Crítica: Florence, Uma Diva Fora de Tom

A história de Florence Foster Jenkins, uma nova-iorquina abastada que sonhava ser cantora de ópera, apesar de ter uma voz horrível de canto.

Título: Florence Foster Jenkins
Ano: 2016
Realização: Stephen Frears
Interpretes:  Meryl Streep, Hugh Grant, Simon Helberg…
Sinopse: A história de Florence Foster Jenkins, uma nova-iorquina abastada que sonhava ser cantora de ópera, apesar de ter uma voz horrível de canto.

Meryl Streep faz mesmo tudo. É uma atriz completa e isso vê-se pelas várias nomeações ao Óscar que já conseguiu. Se lhe pendem para cantar, ela canta. Como nos provou no filme “Into the Woods” e se lhe pedem para cantar mal, ela também o sabe fazer, tal como apresentado neste filme “Florence, uma Diva fora de Tom”. Baseado em factos verídicos sobre o final de vida e conquistas finais de Florence Foster Jenkins, uma elitista endinheirada nova-iorquina que apesar da sua fortuna, deixada pelo seu pai e marido, tinha o sonho de cantar para uma grande plateia: o único problema não o sabia fazer. Com a ajuda do seu companheiro St Clair (Hugh Grant) forte impulsionador das artes, conseguiu uma sala de auditório cheia, mesmo que ele tentava esconder que Florence cantava mesmo muito mal e por isso só escolhia público que a respeitava mesmo. Mas a sua fama conseguiu superar tudo e ainda hoje o seu disco e espetáculo é dos mais ouvidos da sala Concorde.

Este é um filme um pouco descontraído com uma comédia ligeira sobre um sonho que foi ao máximo cumprido, mesmo não sendo a sua verdadeira vocação. A verdade é que Florence era já em si um personagem muito dinâmica que pensava não conseguir nada sozinha, mas lutou pelos seus sonhos. Hugh Grant e Meryl Streep fazem uma dupla incrível e muito carismática que nos cativa como excêntrico casal.

Este filme foca-se apenas num período de vida de Florence, contudo não aborda bem o seu passado, como conseguiu a sua fortuna, os seus relacionamentos passados e como conseguiu receber a fama que tem. Além disso ao início não explica bem o romance fora do comum que mantém com St Clair e como ele ficou depois da despedida de Florence. Outra personagem que se torna principal é o famoso pianista com sonho de ser pugilista que acompanha Florence nos seus concertos (admitam ele tinha de ter uma excelentes ouvidos). Concluindo este é um filme descontraído que podia ter mostrado mais, mas ficou-se muito mediano. O blogue atribui 3 estrelas em 5.

Rating: 3 out of 5.

Crítica: O Lado Selvagem

Após a sua formatura da Universidade de Emory University, Christopher McCandless abandona todas as suas posses oferecendo um total de $24,000 à caridade e viaja até o Alasca para viver em liberdade em modo selvagem. Ao longo da sua viagem encontra vários amigos que lhe moldam a vida.

Título: Into the Wild 
Ano: 2007
Realização: Sean Penn
Interpretes:  Emile Hirsch, Vince Vaughn, Catherine Keener…
Sinopse: Após a sua formatura da Universidade de Emory University, Christopher McCandless abandona todas as suas posses oferecendo um total de $24,000 à caridade e viaja até o Alasca para viver em liberdade em modo selvagem. Ao longo da sua viagem encontra vários amigos que lhe moldam a vida.

Baseado numa fantástica história verídica, seguimos a irreverência de Christopher McCandless um jovem de 23 anos com uma forte ambição. Viver com o que a natureza lhe oferece e fugir da civilização de que foi vítima desde que nasceu. Christopher deseja viajar até ao Alasca sem um tostão e com apenas um bloco e uma caneta para contar a sua experiência. Cansado da vida da cidade e aos que a sociedade nos obriga, cansado das mentiras dos pais para viverem numa vida perfeita, abandona tudo, e deixa a casa ou cresceu, para se dedicar a ser um caminhante sem destino.

