais, num mundo cinematográfico muito saturado. Em “Lagosta” foi estranho, mas apetitoso e voltou a repetir a dose com “A Favorita“. Desta vez o seu filme mereceu destaque e conseguiu várias nomeações nos Óscares, foi mesmo dos favoritos. No entanto apenas Olivia Colman, conseguiu o Óscar de Melhor Atriz Principal. A ousadia e irreverência de Yorgos é totalmente espontânea e não nos deixa “descolar” os olhos do ecrã.

Neste filme de época, estamos nos primórdios do séc. XVIII, no reinado da rainha Anna (Olivia Colman). Uma rainha desmotivada, preguiçosa e que precisa de muita ajuda emocional para as suas decisões de estado. Para tal tem o apoio da sua melhor amiga a Lady Sarah (Rachel Weisz) que chefia o reino. A intimidade e amizade das duas é abalada quando, Abigail (Emma Stone) uma serva que outrora foi uma dama, começa a ganhar terreno nas graças da rainha. Começa assim uma rivalidade de mulheres para a atenção favorita da suprema máxima. Entre peripécias da época, tradições mirabolantes e esquemas mesquinhos percebemos a dura rivalidade para sobreviver na corte.

Esta obra cinematográfica foi assimilada num forte humor negro, com tons sombrios que marcam as cores das filmagens e o vestuário das personagens. A música é frenética e inesperada. Como um compasso seguro do que está para chegar. A banda sonora tornou-se num toque moderno ao passado do filme. “A Favorita” é uma surpresa cinematográfica sobre as inseguranças pessoais e na confiança do desconhecido, apesar de aparentar mais charmoso. O blogue atribui 3,5 estrelas em 5.

Rating: 4 out of 5.

Crítica: Boy Erased

O filho de um pastor é obrigado a participar numa escola religiosa para a desconversão da sua homossexualidade, forçado pelos seus próprios pais.

Título: Boy Erased
Ano: 2018
Realização: Joel Edgerton
Interpretes: Lucas Hedges, Nicole Kidman, Joel Edgerton…
Sinopse: O filho de um pastor é obrigado a participar numa escola religiosa para a desconversão da sua homossexualidade, forçado pelos seus próprios pais.

Ultimamente o cinema não tem mãos a medir em filmes de casos verídicos sobre situações de droga e homossexualidade. “Boy Erased” foca-se em factos reais na vida de Garrard Conley e no seu livro publicado, um memoir sobre a sua experiência no “Love in Action“. Um programa de terapia que se focava na conversão da homossexualidade.  Garrad explica por tudo o que passou enquanto esteve lá inscrito em 2004, e até mesmo aos conflitos que teve com os pais que não conseguiram aceitar facilmente a sua homossexualidade.

No filme as personagens são fictícias, criadas para tornar a história mais digna de filme, mas toda a experiência é verdadeira. Luca Hedges, interpreta Jared Eamons, filho de um pastor (Russell Crowe) que proclama a palavra de Deus. Sente-se aflito relativamente aos seus sentimentos. Apesar da personalidade rigorosa do pai, a sua mãe (Nicole Kidman) dá-lhe sempre muito apoio e incentivo em relação a tudo. Quando explica aos pais que é gay, e se sente atraído por homens, Jared é persuadido a inscrever-se num programa “Love in Action” para converter a sua homossexualidade. As medidas e os recursos utilizados nesse programa são extremas, e muitas vezes teriam de passar por situações desconfortáveis e ofensivas. Durante as semanas de terapia, Jared percebe que existe muitas diferenças entre os presentes. Como Jon que está tão sério em levar a conversão até ser hetero que até se proíbe em tocar noutros homens. Outros como Gary, apenas continuam com o “seu papel” fingindo que a terapia está a resultar. Os métodos eram humilhantes, desde bater com bíblias a insistir consequentemente que a culpa deles estarem naquele local era da família e deviam culpar os pais. Esse foi o gatilho final de Jared que conseguiu fugir da sessão, para nunca mais voltar.

O ator Lucas Hedges tem crescido bastante nestes papéis mais maduros que interpreta. Nomeado para o Óscar com o filme “Manchester by the sea” já conseguiu participar em vários filmes com atores de topo. Neste filme como Nicole Kidman e Russell Crowe, mas também Julia Roberts, Ralph Fiennes, Bruce Willis, entre outros. Atualmente já é considerado uma escolha segura para um papel dramático, já que é esse o género que mais participa. Lucas Hedges tem evoluindo bastante com os anos, e prova disso são estes filmes sempre com um ambiente pesado que faz.

Concluindo este é um filme dramático, sobre a homossexualidade que aborda um cenário que não tinha conhecimento, mas que faz todo o sentido exporem. Não só devido aos maus-tratos que os inscritos no programa teriam de suportar, mas também devido à ingenuidade sobre o processo de conversão. O blogue atribui 3 estrelas em 5.

Rating: 3 out of 5.