“The Bells”
Que episódio estranho, está a dividir opiniões entre os fãs e críticos. Mas, todos concordam que o argumento, tal como na 7ª temporada, não tem a mesma qualidade de temporadas anteriores.
No início do episódio, Varys escreve num pergaminho com uma novidade: Jon é afinal Aegon Targaryen. Parece que Varys está a espalhar a revelação por Westeros, o que pode mudar o rumo da história. Na mesma medida, confronta Jon com a sua opinião, de que deveria ser ele o rei de Westeros. Jon, mais uma vez, recusa. Já Tyrion visita uma Daenerys ferida de orgulho, triste e zangada. Tyrion, numa decisão algo estranha, admite que Varys a traiu. Varys já sabia o que lhe esperava, e seguiu para o seu julgamento sem oferecer resistência. Varys despede-se de Tyrion e apenas deseja que esteja errado sobre Daenerys. A palavra Dracarys é ouvida e Varys é queimado vivo. Sempre foi uma das personagens mais interessantes da série, e se calhar era dos poucos que defendia o povo e o reino. Claro que, como se veio a ver mais tarde, Varys tinha mesmo razão sobre Daenerys.
Jon e Daenerys reencontram-se e têm uma nova conversa. A Mãe dos Dragões culpa-o por contar o segredo, e atribui a Sansa a culpa da morte de Varys. A opinião de Jon fica clara, quando aceita-a apenas como rainha e soberana. No planeamento da batalha, Daenerys deixa claro que fará o necessário para ganhar a guerra. Fire and Blood.
Jon e Tyrion parecem estar mais burrinhos que o costume, apenas esperam o melhor, que Daenerys irá colocar a mão na consciência. E, Tyrion faz queixinhas, que levam um dos seus poucos amigos a morrer, o que não é nada dele. Já Jon disse a Theon que era um Stark e um Greyjoy, mas ele próprio ainda não assimilou as duas identidades. Ele ainda parece algo perdido e adormecido.
Jaime foi apanhado ás portas de King’s Landing pelas forças de Daenerys. Tyrion ajuda Jaime a escapar e pede-lhe que ele e Cersei fujam para Pentos. Jaime e Tyrion partilham um momento bastante ternurento entre irmãos, o que pareceu uma despedida. Tyrion, mais uma vez, pode ter feito algo que vá contra as intenções de Daenerys e que podem condenar mesmo a sua vida, depois do último aviso dela.
Chega o dia da batalha. A frota de Euron na Baía, e a Companhia Dourada às portas da cidade. O povo foge para dentro da Red Keep, pelo menos os que conseguiram, os restantes ficaram na cidade. Daenerys aparece de rompante e destrói a frota de Euron. E, depois destrói os escorpiões. Do nada, fogo irrompe pelo portão de King’s Landing e a Companhia Dourada foi destruída. Um dragão fez o que três não conseguiram. Um exército que foi tão falado, e foi derrotado tão facilmente. Deixou a desejar, foi irrelevante, não acrescentou nada. As forças de Daenerys e de Jon entram em King’s Landing e começam a lutar.
Os sinos tocam em rendição e por momentos tudo se acalma, sente-se na cidade um alívio momentâneo. Surpreendentemente Daenerys não ouve Tyrion e destrói completamente a cidade. Invadida pela fúria e num ímpeto de destruição, mata inocentes a eito. O seu olhar de fúria culpa Cersei por tudo, sem se interessar pela cidade que outrora jurou proteger.
Os soldados Lannister rendem-se mas, Greyworm e o resto, não têm misericórdia. Vêm os actos de Daenerys como um vale tudo, e os que pareciam os heróis, são agora vilões aos olhos dos civis. Atacam mesmo com os adversários desarmados, o que para mim foi um golpe muito baixo. Daenerys mostra todo o seu poder, e apenas se confirma que irá governar pelo medo. Acho que se esperava uma luta de igual para igual, mais renhida, mas foi um massacre. Tyrion e Jon assistem imóveis à destruição total. A esperança em Daenerys esvai-se. Matou mais inocentes neste episódio, do que Cersei em toda a série. Uma probabilidade alta para descobrirmos afinal quem é o verdadeiro vilão da “Guerra dos Tronos”.