Depois de terminar o curso da faculdade, Chris tinha um plano: pertencer à natureza. Neste filme de duas horas e meia, acompanhamos esta longa viagem, tudo o que aprendeu para sobreviver e as pessoas fantásticas que conheceu. Porque estes momentos nunca iria ter se seguisse uma vida normal, com um emprego de fato e gravata. Uma viagem de lobo solitário em encontro com a natureza e tudo que esta tem para oferecer, mesmo com os perigos que acarreta, até ao momento da sua morte, onde referiu que viveu uma vida feliz. Um jovem com ainda muito para oferecer, mas que escolheu o caminho mais difícil, o da aventura. Libertou-se das amarras que o prendiam na sociedade e foi livre. Todas aquelas pessoas que cruzaram o seu caminho, recordam Chris como um jovem simpático com fortes opiniões e com espírito aventureiro. Sem dúvida que marcou a vida de todos.

Ainda recentemente a carrinha abandonada na qual viveu durante uns meses no Alasca foi retirada do local, pois era um convite a muitos turistas que por lá passavam e gostavam de experimentar o trilho de Chris, o que nem sempre corria bem e muitas chamadas de emergência eram feitas para o local. A carrinha fica agora conservada em memória a Chris. Além disso deixou para nós o seu diário de aventuras, publicado juntamente com o consentimento da irmã mais nova.

O jovem Emile Hirsch além das parecenças com o verdadeiro protagonista, consegue dedicar-se inteiramente ao papel. Esta é uma abordagem pessoal e muito expressiva, quase que percebemos o que está a pensar, mesmo sendo muito enigmático. “O Lado Selvagem” é um excelente filme realizado por Sean Penn, com uma fantástica banda sonora, mesmo apropriada e que apesar dos vários momentos solitários do protagonista, não nos sentimos aborrecidos e acompanhamos com curiosidade esta life-time travel. O blogue atribui 4 estrelas em 5.

Rating: 4 out of 5.

Crítica: Eu Ainda Acredito

Uma história verdadeira da música cristã, interpretado por Jeremy Camp e a sua jornada de amor, e perda, numa prova onde a esperança ainda existe.

Título: I Still Believe
Ano: 2020
Realização: Irmãos Erwin
Interpretes:  K.J. Apa, Britt Robertson, Nathan Parsons…
Sinopse: Uma história verdadeira da música cristã, interpretado por Jeremy Camp e a sua jornada de amor, e perda, numa prova onde a esperança ainda existe.

Baseada numa pura história verídica, seguimos o passado de Jeremy Camp (K.J. Apa) um aspirante a cantor que seguia a mensagem de Deus nas letras das suas músicas. Jem quando começa o seu primeiro ano na faculdade, deixa para trás a sua família na área mais rural norte-americana e a sua paixão pela música , leva-o a um concerto de introdução aos caloiros. É nesse concerto que a sua vida muda e conhece, Melissa (Britt Robertson) uma jovem sonhadora que tem uma mão cheia de ambições. Inevitavelmente o romance começa a nascer, ambos partilham o mesmo gosto pela música e a fé em Deus e isso une-os. Apesar de um início de romance controverso, devido a opinião dos outros. Ambos sabem que estão destinados a ficarem juntos. Mas só quando chega a doença de Melissa, um cancro no estômago, que a união fica mais forte.

Este foi um processo longo e doloroso de luta, para Melissa se manter forte e saudável. Enquanto isso Jeremy fazia sucesso em rádios locais e alguns concertos que ia dando. Pedia a fé aos seus ouvintes e orações para curar Melissa. Apesar do estado avançado da doença e sem efeitos visíveis da quimioterapia, um milagre chegou. Ambos casaram-se e tentaram ser felizes com o tempo juntos que lhes restou. Mas o caminho era outro. Actualmente Jeremy Camp é um famoso cantor de rock cristão, a sua música “I Sitll Believe” conseguiu chegar o top norte-americano. Esta música foi escrita a explicar os problemas que enfrentou com a doença da sua esposa e mesmo o seu tempo de luto. Além disso conta a história de Melissa em todos os concertos, revelando que Deus nunca o abandonou, e mostrou o caminho para a verdadeira fé. Camp ajudou imensas pessoas a ultrapassar momentos difíceis.

