“The Long Night”
E chegamos a meio da 8ª e última temporada e com um episódio que de certeza irá marcar a série. E, que episódio…
Começa com a perspectiva de Sam sobre a batalha. De ar ofegante, está nervoso e com razão, por ele passam outras personagens como Lyanna Mormont, Missandei e Bran. Cada um com um importante papel neste episódio.
As tropas estão posicionadas e preparadas para o que se aproxima. E então, vemos Melisande. Melisandre vem avisou que voltaria mais uma vez. Incendiou as espadas dos dothraki e mais uma vaticinou que iria morrer. Os dothraki carregam sobre o escuro, e encaminham-se corajosamente até ao exército da noite. Os que ficam para trás vêm as luzes a desaparecer, e poucos sobram. Este início for perfeito para perceber que nada iria ser fácil. Na frente da batalha está Jorah Mormont e Ghost, o lobo de Jon Snow. Jorah ainda conseguiu retirar-se da vanguarda após descobrir o perigo de continuar, já do lobo ainda nada se sabe. Um silêncio ensurdecedor.
Daenerys e Jon queimam as hordes do exército da noite com os dragões, mas o Night King lança uma tempestade de neve. O que torna os dragões inúteis nesta batalha. Ambos não estavam preparados para um combate frente a frente com Night King. Não apresentam a mesma mestria de controlar um dragão como o terrível homem de gelo. Mas com manobras aéreas, lá conseguem fazê-lo cair do dragão.
A batalha intensifica-se e é um caos. As primeiras baixas vão acontecendo. No meio da confusão e do escuro da noite cerrada tentamos acompanhar a luta incansável dos protagonistas e tentamos perceber quem morreu e quem ainda sobrevive.
Arya tem alguns dos melhores momentos do episódio. Seja a lutar nas muralhas do castelo, a fugir de whites na biblioteca de Winterfell num momento de suspense à Hitchkook, ou a fazer luto pela morte de Beric. Mas foi o reencontro com Melissandre que a tornou mais determinada na sua missão. Arya foi sem dúvida a personagem que mais se destacou neste episódio. O oposto de Clegane que por momentos pensou em desistir devido ao inúmeros inimigos que apareciam.
Nas criptas, estão os mais indefesos, e os que não podem lutar. Tyrion sente-se algo inútil ali sem fazer nada. Mas brevemente aceita que é o máximo que pode fazer naquele momento. Já Varys e Missandei aguardam com paciência. E adivinhem, as criptas não eram 100% seguras. Nesse momento, Sansa e Tyrion partilham um momento bastante emotivo, sem dizerem uma palavra, trocam olhares que comunica tudo o que ficou por falar. Naqueles dois nasceu uma nova confiança inesperada.
Daenerys e Jon tentam, mas não conseguem matar o Night King. Impossível ultrapassar o exército de mortos-vivos. Night King não perde muito tempo com eles, e passo a passo encaminha-se para para o seu objectivo: encontrar-se com o Corvo de Três Olhos.
Theon Greyjoy prometeu e cumpriu. Protegeu Bran Stark com a sua vida, literalmente. Bran disse que ele era uma bom homem e agradeceu-lhe e, assim, o arco de redenção de Theon terminou. Morreu pela sua família e casa de forma honrosa. Um momento poético e muito emotivo. Existe um compasso de espera, Night King e Bran olham-se e Night King prepara-se para matar Bran, que está bastante sereno. Mas, do nada aparece Arya e mata-o. Um badass moment, totalmente inesperado e que veio salvar os sobreviventes da batalha. Sempre se pensou que seria Jon a matar o Night King, a ser o herói, mas mais uma vez Game of Thrones vira as expectativas.
Este episódio teve bons momentos de certas personagens, principalmente os Stark, e os que estão relacionados à sua família. Arya, Theon, Sansa, Tyrion, Beric, Jorah tiveram algumas das melhores cenas.
As personagens que morreram mexeram com as nossas emoções, principalmente a de Lyanna Mormont, que morreu valentemente, enquanto era esmagada conseguiu matar um gigante. Jorah Mormont, que proporcionou uma morte corajosa a salvar Daenerys. Melisandre e Beric cumpriram o seu propósito, já os Mormont foram extintos. Uma pena, escusavam de ter morto a miúda, que era das personagens mais interessantes no Norte. “Não somo uma Casa grande, mas somos uma orgulhosa.”
Miguel Sapochnik realizou uma vez mais uma batalha épica. Uma batalha sobrenatural sem precedentes, com zombies, dragões e magia à mistura. Com algumas one shot, como é habitual, ângulos dinâmicos, e uma ação bem intercalada com momentos mais calmos que nos deixa respirar. E, com uma cinematografia lindíssima.Um episódio que saiu caro em orçamento, mas vai ficar para a história da televisão.
Outro aspecto que merece ser realçado é a fantástica banda sonora. Cada momento mantinha uma batida específica que intensificava a ação. Como espectador sentia o nervoso miudinho da compilação sonora escolhida. Da música mais calma ao compasso mais acelerado, deixava o nosso coração aos saltos com o que estava para vir.
E, contrariamente ao que se pensava, o Night King não é o grande vilão, mas sim Cersei Lannister. Por acaso até é preferível, o sobrenatural foi a cereja no topo do bolo da série, e o mais importante sempre foi a humanidade e sede de poder, esta é a verdadeira a guerra dos tronos.
Uma guerra pelo trono e por Westeros se avizinha. Será Cersei contra todos os outros , ou mais alguma facção irá surgir? E, como irão reagir o resto das personagens à revelação da verdadeira identidade de Jon Snow? Só faltam três episódios.