Jaime tem um pequeno encontro com Euron Greyjoy, que miraculosamente está vivo. Jaime ganha, mas sai mortalmente ferido, restando-lhe pouco tempo de vida. A esvair-se em sangue vai ao encontro de Cersei e consegue socorrê-la no momento em que esta se encontrava mais vulnerável.
Eles nasceram juntos e agora pode-se dizer que juntos morreram, nos braços um do outro. Como devia ser. Conclusão, não houve ninguém específico a cometer o ato de assassinar a Cersei com que tantos sonharam, esta acabou por ser uma das milhares de fatalidades que ocorreram pelo ataque impiedoso de Daenerys.
Sandor Clegane e Arya Stark entram juntos na Fortaleza Vermelha, mas Sandor convence Arya a ir embora, e esquecer a vingança com Cersei, caso contrário esta não iria sobreviver. Um momento bonito entre estas duas personagens. Arya surpreendentemente segue o conselho e passa o resto do episódio a tentar sobreviver no meio do caos. Uma das cenas é non-stop tal como GOT nos habituou. Arya protagonizou uma das cenas mais bonitas do episódio. Depois da confusão e destruição, as cinzas caem do céu, como se fosse um novo renascimento de uma nova era. Mas Arya não gostou do que viu, e sem dúvida que vai ser uma das responsáveis para mudar ao que assistiu.
O momento mais aguardado por Sandor Clegane (The Hound), era a oportunidade de matar o seu irmão, Gregor Clegane (The Mountain). Num momento em que a cidade estava a descambar e a queimar, chamas exultam por todos os lados, que até então assustavam Sandor, mas agora abraçam a sua derradeira batalha.
Gregor deixa de obedecer Cersei e mata o Gran Master. Começa a luta, quase parece invencível, pois todos os ataques mortais que Sandor desferiu-lhe revelaram-se ineficazes e quando já parecia impossível matá-lo da forma tradicional, Sandor atira-o indo juntamente para as chamas que consomem a cidade e assim morrem os dois.
Jon está em choque. Esta “batalha” foi a gota de água. Põe à prova todos os seus valores morais, que até então defendia, ele viu-se pela primeira vez do lado mau, viu o lado inimigo que se tinha rendido e que fora traído, a tentar socorrer o povo, quando o seu lado estava só interessado na chacina e matar inocentes sem qualquer motivo. Vemos o desespero nos seus olhos a tentar processar e parar toda esta loucura, mas sem forma de o conseguir, fez o que podia e retirou o máximo de tropas que conseguiu da cidade, antes que mesmo eles sucumbissem ao fogo e destruição causados pela sua “rainha”.
Este episódio também acompanhou muito uma parte que até então não era muito explorada, o povo, fomos acompanhando a menina que entregava as mensagens de Varys, na sua tentativa de sobreviver juntamente com a sua mãe e nessa jornada atribulada vimos o que o povo sofre com as decisões dos seus governantes. Sem terem tido um pingo de culpa em todo este enredo. Arya chegou mesmo a tentar salvá-las, mas estas acabaram por ser mais uma das milhares de fatalidades do fogo do dragão e da destruição massiva da cidade.
No final do episódio, alguns pontos parecem certos. A Daenerys calhou-lhe o lado louco da moeda dos Targaryen. Está a tornar-se tudo aquilo que dizia nunca ser, a rainha das cinzas. As pistas estavam lá, mas talvez fosse necessário mais tempo para chegar aquele ponto. Já Jon e Tyrion tem algumas decisões para tomar, e sem dúvida de arcar com as consequências das suas ações. Jon terá de se impor, e pôr termo a esta loucura. Já Tyrion, não prevemos que tenha um futuro muito feliz, é bem capaz de ser morto por traição por Daenerys. Uma coisa é certa, Daenerys é agora rainha do caos e destruição, que ela mesma semeou.