Esta é uma história ternurenta, que nos faz acreditar em melhores dias. “Eu Ainda Acredito” reflecte o caminho complicado, com muitas barreiras, que é a vida mesmo assim, mas que no final não estamos sozinhos. Excelentes interpretações dos jovens atores que conseguem transmitir o forte drama que estas personagens estavam a viver. O blogue atribui 3,5 estrelas em 5.

Rating: 3.5 out of 5.

Crítica: BlacKkKlansman: O Infiltrado

Ron Stallworth, polícia um afro-americano, conseguiu infiltrar-se com sucesso no Ku Klux Klan com a ajuda do seu colega judeu, que eventualmente se torna seu líder. Baseado em factos reais.

Título: BlacKkKlansman
Ano: 2018
Realização: Spike Lee
Interpretes: John David Washington, Adam Driver, Laura Harrier…
Sinopse: Ron Stallworth, polícia um afro-americano, conseguiu infiltrar-se com sucesso no  Ku Klux Klan com a ajuda do seu colega judeu, que eventualmente se torna seu líder. Baseado em factos reais.

O facto que torna este filme bastante interessante e motivante, é a curiosidade que foi mesmo baseado em eventos verídicos. O realizador Spike Lee, inspirou-se no livro biográfico, escrito pelo próprio Ron Stallworth (John David Washington), para expor esta fantástica história no cinema. Estamos no Colorado, nos anos 70 e seguimos a história de um polícia negro de investigação, com muita ambição. O seu trabalho é infiltrar-se e expor os Klu Klux Klan. Um trabalho que não será propriamente fácil, pois Ron é um homem de cor e logo os seus requisitos de entrada não eram aceites, mas com a ajuda do seu colega de trabalho Flip (Adam Driver), um judeu deslocado, podem conseguir ter sucesso. Este é um filme que apesar de retratar as rebeldias dos anos 70, ainda está bastante atual com os noticiários. O racismo volta a estar nas conversas do dia, onde vários protestos começaram, o direito à igualdade é algo que todos merecem. Todos somos iguais e não devemos olhar à cor, religião, crença, sexo e etnia. Mas apesar de vivermos em pleno séc. XXI, nem sempre faz a diferença e por vezes parece que voltamos à idade da pedra. Devíamos todos pensar em construir um mundo melhor e sem conflitos.

BlacKkKlansman é um filme que retrata o início da luta pelos direitos dos afro-americanos, que lutaram para se manterem unidos. Spike Lee aborda como uma crítica aos governos que nada parecem fazer para expor estas entidades com ideias extremistas e que abalam a estabilidade da sociedade. Este filme conseguiu a nomeação de seis Óscares, incluindo: Melhor Filme, Melhor Realizador, Melhor Ator Secundário e Melhor Argumento Adaptado. O que a crítica mais destacou e que se tornou o melhor do filme foi a dupla protagonista. Os atores John David Washington e Adam Driver tornaram-se divertidos de assistir, e destacaram-se em muitas cenas. Além disso o diálogo frenético e divertido, tornou-se numa excelente qualidade.

Apesar da exposição do filme ser baseada em factos verídicos, muitos acontecimentos do filme não o são. A verdadeira identidade do parceiro de Ron nunca foi revelada, foi Lee que optou que fosse judeu para efeitos dramáticos. E os anos que decorreram o filme foi em 1972, mas na verdade só em 1979 é que Ron conseguiu avançar com a missão. Tudo isto para expor com mais importância tudo o que se estava a passar naquela altura, onde todas as minorias estavam em desvantagem e precisavam de um meio para se destacarem. Concluindo um filme historicamente interessante que apresenta uma história real, mesmo digna de filme. O blogue atribui 3,5 estrelas em 5.

