Gilmore Girls prolongou-se durante sete temporadas durante os anos 2000 a 2007. No epicentro da história temos Lorelai Gilmore (Lauren Graham) e a sua filha de 17 anos Rory (Alexis Bledel). Ambas mantém uma relação mãe-filha de melhores amigas e confidentes. Esse é o fio condutor desta série televisiva, as dificuldades de uma mãe solteira, que engravidou aos 17 anos e abandonou família com dinheiro para viver independentemente. Agora com a filha adolescente, tenta voltar a conviver com os seus pais, devido a um trato que Lorelai fez porque precisava de ajuda a pagar a escola privada da filha.
O enredo não é muito denso, nem apresenta uma evolução durante estas sete temporadas. Esta é um dos pontos mais desfavoráveis à série. O espaço divide-se apenas em Stars Hollow, a calma vila onde estão sempre a acontecer eventos, os jantares de sexta-feira à noite, e a escola de Rory, Cliton ou Yale. Já os acontecimentos de “Gilmore Girls” baseiam-se muito no mesmo. Como expliquei anteriormente, não existem grandes dramas aqui. Talvez para não abalar o registo dinâmico e descontraído da série. As relações amorosas de Lorelai e Rory são os temas mais expostos, assim como a má relação entre Lorelai e a mãe. Pequenos confrontos que abalam a família e pouco mais. Entretanto o tema casamento filhos é um ponto recorrente nas personagens do trama.
Não foi amor à primeira vista por esta série. Escolhi ver, porque a Netflix fez uma adaptação de A Year in the Life da série, quase 10 anos após a último episódio. Achei interessante essa situação e então propus-me a ver. O meu gosto pela série surgiu por volta do quinto episódio quando Dean começa a namoriscar com Rory. Inicialmente considerava as personagens criadas com personalidades forçadas. Exemplo da Sookie (Melissa Mccarthy) a cozinheira desastrada e melhor amiga de Lorelai, e Michel (Yanic Allan Truesdale) o colega intolerável, mas de bom coração que trabalha na pousada e até Kirk (Sean Gunn), o tosco habitante de Stars Hollow que faz tudo. Contudo fui-me habituando a estas personagens. O ponto mais favorável de “Gilmore Girls” é qualidade do diálogo, que não vemos em mais lado nenhum.
O tom de ironia frequentemente utilizado com a abordagem de temas atuais é a grande preciosidade desta série. Amy Sherman-Palladino é a grande criadora desta vivacidade no argumento. “Gilmore Girls” está recheada de quotes e expressões que marcaram uma geração. Os diálogos das meninas Gilmore são intensos com um humor fora de comum. O que também torna esta série natural e expressiva é o profissionalismo dos atores que vivem como uma família. Lauren e Alexis tornaram-se mesmo mãe e filha e tal ligação é notória durante os episódios da série. O papel de Lorelai Gilmore foi mesmo feito para Lauren, a energia e vivacidade que a atriz apresenta para a personagem são únicos. A Netflix não podia ter feito melhor em nos preparar um revival desta série, já que o final ainda ficou em aberto.
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