Rating: 3.5 out of 5.

Crítica: O Primeiro Homem na Lua

Um olhar sobre a vida do astronauta, Neil Armstrong e a lendária visita ao espaço, que o tornou no primeiro homem a pisar a lua no dia, 20 de julho de 1969.

Título: First Man
Ano: 2018
Realização: Damien Chazelle
Interpretes:  Ryan Gosling, Claire Foy, Jason Clarke…
Sinopse: Um olhar sobre a vida do astronauta, Neil Armstrong e a lendária visita ao espaço, que o tornou no primeiro homem a pisar a lua no dia, 20 de julho de 1969.

Um pequeno passo para o Homem…

Aprendemos na escola que o primeiro homem a pisar o solo da lua foi Neil Armstrong. Todos o conhecemos devido a esse seu feito, que mudou para sempre a nossa perspectiva sobre o mundo e de como o futuro estava a um passo próximo. A inovação tecnológica mudou para sempre a Humanidade e facto de sabermos que era possível chegar a um lugar tão distante como a lua, pôs tudo em perspectiva.

O primeiro Homem na Lua” é uma viagem pelo íntimo desta pessoa que viu o seu nome escrito nos livros de escola e em tudo o lugar. Conhecemos Neil Armstrong como o homem que chegou até à lua. Mas Neil não foi só isso. Neste filme de Damien Chazelle conhecemos um retrato intimista da sua vida antes de se lançar ao espaço, ainda sem certezas de como tudo ia correr. Felizmente correu bem, e ficou para contar a História, que hoje conhecemos.

Esta é a segunda vez que o realizador Damien Chazelle, decide trabalhar com Ryan Gosling. Após o sucesso de La La Land (2016) voltaram a formar uma equipa. Contudo desta vez este filme, passou um pouco despercebido nos Óscares em 2019. Apenas conseguiu nomeações para as categorias técnicas como Efeitos Visuais, Montagem de Som, Efeitos Sonoros e Direção de Arte. Ainda conseguiu receber o Óscar pela primeira indicação. A verdade é que os efeitos visuais são o melhor deste filme. Aquele silêncio da lua, e a paisagem do solo lunar, arrepiam. É uma visão extraordinária. Chazelle conseguiu transpor devidamente essa beleza. Mas esses são apenas os momentos finais do filme. Anteriormente acompanhamos por flashbacks os momentos apriori à chegada de Neil e dos colegas, Buzz Aldrin e Michael Collins à lua.

Armstrong, um engenheiro aeroespacial da NASA que tinha como objectivo chegar à lua, através da operação Gemini III, do qual era comandante. Além do seu trabalho, lutava na sua vida pessoal. Perdeu uma filha, ainda em criança, devido a uma doença. Enquanto recuperava ao lado da esposa, Janet (Claire Foy) e dos seus dois filhos mais velhos. Foram tempos complicados, e a indecisão de uma missão com grandes probabilidades de falhar, propuseram tempos angustiantes. Mas seria entregar-se completamente ao seu trabalho e ser um homem lembrado, ou desistir de algo que sempre lutou e viver com o sentimento de arrependimento. Indo contra a vontade da esposa que estava com receio de perder o marido, Neil aceitou a tentativa norte-americana de ir ao espaço.

Ryan Gosling apresenta-se um homem muito sério neste filme. Explora com satisfação a personalidade mais calada e contida de Armstrong. Não aborda os sentimentos e resolve tudo consigo próprio. Ao lado de Claire Foy (The Crown), formam um casal, com dificuldades de comunicação, mais ainda muito unido. Na verdade este filme não é muito emocional, não nos sentimos conectados com estas personagens. Mas Chazelle realizou este filme para se focar apenas na realidade. Um homem com uma missão. No dia 20 de julho de 1969, o homem pisava pela primeira vez a lua. Uma data que ficou para a História. Há ainda quem duvide deste feito, mas isso é outra história. Neste filme focamos apenas em Neil Armstrong e no seu contributo para a Humanidade. O blogue atribui 3,5 estrelas em 5.

Rating: 3.5 out of 5.
Universal Pictures Portugal

Crítica: Evereste

A história de Robert “Rob” Edwin Hall, um habitante de Nova Zelândia, que a 10 de maio de 1996, juntamente com Scott Fischer, juntou uma equipa de exploradores para subirem ao Monte Evereste.

Título: Everest
Ano: 2015
Realização: Baltasar Kormákur
Interpretes:  Jason Clarke, Ang Phula Sherpa, Thomas M. Wright…
Sinopse: A história de Robert “Rob” Edwin Hall, um habitante de Nova Zelândia, que a 10 de maio de 1996, juntamente com Scott Fischer, juntou uma equipa de exploradores para subirem ao Monte Evereste.

Baseado em factos verídicos, temos um filme dramático sobre uma expedição ao assustador e gelado Monte Evereste, que juntou uma equipa de exploradores. No protagonismo temos o ator Jason Clarke que interpreta Rob Edwin Hall que juntamente com os seus colegas foram escalar o Monte Evereste, mas o que pensavam ser uma aventura e concretização, rapidamente se transformou num pesadelo e depressa perceberam que seria um caminho complicado e impossível de alcançar. Tentando as medidas de sobrevivência possíveis para conseguir escalar em tamanha altitude e frio, este é um filme real, humano e muito comovente.

Não conhecia nenhum filme onde esta batalha de escalada fosse tão bem retratada. Temos personagens reais que foram bem interpretadas e que nos fazem pensar na sobrevivência humana em condições complicadas. Uma história que merece ser contada e que o realizador Baltasar Kormákur conseguiu bem transpor para a tela. A amizade, e o amor de quem fica, torna-se numa narrativa comovente e inspirador. Ninguém fazia prever o desfecho trágico desta situação.

“Rob” Edwin Hall era já um montanhista experiente quando em maio de 1996 foi escolhido para liderar um equipa de pessoas ao cume do monte. Ensinada tácticas de sobrevivência para as situações mais íngremes. Além disso não era a primeira vez que subia ao Monte Evereste. Contudo a situação meteorologia mudou drasticamente o mudou o rumo da expedição. A sua história é das mais conhecidas, mas fica como lembrança às vidas perdidas neste local. “Evereste” é um filme emocional, e comovente que nos vai prender ao ecrã, apesar do trágico final. Além disso faz-nos vibrar com as fantásticas paisagens brancas da neve. O blogue atribui 3,5 estrelas em 5.

Rating: 3.5 out of 5.

Crítica: Bombshell – O Escândalo

Um grupo de mulheres, consegue expor o responsável pela Fox News, criando uma atmosfera tóxica no canal de televisão. Um filme baseado com factos verídicos com Nicole Kidman, Charlize Theron e Margot Robbie nos principais papéis.

Título: Bombshell
Ano: 2019
Realização: Jay Roach
Interpretes: Charlize Theron, Nicole Kidman, Margot Robbie…
Sinopse: Um grupo de mulheres, consegue expor o responsável pela Fox News, criando uma atmosfera tóxica no canal de televisão.

O início de um escândalo

Baseado em factos verídicos quando um grupo de mulheres expuseram o director pelo canal Fox News, Roger Ailes, devido a alegados assédios sexuais.

O filme foca-se nas âncoras principais do canal, Megyn Kelly (Charlize Theron) e Gretchen Carlson (Nicole Kidman) que falaram sobre as imposições a que foram vítimas para trabalharem nos seus postos. Sofreram descriminação sexual por serem mulheres, mas subiram profissionalmente e conseguiram tornarem-se das caras mais conhecidas do canal.

Uma história verídica, com excepção da personagem Kayla, interpretada por Margot Robbie, que aborda três perspectivas diferentes do mesmo caso que envolve Roger Ailes (John Lithgow) e a sua atitude relativamente às âncoras que apresentavam os programas diários do canal de televisão. Além disso explora o mau clima deixado quando as primeiras acusações foram feitas. Dividindo em opiniões diferentes quem acreditava na inocência de Ailes e que quem duvidava das suas intenções.

Bombshell” começa muito antes das acusações de assédio. Começa com as eleições à presidência dos Estados Unidos da América com a apresentadora Megyn Kelly a entrevistar o candidato Donald Trump. A jornalista evidenciou fortes referencias aos tweets de Trump, alegando que não respeita as mulheres. Depois do debate, o atual presidente retaliou e com comentários maldosos insultou Megyn. Enquanto isso Gretchen Carlson uma das estrelas principais do canal, é renomeada para outro programa com menos audiências e um horário menos flexível. Cansada de comentários sexistas, contacta os seus advogados. Desaconselhada a processar o canal Fox News, decide atacar Roger Ailes, com fortes acusações. Tal irá destruir a sua carreira e reputação, mas irá ajudar outras mulheres a não sofrerem mais abusos. Carlston tenta conseguir o apoio de mais mulheres à sua causa, para falarem a verdade sobre a sua experiência, mas é rejeitada, onde justificam como serem fiéis ao próprio canal.

Early on he realized for a network to stay on 24 hours a day you need something to hold an audience. That something is legs. There’s a reason for clear desks.

Megyn Kelly

Seguindo uma realização de Jay Roach, temos um filme real, e com uma cinematografia inteligente. O facto de alguns momentos ouvirmos a voz das mulheres no seu interior com comentários fortes, foi bem pensado. Contudo só no início do filme e depois fica esquecido. “Bombshell” é também uma forte lembrança ao manifesto de coragem que todas estas mulheres tiveram para darem o seu depoimento sobre o caso. Contudo houve algumas falhas no argumento que faltaram. Deviam ter sido mais específicos neste filme, e para com isso criarem mais impacto. Estes casos afectam a nossa actualidade diariamente. Por tal essas vozes devem ser ouvidas. Recentemente aconteceu com Harvey Weinstein, produtor de entretenimento que foi acusado publicamente por várias personalidades. Um caso muito idêntico.

Como aspectos positivos temos a fantástica interpretação deste maravilhoso trio de atrizes: Charlize Theron, Nicole Kidman e Margot Robbie, que mantiveram uma forte presença no ecrã. Por isso ficaram nomeadas aos Óscares. A equipa de maquilhagem esteve cinco estrelas operacional e as atrizes principais, principalmente Theron estavam irreconhecíveis. Concluindo o filme foi mediano, mas que aborda temas sensíveis com um elenco de luxo. O blogue atribui 3,5 estrelas em 5.

Rating: 3.5 out of 5.

Crítica: Extremamente Perverso, Escandalosamente Cruel e Vil

Uma crónica dos crimes de Ted Bundy da perspectiva de Liz, a sua namorada de longo tempo, que recusou aceitar a verdade sobre ele durante anos.

Título: Extremely Wicked, Shockingly Evil and Vile
Ano: 2019
Realização: Joe Berlinger
Interpretes:  Lily Collins, Zac Efron, Angela Sarafyan…
Sinopse: Uma crónica dos crimes de Ted Bundy da perspectiva de Liz, a sua namorada de longo tempo, que recusou aceitar a verdade sobre ele durante anos.

Difícil de acreditar que existiu realmente esta história. Como é possível um homem matar tantas mulheres e só anos mais tarde ser preso? Esta é a história verídica de Ted Bundy um assassino charmoso de mulheres que calcula-se ter assassinado e abusado mais de 40 mulheres. Além disso provocava com o seu charme egocêntrico o sexo oposto e ainda conseguiu ser o seu próprio advogado de defesa no seu julgamento. Um assassino sem escrúpulos e mentalmente doente que conseguiu escapar várias vezes da prisão. Esta é uma perspectiva do caso pela visão de Liz, a sua namorada de longa data da altura. Baseado num livro que a própria escreveu, “The Phantom Prince: My Life with Ted Bundy“, onde explicava a sua história. Este foi um choque para a jovem, pois não aceitava a verdade do parceiro, foram precisos anos de recuperação para aceitar os factos.

Ted Bundy está brilhantemente interpretado por Zac Efron. O ator torna esta personalidade mais humana (apesar de considerar-mos muitos dos seus actos, atrocidades de um monstro) e mais sensível ao seu meio. Houve momentos em que uma simples expressão demonstravam toda a sua dor, e os close-ups da câmara faziam todo o sentido. Sentimos mais esta empatia por Zac Efron do que por Lily Collins, excepto na parte final onde a atriz dá tudo por tudo na sua cena.

-You fell in love with a weirdo.

-I did. I fell in love with a weirdo.

-That makes you weird, just by association.

Ted Bundy e Liz Kendall

Relativamente ao realizador Joe Berlinger, onde a sua área é focada em documentários, até já esteve nomeado com um Óscar e juntos recriaram este caso de um dos maiores serial killers norte-americanos. Joe Berlinger apresentou algumas sequências duvidosas, mas isso esta explicado pelo seu currículo. Filmar um documentário é bem diferente do que retratar um filme. O espectador anda um pouco a boiar entre cenas e só quando Ted é finalmente preso é que a história começa a ganhar ritmo e melhor interpretação. O melhor deste filme foi mesmo a interpretação de Zac Efron que conseguiu provar num papel mais dramático a sua diversidade de ator. O blogue atribui 3 estrelas em 5.

Rating: 3 out of 5.
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Crítica: Rocketman

Uma fantasia musical sobre a fantástica história de vida de Elton John na altura onde tentava alcançar a fama.

Título: Rocketman
Ano: 2019
Realização: Dexter Fletcher
Interpretes:  Taron Egerton, Jamie Bell, Richard Madden…
Sinopse: Uma fantasia musical sobre a fantástica história de vida de Elton John na altura onde tentava alcançar a fama.

Já conhecíamos o nível de excentricidade do artista Elton John. As suas inovadoras performances apresentavam sempre algo de novo e empolgante. Mas nunca vimos nada como este filme. “Rocketman” é um carrossel de emoções, brilho e cores sobre os momentos mais emblemáticos da vida do músico e compositor. Desde a sua infância e ao simples facto querer ser amado, até ao talento pela música que despertou em si o gosto pelo rock e o sonho de ser o protagonista da sua história. A descoberta da homossexualidade e o sucesso imediato, com músicas originais e espectáculos sempre esgotados. O seu vício das drogas e álcool é também retratado, assim como a sua dificuldade em manter-se de pé novamente quando bateu no fundo. A fama tem destas coisas.

Não estava preparada para esta filme. Em género musical, somos levados a conhecer a vida do músico através da perspectiva das suas canções que se enquadram tão bem na duração desta obra cinematográfica. Houve um lineamento perspicaz da narrativa com movimentos e sentimentos a decorrer ao longo da música. As emoções fluem bem melhor com música.

I’ve got the number one album in America, again, I’m about to embark on the highest grossing tour in rock history, I’m personally responsible for 5% of all record sales on the entire planet, and I have the biggest headdress known to man, so, yeah, I think I’m OK!

Elton John

No protagonismo temos Taron Egerton, que tem evoluído muito como ator. Depois da sua participação em “Kingsman“, já esteve nomeado para vários prémios, o Óscar escapou-lhe este ano, mas para a próxima quem sabe. A sua interpretação está fenomenal neste filme. Um Elton John fiel e com a aprovação do original. Neste filme é apresentado a luta do artista durante a sua carreira e limitações, mas nunca perdeu o foco e conseguiu salvar-se a tempo. Este é um filme sobre procura de identidade num mundo de vícios.

O guarda-roupa é outro factor empolgante deste filme. Recriaram os fatos mais emblemáticos do músico. Com os trajes das suas atuações. Tal conseguiu acrescentar a magia do próprio Elton John à obra cinematográfica.”Rocketman” não se foca na história de vida do sucesso na música, mas sim um triunfo de vencedor das suas vulnerabilidades tal como é apresentado no início do filme e daí vamos conhecendo a raiz desses males. Contudo foram problemas que não foram bem resolvidos, apenas aceites por Elton de forma a continuar a viver e paz e conseguir finalmente ter a liberdade para encontrar o amor. O blogue atribui 4 estrelas em 5.

Rating: 4 out of 5.

Paramount Pictures Portugal

Crítica: Um Amigo Extraordinário

Baseado numa história verídica de uma forte amizade entre Fred Rogers e o jornalista Tom Junod.

Título: A Beautiful Day in the Neighborhood 
Ano: 2020
Realização:  Tom Hanks, Matthew Rhys, Chris Cooper
Interpretes: Marielle Heller
Sinopse: Baseado numa história verídica de uma forte amizade entre Fred Rogers e o jornalista Tom Junod.

“It’s a beautiful day in the neighborhood” é a cantarolar esta música que Tom Hanks dá início o programa que foi baseado este filme. O ator interpreta o apresentador norte-americano Fred Rogers. Mas este filme não é sobre a vida do acolhedor Mister Rogers acarinhado por todos como o simpático vizinho da América. Esta é uma história de uma forte amizade entre Fred Rogers e Tom Jundo (que no filme apresenta o nome ficcional de Lloyd Vogel).Vogel é interpretado por Matthew Rhys, um jornalista viciado em trabalho que muda a sua perspectiva de vida após uma entrevista que realizou a Rogers enquanto fazia o seu programa.

Durante este filme semi-biográfico acompanhamos a rendição da barreira social, onde os protagonistas expõem os seus problemas e dúvidas. Lloyd enfrenta uma das piores fases da sua vida, após o reencontro com o seu pai, que desapareceu após a morte da mãe. Numa jornada de perdão e desapego de ressentimentos, somos invasores na sua história pessoal. A entrevista com Rogers mudou a forma como Lloyd tomava as suas decisões e foi um “abre-olhos” para mudar a sua vida que o estava a consumir com ansiedade, stress e raiva.

This piece will be for an issue about heroes. Do you consider yourself a hero?

Lloyd Vogel

Não podiam encontrar ninguém melhor para interpretar Mr. Rogers do que Tom Hanks. Além das parecenças entre ambos, Hanks é também conhecido em Hollywood como um mr. nice guy, pois mantém um perfil amigável com todos aqueles que o rodeiam. Mantém boas energias e também aceita fazer participações nos locais mais inesperados. Quem se lembra da sua presença no videoclip “I Really Like You” da cantora Carly Rae Jepse, onde canta e até dança. Mesmo assim Tom Hanks é um ator de topo e já conseguiu dos Óscares na sua carreira com “Forrest Gump” (1994) e “Philadelphia” (1993). Mas também já esteve outras nomeado, esta é a sua sexta nomeação aos Óscares, mas desta vez é como Ator Secundário. Mas realmente esta é a melhor performance do filme e o que ainda assegura a sua qualidade. O ator Chris Cooper também emocionou com a sua personagem.

A narrativa deste filme é muito simples e apresenta um contexto pouco explorado, e não sentimos uma aproximação com as personagens. Houve momentos incoerentes e falhas de narração. Contudo aquece-nos o coração a torna-nos mais humanos e sensíveis aos problemas dos outros. Um desenvolvimento pessoal inexplorado que nos faz pensar no que temos de mais importante na vida e ao que nos devemos agarrar. Este é basicamente um filme de atores, mas que apresenta uma forte moral. O blogue atribui 3,5 estrelas em 5.

Rating: 3.5 out of 5.

Sony Pictures Portugal